Israel Tannus
5 min readJan 15, 2016

5 dicas úteis para usar na Separação de frequências — Tratamento de pele não destrutivo no Photoshop.

jeito correto de tratar a textura

A separação de frequências é uma poderosa técnica usada por muitos fotógrafos e retouchers pelo mundo. Sua principal vantagem é separar, em camadas, as cores e a textura (também chamado de baixa e alta frequência) possibilitando maior controle na hora de fazer o tratamento de imagem.

A técnica consiste basicamente em criar duas camadas, uma com a baixa frequência, onde predomina-se os tons de cores e iluminação e na outra camada, a alta frequência. Estou considerando que vocês já sabem montar a base da separação de frequências, se não sabem, parem por aqui, pesquisem pelos inúmeros videos e tutoriais no youtube e retorne ao texto depois.

Muitos alunos de meus workshops possuem uma leve familiarização com a técnica, porém, pecam (e feio) na sua execução. Desta forma, quero compartilhar 5 preciosas dicas universais para fazer uma separação de frequências Like a Boss!

Dica 1: Use Camadas como check points

Depois de ter criado sua base para a separação de frequência (Frequencia alta e baixa), tenha em mente que o processo de separação de frequencia pode ser longo, em média uma hora de trabalho. Por isso é importante você criar check points ao longo deste trabalho, caso você se arrependa. Uma maneira de criar estes check points é trabalhar duplicando suas frequencias.

A camada com baixa frequencia pode ser duplicada a cada vez que você terminar uma área especifica do rosto, como por exemplo: testa, bochechas, nariz…etc. Trabalhe estas camadas adicionando uma layer mask em branco e se por acaso, você precisar recuperar algo do trabalho anterior, basta mascarar com o pincel preto.
Para a camada de alta frequência, a idéia é a mesma, a única diferença está na criação de clipping mask, para manter em segurança a textura original da imagem.

Dica 2: Combine diferentes ferramentas

Muitos profissionais se prendem à uma única ferramenta na hora de trabalhar com a baixa frequência.

A preferida deles é o mixer brush, uma ferramenta muito útil para misturar ou adicionar cores (é a ferramenta do photoshop que melhor representa a realidade de pincéis usados para as pinturas artísticas)

Menu do Mixer Brush

Basicamente, o primeiro botão (pincel com seta pra cima) carrega as cores que você marcar como alvo. A segunda (selecionada na imagem) desabilita a mistura de cores e as caixas de valores representam respectivamente: o wet é o quanto você “molhou” o pincel com a tinta, o load é quanto da nova tinta você quer aplicar, o Mix é o quanto você quer misturar as tintas e o flow, que é a soma de velocidade e pressão do pincel.

A dica para usar o mixer brush é trabalhar com valores baixos, em torno de 20%. Dependendo do caso eu costumo habilitar o botão de carregar outra cor, isso ajuda a fazer a transição de uma área maquiada para outra não maquiada. O mixer brush te da maior sutileza para homogeneizar os tons e é recomendado para todas as áreas do corpo, porém, é preciso trabalhar com pequenas pinceladas. Evite longos traçados com este pincel, o resultado fica bem rude!

Em muitas situações, como as grandes áreas de um mesmo tom de pele, eu utilizo a ferramenta Laço (L), seleciono a área e aplico o filtro Gaussian Blur com os valores que me agradarem. Outra opção é o surface blur, que ajuda bastante quando você está trabalhando nas bordas.

Em outras situações é possivel utilizar a ferramenta patch tool, eu utilizo muito em regiões em que há muito relevo e diferencas de luminosidade, como as regioes no contorno do nariz, olhos e testa.

Dica 3: Go Black and White

Camadas temporárias são de grande ajuda para retouchers e minha principal dica para fazer a separação de frequências é deixar a imagem em preto e branco (algumas vezes eu costumo incluir uma curva de ajuste, diminuindo a luminosidade).

Trabalhar com a imagem em preto e branco lhe da maior foco no que realmente importa na técnica, homogeneizar tons de cores. Ao mesmo tempo, você passa a enxergar melhor as luzes e sombras da imagem, normalmente eu mantenho estas camadas temporárias até o momento do dodge and burn.

O maior aprendizado é que você terá maior familiaridade com a anatomia e a estrutura corporal da modelo.

Dica 4: Enxergue os padrões nas cores

O maior erro de meus alunos é travar uma constante batalha entre os diferentes níveis de tons na pele. Muitos aprederam de forma errada ou não tiveram a orientação adequada, a eliminar os tons intermediários entre luz e sombra. Isto pode ser um grande erro que irá eliminar toda naturalidade da luz.

Lembre-se, os tons intermediários devem ser respeitados, trabalhe neles para atingir a naturalidade, minimizando as imperfeições.

Dica 5: Preste atenção nas Texturas

Lidar com as diferentes texturas na camada de alta frequência é outra grande dificuldade que as pessoas tem ao me procurarem. Muitos travam uma batalha sem precedentes para deixar toda pele com um mesmo padrão de textura, efeito “boneca de porcelana”.

Costumo dizer aos meus alunos que “namorem a imagem” por uns 5 minutos antes de executar a técnica. Coloquem em zoom de 500%, naveguem pela imagem, habilitem as camadas temporárias e analisem toda a estrutura. Observem que a pele das bochechas possuem uma textura mais rústica do que a pele do queixo, ou a testa, que dependendo do angulo de incidência da luz, apresenta uma textura totalmente diferente do nariz ou mesmo o pescoço.

Da mesma forma que você lidou com os diferentes tons de cores na pele, trabalhe com as texturas próximas do ponto que será ajustado. Evite ficar “caçando” texturas, a textura que você precisa está ao lado.

Bonus: Crie atalhos!

Vá no menu editar e escolha a opção Keyboard Shortcuts. Crie atalhos para o apply image, surface blur, Gaussian Blur e etc…

A separação de frequências é bem simples e na medida em que você for treinando, o processo torna-se quase intuitivo. Não faça com pressa, não invente cores e texturas onde não tem.

Mais informações sobre meu workshop visite: http://www.2xel.com.br/workshop