Matriz SWOT como ferramenta de análise de mercado e plano estratégico.

Ivan Ernandes
6 min readDec 31, 2021

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Em um mundo cada vez mais tecnológico, a competição entre empresas faz com que elas busquem excelência na prestação de serviço, buscando manter seus clientes atuais e atrair novos. Ter o máximo de autoconhecimento e visão de mercado é um diferencial pela busca do sucesso com crescimento sustentável. Deste modo, é essencial a elaboração de um Plano Estratégico com embasamento em ferramentas robustas que tragam dados e informações confiáveis. O mercado corporativo é dinâmico, flexível e sem previsibilidade e ferramentas de análise devem levar em consideração essas três premissas. Nesse contexto, a matriz SWOT é uma excelente opção, uma vez que permite constatar parâmetros internos com pontos fortes e fracos e externos com oportunidades e ameaças. Com esses dados em mãos os gestores poderão elaborar um Plano Estratégico para maximizar suas qualidades, sanar ou minimizar suas fraquezas; além de preparar a empresa para aproveitar as oportunidades e mitigar os riscos de ameaças de mercado.

A importância do Plano Estratégico …

O ambiente corporativo está ainda mais acirrado na conquista de clientes e expansão de mercado. Empresas de todos os portes lutam diariamente para apresentar diferenciais que as destaquem perante seus concorrentes. Segundo Muffato e Panizzolo (1995), a satisfação do cliente é o principal fator competitivo que garante prosperidade aos negócios. Saber ofertar a solução correta é fundamental para atingir a expectativa do cliente e obter resultado financeiro para a companhia. Saber declinar de projetos que estejam fora do alcance de suas capacidades também é importante. Um contrato firmado em que a empresa não tem capacidade de executá-lo pode acarretar prejuízos financeiro e desgastar a imagem da empresa no mercado. Ser lembrado pela prestação de um bom serviço é um diferencial para fidelizar o cliente atual, e ser conceituado ajuda na conquista de novas oportunidades. Segundo Porter (1996), empresas que pretendem manter-se competitivas e apresentar diferenciais em relação a seus concorrentes devem desenvolver algum meio de acompanhamento do desempenho de seus processos. Para atingir tal diferencial é primordial que a companhia tenha o máximo de conhecimento de suas características intrínsecas, elencando-as como qualidades e defeitos. Além das questões internas, é primordial que os gestores tenham conhecimento do mercado em que atuam. Identificar seus principais concorrentes, diagnosticando pontos fortes e fracos em uma análise comparativa é essencial para decifrar a disputa de mercado. Manter contato frequente com os clientes, com o objetivo de conhecer suas necessidades, permite às empresas identificar oportunidades futuras que talvez os concorrentes não estejam cientes, sendo um fator determinante para a conquista dessa oportunidade.

Mesmo sendo evidente a importância do Plano Estratégico para as empresas, ainda é comum diversas sem nenhum tipo de planejamento. Essas acabam operando pelo extinto e conforme o mercado se apresenta no momento. Contudo, correm muitos riscos e não aproveitam muitas oportunidades. Por esse motivo ficam susceptíveis às mudanças de mercado e enfrentam dificuldade de sobreviver neste cenário inconstante. Segundo Wheelwright (1984), há uma relação direta entre Gestão Estratégica e todos os processos que interferem ao seu negócio e ambiente, como, por exemplo: político, econômico e social. Uma estratégia bem traçada, levando em consideração todos os parâmetros internos e externos à empresa, é primordial no sucesso dos projetos e satisfação dos clientes.

Uma ferramenta muito robusta e eficaz é a matriz SWOT. A sigla é uma abreviação em inglês para Strengths (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças). A matriz é subdividida em ambientes internos e externos, com a empresa tendo controle sobre os parâmetros internos de forças e fraquezas, sendo possível e recomendado monitorar as variáveis externas de ameaças e oportunidades. Com todas as informações dispostas na matriz é possível cruzar os dados e estabelecer um Plano Estratégico para melhorias e aproveitamento de oportunidades.

A matriz SWOT …

Segundo Oliveira (2008), a análise SWOT é uma metodologia simples utilizada para posicionar ou verificar a posição estratégica de uma empresa ou negócio. A sigla em inglês analisa quatro quesitos que sintetizam a posição estratégica da empresa: Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats).

Segundo Rossi e Luce (2002), a análise de forças, fraquezas, oportunidades e ameaças foi originalmente introduzida por Andrews em 1971. Em sua proposta, ele apresenta que as decisões de uma corporação em uma estratégia corporativa têm como base seus objetivos, propósitos e metas. Segundo Andrews (1971), a elaboração da estratégia deve considerar dois aspectos. O ambiente externo através das oportunidades e ameaças; e ambiente interno por meio das forças e fraquezas da empresa.

