Cenário das pessoas iniciantes em UX / UI em 2022

Quem são os profissionais que querem entrar na área de UX? E o que o mercado espera deles? Responder essas perguntas é o que buscamos para a 2ª edição da pesquisa do Jovens UX/UI.

Queremos entender o cenário das pessoas iniciantes em UX no Brasil e trazer um panorama para toda a comunidade, explorando os principais motivadores para buscar a área, as barreiras para entrar no mercado de UX e o que profissionais com maior experiência no mercado e recrutadores consideram ao indicar um profissional júnior.

Nesta edição, compartilhamos com muita felicidade um aumento de 151% na quantidade de participantes da pesquisa em relação ao ano de 2020.

Coletamos 312 respostas em um formulário desenvolvido no Google Forms. O formulário foi divulgado nos grupos de whatsapp e nas redes sociais da comunidade Jovens UX/UI.

Índice

Aqui fica os artigos lançados!

1. Perfil do profissional de UX
2. Formação e salário do profissional de UX.
3. Perfil do profissional Júnior

Perfil da pessoa profissional de UX / UI

Que somos uma comunidade jovem, a equipe do Jovens UX/UI já suspeitava, mas nessa primeira etapa da nossa pesquisa, buscamos conhecer melhor quem são os profissionais da área de UX e analisar a diversidade dentro da comunidade.

Entendemos que o conceito de diversidade é muito amplo e, por isso, conseguimos analisar somente alguns aspectos, buscando fazer um comparativo com pesquisas anteriores. Vamos nessa?

Idade

Será que ainda somos uma comunidade jovem?

Sim! Somos uma comunidade jovem. A maioria dos respondentes têm entre 19 a 34 anos, representando 80,8% dos participantes da pesquisa.

E, digo mais: Também éramos uma comunidade jovem 11 anos atrás! Em uma pesquisa realizada pela UPA São Paulo em 2011 com 247 respostas para o Encontro Brasileiro de Arquitetura da Informação, o profissional de UX entre 20 a 35 anos representava mais de 67% dos respondentes.

Será que a nossa área atrai mais profissionais iniciantes no mercado de trabalho ou é apenas o início da carreira para futuras especializações?

Visualizar imagem em alta definição: https://drive.google.com/file/d/1Id2soiHFDOak9uZaEDHa87SZ-bHsbaJW/view?usp=sharing

Identidade de gênero

O cenário da identidade de gênero em UX é bem parecido com o que foi mapeado na primeira edição da pesquisa em 2020, mas não é o mesmo da década passada. Vamos analisar os dados?

A comunidade de UX continua sendo majoritariamente composta por mulheres, representando 59,6% das respondentes, mas se compararmos com a pesquisa realizada pela UPA São Paulo em 2011, a representatividade feminina em UX teve um aumento médio de 15% nesses últimos 11 anos.

Os outros números da pesquisa são homens que representam 39,1% dos respondentes e pessoas não binárias que representam 0,3% da pesquisa. É importante ressaltar que nessa primeira análise foram incluídos homens e mulheres que se declaram transgêneros.

Visualizar imagem em alta definição:https://drive.google.com/file/d/1lg89hv5nPX9kX3odQV0oGRqXpeJYyLD9/view?usp=sharing

A quantidade de participantes não binários nos motivou a analisar a porcentagem de pessoas transgênero e cisgênero participantes da pesquisa, e os dados são preocupantes: apenas 1% dos respondentes se declaram como pessoas trans.

De acordo com um levantamento pioneiro feito pela Faculdade de Medicina de Botucatu — FMB da Universidade Estadual Paulista — UNESP publicado na Nature Scientific Reports em 2021, 2% da população brasileira são pessoas trans ou não binárias, isso representa 4 milhões de pessoas.

Visualizar imagem em alta definição:https://drive.google.com/file/d/1B-a_FemyyvX7xFgGZRF1vI5nrsolhyBA/view?usp=sharing

Aonde está a comunidade trans em UX?

Orientação sexual

Já falamos sobre a enorme diferença entre pessoas trans e cis em UX, agora vamos explorar ainda mais a comunidade LGBTQIAP+ analisando a orientação sexual.

Em UX, a comunidade LGBTQIAP+ representa 27,2% dos respondentes, sendo uma minoria em nossa pesquisa se comparado com os 69,9% dos participantes que se consideram heterossexual.

