Desafios de um designer em uma startup early-stage

Juliano Sousa

--

Já se passaram mais de 1 ano desde que entrei na Azos (que inclusive, tinha outro nome na época). Fui a 12º pessoa a ser contratada, e hoje, com mais de 110 Azonautas, dá um brilho nos olhos ver tudo o que construímos juntos.

O mundo das startups não é algo novo pra mim, antes de iniciar em uma empresa com foco em produto, pensava como a maioria das pessoas: que o trabalho de um Designer era apenas desenhar a UI e UX.

E quem nunca se deparou com aquela imagem clichê do iceberg em fóruns, levantando várias discussões sobre o papel do UX Designer?! A verdade é que esse iceberg vai muito mais fundo quando se é Designer em uma startup early-stage.

peixes abissais, criaturas que vivem no fundo do mar
(Descrição da imagem: peixes abissais, criaturas que vivem no fundo do mar.)

Early-Stage = fase inicial

A dura realidade para nós, Designers, em startups assim, é que precisamos ser generalistas, precisamos ser PM, Researcher, Content, Brand, Motion Designer… pois como esses cargos ainda não tinham sido ocupados, era preciso exercer vários papéis para garantir o sucesso do produto.

No caso da Azos, éramos apenas 2 designers na empresa, contando comigo e o Matsuda, que era o Head de Design na época. Ficamos assim por alguns meses, até o Thiago chegar e desafogar um pouco nas demandas.

Os desafios

Nosso papel era garantir o sucesso do negócio de várias formas possíveis, não apenas projetando um produto bonito e intuitivo ou seguindo fielmente o Double Diamond, foi preciso atender todas as áreas da empresa, mas citarei as três áreas onde atuamos com mais frequência.

Produto

Nosso papel como Product Designer é ter um olhar estratégico ao desenvolver uma solução, visando resolver os problemas reais dos clientes.

No início, como não tínhamos PM (Product Manager), foi preciso lidar diretamente com os Founders pra entender as necessidades e impactos do negócio, e conversar com os devs sobre a complexidade pra desenvolver essa solução.

Depois disso, entrava nosso trabalho de design: pegar o figma em branco e criar um processo bem adaptado para o nosso contexto e lançar o produto com base nas proto-personas criadas.

Na hora de desenvolver, precisávamos garantir que os cenários estavam bem mapeados, pra isso foi preciso inserir em nosso enxuto processo de design técnicas como BDD (Behavior Driven Development, ou melhor, Behavior Driven Design) para que as entregas não afetasse o desenvolvimento e lançamento do produto.

Depois disso, acompanhamos a performance do produto, com muito Testes A/B, Analytics, Optimize, Hotjar, seguidos de Testes de usabilidade e entrevistas com os clientes pra aprender e evoluir o produto.

Branding

O Branding vai muito além do que logotipo e cores, trata-se de contar histórias e construir confiança.

Hoje em dia, todos estão empolgados com as tendências de UX Design, porém a marca é muito importante! Ela pode fazer seu negócio dar muito certo ou dar muito errado, e a maioria das startups early-stage ignoram essa parte.

Como eu disse no início do artigo, quando cheguei na Azos, a empresa tinha um outro nome. Então foi preciso criar uma nova identidade pouco antes de lançar o produto, e no momento em que a empresa estava, esse ponto era crucial.

Essa responsabilidade foi grande, mas no final, conseguimos construir uma marca que funcionou muito bem por um tempo. 🙏🏽

gif animado com a apresentação do branding book
(Descrição da imagem: gif animado com a apresentação do branding book )

Marketing

Sendo um dos únicos designers, tinha muito o que fazer, muito mesmo!😅 De criativos para Google ads, landing pages para campanhas, captação de leads e até e-mail marketing, era também nosso dever garantir que os objetivos do negócio estariam alinhados com as necessidades dos clientes.

Ou seja, como designers, precisávamos ter uma visão de ponta a ponta, passando por essas e outras áreas como: CX, CS, Antifraude, CRM, Comercial…Trabalhando além de produtos digitais, mas também com a comunicação, serviços e etc.

Hoje, na Azos, estamos vivendo um momento super diferente, com especialistas em cada área. Saímos de um Seed para Series A com mais de R$ 100 milhões captados e com parcerias gigantes.

Em pouco mais de 1 ano, vivi várias empresas em uma só, e o melhor de tudo é ver de perto o lugar crescendo.

Preocupando realmente com diversidade e não só trocando fotos em datas específicas para parecer cool no LinkedIn.

Um lugar que sinto confortável de trabalhar todos os dias, com um time pequeno de design, mas super talentoso, multidisciplinar e estratégico.

Sempre baseando em dados e acompanhado de perto o impacto do nosso trabalho:

Assegurar que os brasileiros tenham os seus sonhos protegidos.

Neste primeiro artigo, não poderia deixar de fazer alguns agradecimentos especiais.

Obrigado,

Fabio Matsuda pela parceria de longa data;

Laura Ruth, a Content Designer da minha vida, obrigado pelo apoio e por me incentivar a começar escrever. ❤

E ao time de Design da Azos, por ser tão inspirador!

--

--

Juliano Sousa
Juliano Sousa

Responses (4)