Shu-Ha-Ri e Metodologias Ágeis

Itiro Inazawa
3 min readAug 20, 2018

Shu-Ha-Ri é um conceito muito aplicado em artes marciais japonêsas, mas que também pode se enquadrar em outras áreas da vida.
Falando do ambiente profissional, vamos descrever como essa técnica se aplica a utilização de metodologias ágeis.

Primeiro a Definição

Shu-Ha-Ri é o termo utilizado para descrever o processo de aprendizagem e caminho para se tornar um mestre em uma determinada área
Ela é dividida da seguinte maneira:

Shu

Seria o momento em que queremos adquirir uma nova habilidade e devemos ter disciplina para absorver os novos conceitos em torno dessa nova habilidade.
Ou seja, devemos entender e seguir a risco aquilo que o nosso mestre nos ensina, sem nos questionarmos até que a habilidade se torne natural.

Ha

Nessa fase, possuímos uma bagagem ampla com relação a nova habilidade e começamos a nos questionar quais as razões de cada detalhe envolvendo a habilidade e a relação que ela possui com outras habilidades, além de adaptá-las da melhor maneira no contexto envolvido

Ri

Esse é o momento em que o aprendiz se torna o mestre. Com um maior autoconhecimento e know-how.
Nesse momento, para-se de procurar a resposta em outros mestres e inicia a fase de adaptação, testes para criação de novas técnicas

Shu-Ha-Ri e Metodologia Ágil

Ok, entendi todo o conceito, mas como eu utilizo essa filosofia marcial no desenvolvimento de software?
Vamos com calma, pequeno gafanhoto (ótimo bordão hahahaha)

O momento de Shu é quando aprendemos a metodologia ágil e começamos a aplica-la fielmente ao que os guias nos indicam.
Aplicando o Scrum, vamos seguir todas as cerimônias, definir o Kanban de maneira mais simples possível (TO-DO, Doing e Done), até o momento em que todos estejam familiarizados com as técnicas e não haja dúvida de como trabalhar com elas.

A aplicação do Ha é quando começamos a modificar o que já sabemos para adaptar ao nosso contexto.
Vamos colocar aqui um exemplo prático:

Sabemos que a Daily Meeting (ou Standup Meeting) deve ocorrer todos os dias em um mesmo horário. Mas digamos que haja algumas mudanças e que agora na segunda e na quarta o quorum não consegue estar completo devido a reuniões, rodízio de trânsito ou qualquer outra razão.
Nesse momento adaptamos e então definimos que nesses 2 dias, devemos modificar os horários.

A “última” fase é o Ri
No Ri já temos o conhecimento totalmente dominado e praticado e já absorvemos em um alto grau que temos a liberdade de improvisar a medida que acreditamos a melhor possível

Mais algumas considerações

A maneira de atuação do Shu-Ha-Ri me lembra muito algumas fases de como utilizamos o “Método Científico” para descobertas
Pesquisei mais um pouco e há um outro approach utilizado por Clark Terry (um grande nome do Jazz) em que ele define como o caminho da maestria em “Imitação, Assimilação e Inovação”
Indiferente da maneira como é colocada, acredito que essa técnica seja um caminho para o aprendizado e melhoria da performance e que não nos dá um caminho pronto a ser seguido, mas sim ferramentas para que descubramos por conta própria o que melhor se encaixa para nós
Um ótimo termo que eu creio que se enquadre juntamente ao Shu-Ha-Ri é o Kaizen, que em termos simples significa “Melhoria Contínua”
E nesse artigo utilizamos a métodologia ágil como exemplo, essa filosofia pode ser utilizada para qualquer área da vida

Para quem quer saber mais

Aqui deixo alguns links para quem deseja explorar mais sobre os assuntos citados

Método Científico: https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo_cient%C3%ADfico
Kaizen: https://www.significados.com.br/kaizen/
Martin Fowlerhttps://martinfowler.com/bliki/ShuHaRi.html
LeanTI http://www.leanti.com.br/artigos/70/shu-ha-ri-e-a-formacao-de-lideres-lean.aspx

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