As variáveis internas listadas como pontos fortes e fracos são controladas pela empresa. Os pontos fortes são os diferenciais e podem ser desenvolvidas para que sejam mantidas, aprimoradas e ressaltadas. Já os pontos fracos são parâmetros que trazem desvantagens competitivas e devem ser minimizados ou, de preferência, sanados pela corporação. Segundo Oliveira (2008), a análise interna tem por finalidade colocar em evidência as deficiências e qualidades da empresa que está sendo analisada, ou seja, os pontos fortes e fracos da empresa devem ser determinados diante da atual posição de seus produtos ou serviços versus segmentos de mercados.

Já os aspectos externos (oportunidades e ameaças) não estão no controle da empresa; contudo, as oportunidades — que segundo Oliveira (2008), são forças que podem favorecer a ação estratégica da empresa, desde que conhecida e aproveitada satisfatoriamente, enquanto perdura — podem e devem ser monitoradas para que sejam aproveitadas do melhor modo possível. Já para as ameaças — que segundo Oliveira (2008) são forças que criam obstáculos para as ações estratégicas — as empresas devem estar preparadas para mitigar os riscos que elas podem causar. Ainda segundo Oliveira (2008), a análise externa tem por finalidade estudar a relação existente entre a empresa e seu ambiente em termos de oportunidades e de ameaças, bem como a sua atual posição produtos versus mercados e, prospectiva, quanto a sua posição produto versus mercado desejado no futuro.

Figura 01 — Matriz SWOT

Pela Figura 01 fica evidente que a metodologia SWOT é simples e de fácil elaboração, sendo robusta e abrangente para qualquer tipo de corporação. Assim, é possível utilizar a ferramenta em qualquer empresa, sintetizando todas as informações essenciais para tomadas de ações que sejam coerentes com os objetivos da corporação.

Após estabelecidos os elementos da matriz SWOT, destrinchando pontos positivos, negativos, oportunidades e ameaças, é possível relacionar/cruzar os pontos positivos com oportunidades e pontos negativos com ameaças. Ou seja, cruza-se cada ponto positivo com cada oportunidade. Se houver, por exemplo, 5 pontos positivos e 3 oportunidades, neste caso há quinze interações. Então, é possível traçar um Plano Estratégico nessas 15 interações, com ações que maximizem as qualidades da companhia objetivando aproveitar uma oportunidade. O mesmo deve ser realizado nos pontos fracos e ameaças, contudo, as ações devem ter como objetivo minimizar os pontos negativos e as ameaças.

Conclusão …

Para que a matriz traga resultado é importante que a análise seja realista e sincera. Sempre é delicado tratar de pontos fracos. É normal que pessoas tendam a se esquivar de trazer à tona problemas. Então, elencar os pontos fracos normalmente de uma equipe ou empresa é complicado, pois muitas vezes pode demonstrar as fraquezas de pessoas e equipes. Contudo, é necessário importante ressaltar que essas fraquezas só serão melhoradas e sanadas se forem conhecidas, sendo, então, possível tratar o assunto. Por isso a matriz SWOT é um recurso efetivo no mundo corporativo. Além de listar qualidades e defeitos internos ela cruza os pontos com oportunidades e obstáculos externos. Essa interação é muito importante, pois será a base da elaboração do Plano Estratégico. Deste modo, se a empresa realizar um levantamento de quesitos fiel e realista, definir um Plano Estratégico coeso e aplicá-lo de modo eficaz, a corporação terá tudo para ter um crescimento adequado, planejado e sustentável.

Referências Bibliográfica:

MUFFATO, P.; PANIZZOLO, R. A process-based view for customer satisfaction. International Journal of Quality & Management. v. 12, n. 9, 1995.

WHEELWRIGHT C.S. Manufacturing strategy: defining the missing link. Strategic Management Journal, Vol. 5, 1984.

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento Estratégico: conceitos, metodologia e práticas. 25 ed. São Paulo: Atlas, 2008.

ROSSI, C.A.V.; LUCE, F.B. Construção e proposição de um modelo de planejamento estratégico baseado em 10 anos de experiência. Anais. Encontro anual da ANPAD; ENANPAD 2002.

PORTER, M.E. What is strategy? Harvard Business Review, Boston, v. 74, n. 6, 1996.

FERNANDES, D.R. Uma Visão Sobre a Análise da Matriz SWOT como Ferramenta para Elaboração da Estratégia. UNOPAR Cient., Ciênc. Juríd. Empres., Londrina, v. 13, n. 2, p. 57–68, Set. 2012.

KOTLER, Philip. Administração de Marketing. 10ª Ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000.

TACHIZAWA, T.; FREITAS, A.A.V. Estratégias de negócios: lógica e estrutura do universo empresarial. Rio de Janeiro: Pontal, 2004

DJAIR, Roberto Fernandes; Uma Visão Sobre a Análise da Matriz SWOT como Ferramenta para Elaboração da Estratégia. Londrina/PR. 2012.

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Ivan Ernandes

Electrical Engineer | Engineering Project Management Specialist | Financial Planning Specialist | MBA in Business Management