Faço da minha luta, poesia.

Júlia Motta
3 min readJul 15, 2021

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"Aos poucos vencendo o silêncio, tenho devolvido ao meu povo uma história que é nossa. Então deixa que nós contamos.” -Poeta Júlia Motta

Imagem da poeta Júlia Motta. Fotografia de Elias Favoreto Junior

Júlia Ferreira Motta , é poeta marginal, slamer, escritora independente do livro RESISTIR PARA EXISTIR , monitora cultural e arte educadora.

Conheça Júlia Motta:

Poeta marginal protagonista da sua historia, atualmente trabalha entre oficinas, sarau e slam propagando a palavra em manifesto. Atende o público entre crianças, jovens e adultos com o projeto 'Versos de Resistência' e crianças e adolescentes pelo 'Sonhar com as Mãos'.

Foto da poeta.  imagem captada por Elias
Imagem da poeta Júlia Motta. Fotografia de Elias Favoreto Junior

Porque escrevo?

Escrevo pra não ser escravo, de uma historia que apropriam-se e contam sem conhecimento. Antes de pensar em escrever, eu vivi um silêncio que não me pertence.

Como diz Audre Lorde: “Seu silêncio não vai te proteger”

Quando escrevo é como devolver aos meus o que tomaram de nós, contar nossas histórias. Manter vivo a palavra enquanto proteção. Acredito que a poesia marginal não é escrita e performance, é ancestralidade, conhecimento e vivência, assim que entendi que meu espaço era dentro da poesia, trouxe toda a minha luta. Escrevo por mim, por nós, para quem está por vir. Não existe nada mais belo que sentir-se representado ou sentir que representa algo a alguém, por isso os versos que compõem minhas poesias dizem muito sobre a realidade, é sobre jogar ao mundo o peso de resistir diante a tantas lutas.

Acredito no poder da palavra, assim como na subjetividade de cada leitor, sentir-se provocados pela continuidade. E o poeta marginal tem essa função de traduzir a realidade, o íntimo, a existência e suas causas. Por isso, nós definimos marginais, vistos a margem, e manifestando sobre causas sociais que a sociedade recusa a falar, ou nega a existência. Antes da escrita é necessário que alguém tenha vivido aquela poesia, da mesma forma que o escritor explica a vida e tudo que trata de histórias.

Imagem da poeta Júlia Motta. Fotografia de Elias Favoreto Junior

Poesia marginal é uma manifestação.

Me permito muito ser ouvinte, de todas as histórias. É um exercício que todos nós deveríamos praticar, principalmente pelo fato de estarmos em mudanças constantes e com isso pessoas carecem de serem ouvidas, considerando que todos nós temos uma história, mesmo que cause espanto, comova ou seja insignificante a outras pessoas. O poeta traz diversos personagens, momentos ou sentimentos com ele, por ouvir o outro, enxergar o outro.

“A cultura na qual hoje sou parte, seja capoeira ou religião de matriz africana me traz esse espaço de sentido que ninguém faz nada sozinho, sempre precisamos do próximo. É necessário que alguém tenha cultivado a terra de um terreno para o alimento crescer, para o seu preparo, ser servidos e nos alimentarmos, e com esse mesmo propósito, precisa refazer esse trabalho de tempo e espaço, saber onde piso e como valorizo ​​isso tudo. Por isso existe nós, a pluralidade da palavra e o poder maior que causa. ”

Carregamos conhecimentos e corações, precisamos manifestar a dor e delícia de ser quem somos.

Conheça mais sobre a poeta:

https://www.instagram.com/poetajuliamotta/

Contato.poetajuliamotta@gmail.com

Imagem da poeta Júlia Motta. Fotografia de Elias Favoreto Junior

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Júlia Motta
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Escritora, poeta, arte educadora graduanda em pedagogia.