Anabolizantes — Conheça os riscos do uso desses produtos

Julia Lins
5 min readSep 21, 2016

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O trabalho a seguir irá retratar sobre o uso de substâncias e produtos anabolizantes, problematizando as consequências do mau uso. O uso desses produtos se tornou frequente devido à popularização das academias, e do desejo de se obter um corpo perfeito, que é a promessa trazida por essas substâncias.

1 O QUE SÃO ANABOLIZANTES?

Os esteroides androgênicos anabólicos, mais conhecidos como anabolizantes, são hormônios sintéticos que imitam o hormônio testosterona. Apesar de ser conhecido como um hormônio masculino, a testosterona também é encontrada nas mulheres, mas em uma quantidade bem menor. Eles atuam no crescimento celular e em tecidos do corpo, como o ósseo e o muscular. Existem diversos tipos de anabolizantes que podem ser encontrados na forma de comprimidos, cápsulas e injeções intramusculares.

A testosterona tem dois efeitos no organismo: o andrógeno e o anabólico. A primeira influência nas características masculinas como mudança de voz, crescimento do órgão sexual, crescimento de pelos e agressividade. Já o segundo influencia no controle de gordura e aumento de massa muscular e força.

2 EFEITOS COLATERAIS

O uso dessas substâncias gera efeitos colaterais, tanto em homens como em mulheres, como por exemplo: aumento de acnes, queda do cabelo, distúrbios da função do fígado, tumores no fígado, ataques de ira ou comportamento agressivo, paranoia, alucinações, psicoses, coágulos de sangue, retenção de líquido no organismo, aumento da pressão arterial e risco de adquirir doenças transmissíveis (AIDS, Hepatite).

No caso das mulheres, o uso de anabolizantes acaba gerando características masculinas no corpo, como engrossamento da voz e surgimento de pelos além do normal. Além disso, aumento do tamanho do clitóris, irregularidade ou interrupção das menstruações, diminuição dos seios e aumento de apetite.

Nos homens, o excesso de anabolizantes pode causar aparecimento de mamas, redução dos testículos, diminuição da contagem dos espermatozoides e calvície.

Em adolescentes, as consequências podem ser ainda piores, como comprometimento do crescimento, maturação óssea acelerada, aumento da frequência e duração das ereções, desenvolvimento sexual precoce, hipervirilização, crescimento do falo (hipogonadismo ou megalofalia), aumentos dos pelos púbicos e do corpo, além do ligeiro crescimento de barba.

“As drogas incrementam o anabolismo, que é a fase pós-exercício, em que o corpo repõe a energia e reconstrói as células degeneradas”, diz o médico Bernardino Santi, coordenador estadual de doping da Confederação Brasileira de Futebol. Uma vez na corrente sanguínea, as moléculas da droga circulam em todo organismo. Nesse percurso, penetram nas células que formam os diversos órgãos, como fígado e coração, e nos músculos.

Além dos efeitos citados acima, o uso desses produtos e substâncias sem uma orientação médica, também pode levar á: impotência, problemas com o colesterol, desequilíbio hormonal e depressão.

3 VENDAS

Assim como em outras localidades do mundo, no Brasil a venda de produtos e substâncias anabolizantes é proibida, mas apesar disso, a Vigilância Sanitária ainda é falha e os esteróides continuam sendo consumidos cada vez mais.

“Muitas vezes, é o próprio instrutor quem chega para o aluno e diz que seu desenvolvimento chegou ao limite. Aí vem a sedução pelos anabolizantes”, explica Fernando Vítor Lima, professor da Universidade Federal de Minas Gerais e mestre em Treinamento Esportivo. Nas lojas de suplementos nutricionais, a situação não é diferente: “O charlatanismo é muito grande nesse meio. As pessoas receitam o produto como se soubessem tudo sobre ele. Quem compra, na verdade está pagando pelo sonho de um corpo perfeito, na verdade, de uma ilusão, porque os problemas ocasionados são muitos”, orienta.

Muitos dos compradores não fazem ideia do mal causado pelo uso desses produtos, apenas se deixam seduzir pela oferta de um “corpo perfeito”.

