Você tem inteligência emocional?
Não há duvidas que inteligência emocional é o assunto do momento. Mas será que você sabe mesmo o que são essas habilidades? Acima de tudo, será que você tem inteligência emocional, ou pelo menos está desenvolvendo ela?
Hoje eu vou falar um pouquinho sobre esse tema e propor algumas formas de você caminhar para uma vida mais conectada aos seus sentimentos e ações.
A Inteligência Emocional
Daniel Goleman é uma das primeiras pessoas a trazer o termo inteligência emocional e assim como ele, todos os autores desse tema tem uma definição simples: inteligência emocional é a capacidade de reconhecer e gerenciar sentimentos. Para começarmos a entender esse conceito é importante saber algumas coisas.
Primeiro que a inteligência emocional pode ser aprendida e desenvolvida. Assim como qualquer outra habilidade que necessita de entendimento técnico e muita prática, quando falamos de habilidades emocionais a lógica é a mesma. O objetivo desse artigo é que você entenda o caminho e possa praticar sozinho. E sim, você vai precisar de muita prática.
Segundo é que nós não somos capazes de controlar as nossas emoções. Se o meu filho grita comigo porque estou pedindo que ele guarde seus brinquedos e ele não me obedece, não tem jeito, eu vou sentir raiva. E está tudo bem! O importante é que eu consiga refletir o que eu quero fazer com essa raiva. Como eu vou gerir esse sentimento.
Por último, não existe sentimento bom ou ruim. Esse é um que confunde muito a cabeça dos meus alunos quando falamos. Porque é claro que se eu pudesse escolher iria querer me sentir feliz e animada o tempo todo, não iria querer sentir tristeza, decepção ou frustração. Mas, o estado saudável do ser humano passa por todos esses sentimentos nos momentos adequados para cada um deles.
Sempre dou o exemplo: se você tem um animal de estimação que gosta muito, e esse pet morrer, eu iria estranhar muito se você falasse sobre isso com animação. Da mesma forma que não seria comum você falar com desânimo que recebeu uma promoção no trabalho.
E pra isso precisamos saber o que estamos sentindo. Em um outro artigo eu vou falar um pouco sobre vocabulário de sentimento e como podemos ampliá-lo. Esse é um dos passos fundamentais para saber gerenciar nossas emoções, porque só podemos trabalhar com coisas que conhecemos. Quando estamos conscientes das nossas emoções iremos conseguir tomar decisões mais assertivas e caminhamos para um maior autoconhecimento.
Primeiro Passo- O que tá rolando?
Beleza, mas Isa qual o processo de inteligência emocional que você falou?
O primeiro passo é identificar que algo está rolando. Perceber que você está sentindo algo, talvez de uma forma intensa, e em seguida pensar o que causou aquele sentimento.
Vamos continuar com o exemplo de quem pede para a criança guardar os brinquedos. Você chega cansado do trabalho, prepara a janta enquanto o seu filho brinca. No momento de servir o jantar você explica para ele que acabou o tempo de brincar e que agora é o momento de comer, e que você se dedicou muito para preparar aquela comida. Mas ele não quer, ele joga o brinquedo, chora, grita.
Sentimos raiva quando estamos em uma situação de injustiça. Poxa, você trabalhou o dia todo, chegou em casa exausto, ao invés de tomar um banho relaxante foi preparar a comida. Já que você decidiu criar seu filho com poucas telas o levou para a cozinha para que ele brincasse em sua companhia. Você se sente injustiçado quando, depois de tudo isso que você fez, ele faz birra.
Segundo Passo- Motivo
E é aí que entra o segundo passo, entender o que motivou sua emoção, qual a causa? A partir disso tentar pensar em uma palavra para aquele sentimento. RAIVA. Nessa situação é isso que sentimos. Um sentimento de altíssima energia. Queremos gritar, usar força física, xingar, quebrar algo, tudo porque nos sentimos injustiçados.
Terceiro Passo- Gerenciando as Emoções
Então, temos o passo final que é o gerenciar nossas emoções. Quando eu estou nessa situação posso me perguntar “o que é saudável fazer?”, seja pra mim ou para aquela relação. Importante falar que saudável muitas das vezes não é prazeroso, e o brócolis está aí pra provar isso.
Nessa situação eu posso pegar meu filho pelo braço, das duas sacudidas e falar “Vai comer agora porque eu estou mandando e não quero ouvir mais um pio! E engole esse choro”. Isso é saudável para a minha relação com seu filho? É saudável para o meu filho? Não.
E o difícil está aí, como que eu posso gerenciar essa emoção em um momento que ela está querendo me dominar. Bom, isso pode ser um tópico para outro texto que a gente fale sobre hábitos saudáveis, mas um muito bom é a respiração. A ciência já comprovou a importância da respiração na nossa saúde e sua eficácia em nos ajudar a tomar decisões mais eficazes.
Outra forma é, se possível, eu me retirar do lugar em que estou. Deixar meu filho lá chorando e ir no banheiro, para que eu possa me acalmar, e ele também, e quando eu voltar eu conseguir ter uma comunicação saudável e clara com ele.
O importante é que eu conte essas formas e técnicas e as pratique, para que eu consiga dominar a minha emoção e não ser dominado por ela. Para que a gente desenvolva seres humanos mais saudáveis e que possamos nos conhecer melhor, e nos conectar melhor com as nossas emoções.
identificar + motivos + gerenciar
Esse é o primeiro de uma série de artigos que eu pretendo escrever falando mais sobre inteligência emocional e hábitos saudáveis.