Vale acrescentar que, entre os respondentes 15,4% são bissexuais, 8% homossexuais, 2,2% pansexuais e 1,6% assexuais.

Visualizar imagem em alta definição:https://drive.google.com/file/d/1PdrefuY80FoPCfjMN_NhT5XbV-Ci-aqH/view?usp=sharing

Raça

E a diversidade racial, tá tendo?

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) 2021 que analisou, com base na autodeclaração, a porcentagem da população brasileira por cor ou raça, 47% da população brasileira se autodeclara como pardos, 43% como brancos, e 9,1% como pretos.

Porém, em UX, essa lógica é invertida: 61,5% dos respondentes são brancos, 26,6% são pardos e 8,7% são pretos. É possível ver essa inversão no gráfico abaixo.

Visualizar imagem em alta definição:https://drive.google.com/file/d/1U-LwogJAnBck-FkHTCfzZnTxFOCtheev/view?usp=sharing

Além disso, 1,9% são pessoas amarelas e indígenas, mas mesmo se juntarmos a porcentagem de pessoas não-brancas que participaram da pesquisa (37,1%) ainda não superaríamos a majoritariedade branca.

Deficiência

Segundo a PNS (Pesquisa Nacional de Saúde) de 2019, aproximadamente 17 milhões (8,4% da população brasileira) de pessoas acima de 2 anos possui algum tipo de deficiência, seja ela leva, moderada ou severa.

• Deficiência visual: 6,9 milhões de pessoas;
• Deficiência auditiva: 2,3 milhões de pessoas;
• Deficiência mental: 2,5 milhões de pessoas;
• Deficiência física nos membros inferiores: 5,4 milhões de pessoas;
• Deficiência física nos membros superiores: 7,8 milhões de pessoas.

Na faixa etária acima de 60 anos, a proporção é de uma a cada quatro pessoas com algum tipo de deficiência.

Em nossa pesquisa, apenas 8% dos respondentes são pessoas com deficiência, sendo que 5,1% do total de participantes são pessoas neurodivergentes.

Será que o acesso ao conhecimento de UX ainda não é acessível para PCD‘s? Ou são as empresas que ainda não forneceram espaço suficiente para PCD ‘s entrarem no mercado?

Visualizar imagem em alta definição:https://drive.google.com/file/d/1NDARuLy_lC1PYhaSqQOnTOnCYAB3-WBq/view?usp=sharing

Região

A distribuição geográfica da comunidade de UX se apresenta de uma maneira bastante desigual. A maior concentração de pessoas está na região sudeste do país (59,6%), seguida da região Sul (17,6%) e Nordeste (17,3%). Vale ressaltar que 40% do total de respondentes residem em São Paulo.

Até que ponto o retorno às atividades presenciais vai afetar as pessoas que residem em diferentes regiões do Brasil?

Outro dado que chamou a atenção foi o da região Norte do país que registrou apenas 4 respostas. Ao buscar esses respondentes, concluímos que 3 deles são iniciantes em UX.

Será que migrar para outro estado é uma realidade para aqueles que residem na região Norte do país e desejam seguir carreira em UX?

Visualizar imagem em alta definição:https://drive.google.com/file/d/1vLrg1zoTEfgbHhyzSsgZqf62eZog__5l/view?usp=sharing

Gráfico completo do perfil do profissional de UX

Visualizar imagem em alta definição:https://drive.google.com/file/d/1Sh8olsmzbBmTs1AgUgUojZk3HUslO5gb/view?usp=sharing

Não conhecia a iniciativa? Faça parte da comunidade Jovens UX/UI seguindo nossas redes sociais: Instagram, LinkedIn e Medium. Ou então através dos nossos grupos de Whatsapp e Telegram.

O Cenário das pessoas iniciantes e recrutamento em UX 2022 é uma realização coletiva da comunidade Jovens UX/UI, com o formulário desenvolvido por Vitor David, análise da pesquisa por Caroline Gomes e Andreza Camurate, artigo escrito por Caroline Gomes, ilustrações por Caroline Gomes e gráficos por Andreza Camurate.

Quem apoia esse projeto?

Muito obrigada a todos que responderam nosso formulário. Agradecemos especialmente aos nossos apoiadores que ajudaram na divulgação da pesquisa: Nina Talks, Observe 2022, Daniel Furtado — UXNOW, Mulheres de produto, UI Will, Foco no Jr, UXCo, Encontro UX, Bruno — bsa_UX, IF — Interaction Future e UX em casa.