A escrita como forma de autoconhecimento
Desde jovem acho que fui uma pessoa ligada ao autoconhecimento. Seja de uma forma espiritual que vem pra mim através da yoga e seus ensinamentos; seja de uma forma científica que veio mais intensa quando comecei a faculdade de psicologia e o processo de psicoterapia que me acompanha até hoje.
Na minha mente relaciono o autoconhecimento com as pílulas da Matrix. No filme de 1999 são apresentadas para o personagem principal Thomas Anderson a pílula azul que significa a ignorância, continuar vendo a realidade como ela é dada; e a vermelha, que traz a verdade muitas vezes dolorosa.
O processo de autoconhecimento é, em sua grande parte, um processo doloroso. Perceber a falta dos pais, incapacidades humanas, e a sua pequenez diante de um sistema opressor. Porém, não trilhar esse caminho é passar pela vida alheias a ela, a seus sentimentos, vontade e aos outros.
Journaling
Recentemente, nas minhas andanças pelas redes sociais como uma boa jovem que transita entre a Geração Z e Millenium tive contato com uma expressão em inglês que chama “journaling” (escrever em um diário). Mas não da forma que muitos fizemos quando éramos jovens, “querido diário, hoje fui na casa da Bia…”, mas sim com propósito, objetivos e organização.
No site da Universidade de Rochester encontramos um artigo sobre Journaling que diz que “uma das formas de lidar com qualquer emoção avassaladora é encontrar uma maneira saudável de se expressar.”¹ Quando organizamos nossas ideias, entendemos o que estamos sentindo e o que causou aquele sentimento, somos capazes de estabelecer melhor comunicação e tomar decisões mais assertivas. O artigo diz que o hábito de escrever ajuda a lidar com a ansiedade, reduz estresse, e até a lidar com a depressão.
Colocando em Prática
Como fazer isso? A ideia é você ter algumas perguntas ou reflexões provocativas para você refletir propositadamente sobre sua vida e suas emoções. O ideal é tentar escrever todos os dias, por mais simples que seja.
Escrever pela manhã as coisas das quais você é grato por ter e ser, seus objetivos para aquele dia; e ao final do dia, quais foram as melhores partes do dia e o que pode melhorar.
Faça isso ser algo simples e em um horário que melhor encaixe na sua rotina. Tenha um caderno e caneta sempre por perto, ou crie um bloco de notas no seu celular (o ideal é escrever no papel, mas o importante é escrever). Escreva sobre um acontecimento ou uma pessoa e refletir como você se sente sobre isso; seus objetivos para aquele ano e como alcançá-los. Use da forma que melhor servir para você. O importante é criar um momento para o seu autoconhecimento, para refletir sobre você e o seu eu no mundo.
Indico o “5 minutos por dia”, um journal para escrever no primeiro e último momento do dia Vou deixar abaixo algumas perguntas para servir de inspiração.
- Pense em uma pessoa importante na sua vida. Reflita sobre 5 coisas que fazem você se sentir frustrado, e então, 5 coisas que fazem essa pessoa se sentir frustrada
- Agora, pense em 5 coisas que te trazem alegria. Então, 5 coisas que trazem alegria a essa pessoa.
- O que você nota? Quais são as similaridades e diferenças?
