Manifestante troca protesto por shopping e número de pessoas em passeata contra Dilma é bem menor que o esperado em Belo Horizonte

Jornalistas Livres
3 min readApr 12, 2015

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por Kátia Passos, de Belo Horizonte, especial para os #JornalistasLivres

Reunindo pouco mais 2000 manifestantes e sem a presença do convidado principal, Aécio Neves, o protesto que pedia a renúncia da presidente Dilma, foi pífio em Belo Horizonte

Praça da Liberdade — Como bem diz o nome, o local escolhido pelos mineiros para a concentração da tentativa de manifestação contra o PT e a presidenta Dilma, teve liberdade para receber através de faixas e cartazes, diversos temas, mas em sua maioria construídos com frases desconectadas.

A confusão de ideias nas faixas e cartolinas que os manifestantes empunhavam eram evidentemente muito engraçadas, algumas agressivas, mas sem contexto algum. De palavrões dirigidos a presidente, até indignações com Reforma Política, pedidos de mais Bolsa Família, passando por pedidos de intervenção militar até separatismo. Esse cenário também se repetia nos carros de som, na voz dos líderes.

Daniel Pereira, líder responsável do movimento Vem Pra Rua, de BH, tentou explicar que as pautas seriam bem transparentes neste dia 12. Ele falou também como funciona a organização do movimento e quem custeia as manifestações. No momento em que entrevistávamos Daniel, houve uma hostilização por parte de um grupo que pedia intervenção militar.

A concentração foi marcada para 10h, mas o grupo iniciou a caminhada de pouco mais de 2km, ao meio-dia, e durante o trajeto algumas pessoas já voltavam pra casa, cenário bem diferente do dia 15. Um desfile de clube de proprietários de motos Harley Davidson foi realizado, dando o tom festivo e descomprometido com as pautas políticas na manifestação.

Como em São Paulo, o movimento Vem Pra Rua também esteve presente, mas não conseguiu reunir sequer um terço de pessoas, como no protesto anterior.

Representante do Movimento Brasil Livre disseram ao microfone: “cadê a oposição? Cadê o Aécio?” e foi seguido por vaias e apoios, predominantemente mais vaias.

Minorias — Como em outros estados do Brasil, novamente, notou-se a ausência de negros. Encontramos um jovem, de 21 anos, que segurava uma faixa, em frente a Praça da Liberdade com os dizeres # Fora Dilma, fora PT, viva o povo brasileiro#. O rapaz não quis se identificar, e justificou tal atitude com a frase: #contratinho moça, mas não vou dizer quanto# , numa tentativa de explicar que estava sendo pago pelos movimentos, para segurar a faixa.

Outro negro presente foi Marcelo Silva (na foto), 34 anos, o líder do bloco a Zelite Branca, grupo de percussionistas, formado por pessoas de classe média alta e brancos, que disse se sentir inserido no grupo, mas só naquele momento em que estava comandado a fanfarra.

A manifestação teve fim na Praça da Estação com pouco mais de 500 participantes.

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