4 ATIVIDADES PROMOVIDAS POR CLUBES E ACADEMIAS

Como já dito anteriormente, o uso desses produtos é proibido no Brasil, mas mesmo assim eles continuam sendo consumidos, principalmente dentro das academias. Por isso, em 2012, a academia Bio Ritmo criou uma campanha com o tema Diga Não aos Anabolizantes — Pratique musculação de maneira consciente, o objetivo da campanha foi conscientizar as pessoas sobre a prática de atividade física sem uso de anabolizantes artificiais, incentivando outras atividades como a musculação e as aulas em grupo.

Outra campanha foi realizada em julho de 2013. Desta vez o estado escolhido foi o Paraná. Foi lançada uma campanha estadual contra o uso de anabolizantes, realizada pelo Conselho Regional de Educação Física (CREF-PR), Conselho Regional de Medicina (CRM-PR), Núcleo de Repressão aos Crimes contra a Saúde (Nucrisa) e Vigilância Sanitária de Curitiba.

Preocupadas com as consequências do uso dessas substâncias, as entidades elaboraram material educativo que foi distribuído em academias, escolas, postos de saúde e outros locais de circulação de jovens, principal alvo da campanha.

“A população precisa ser informada sobre os grandes riscos que envolvem o uso de anabolizantes. A busca por um corpo além dos limites do organismo pode trazer sérios riscos à saúde”, afirmou o presidente do CRM-PR, Alexandre Gustavo Bley.

5 DIFERENÇAS ENTRE SUPLEMENTOS E ANABOLIZANTES

Os suplementos alimentares podem suprir necessidades do corpo humano e melhorar o rendimento em atividades físicas. Eles são produzidos a partir dos próprios alimentos e seu consumo no país envolve principalmente a faixa etária dos 18 aos 35 anos. Além do que são considerados pela ANVISA alimentos com alto valor biológico e nutricional. Em alguns casos, os suplementos podem ser utilizados para o combate de algumas doenças como a sonolência e a osteoporose, entretanto nesses casos o suplemento é considerado como uma medicação. O correto é consultar um nutricionista antes de começar a tomar essas substâncias; a recomendação do médico é fundamental.

Os suplementos, além das funções citadas anteriormente, também contribuem para um melhor funcionamento de diversos órgãos do nosso organismo, como o fígado, o pâncreas, ossos e o coração. O Whey Protein, um dos suplementos mais consumidos no país, é feito a partir do soro do leite da vaca, de onde se extrai a melhor proteína e vários aminoácidos e vitaminas fundamentais, beneficiando os músculos e fornecendo nutrientes.

Mas é importante saber as diferenças entre anabolizantes e suplementos alimentares. Os anabolizantes são, em geral, derivados de testosterona, que podem ter análogos sintéticos do hormônio, então são substâncias de natureza completamente distintas. Vale lembrar que a pessoa que faz uso indiscriminado de anabolizantes, sem o foco no tratamento de doenças, está sujeita a desenvolver hipertensão, acne e problemas cardíacos, entre outros. O coração que é um músculo que sofre gravemente com o uso de anabolizante. O esteróide faz com que a fibra cresça e o coração vai ficando maior, dificultando a irrigação de sangue e perdendo a potência nos batimentos.

O efeito pode ser parecido com o de um anabolizante, porém sem nenhum efeito colateral e sem a explosão muscular.

CONCLUSÃO

O uso de substâncias anabolizantes é um tema recorrente na sociedade contemporânea, devido à popularização das academias. Os praticantes de atividades físicas utilizam esses produtos, sem pensar em seus pros e contras. Nesse sentido a sociedade precisa saber os efeitos e as consequências causadas pelo uso dessas substâncias. Sem esse conhecimento, muitos acabam acreditando que esses produtos funcionam como suplemento alimentar, e acabam se prejudicando.

De acordo com as questões apresentadas anteriormente, podemos perceber o quanto o uso de anabolizantes pode prejudicar organismo humano de diversas formas, causando desde problemas simples até a morte. Por isso a sociedade precisa e tem o direito de saber das consequências do uso desses produtos, para a partir disso fazer suas escolhas.

No final precisamos fazer um balanço do que vale mais a pena, um corpo bonito ou a própria vida.

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