Aplicando UX e liderança em uma Hackathon
Conheça o Ágora Embu-Guaçu e a história de como fiz parte da criação de um web-serviço de impacto social do zero em uma competição de apenas quatro dias
🌱Como tudo começou…
Entre os dias 2 e 5 de outubro de 2023, a Alura, em parceria com a FIAP, realizou a Hack For Change, uma Hackathon destinado aos estudantes de ambas as instituições. O objetivo foi desenvolver uma solução tecnológica que atendesse aos problemas da cidade de Embu-Guaçu, município do interior de São Paulo, onde fica a Associação Passos Mágicos — parceira do evento cuja missão é tranformar a vida de crianças e adolescentes através da educação.
🚀Criando um time para a mudança!
Essa foi minha primeira Hackathon e me inscrevi mesmo sem fazer parte de um time. Encontrei meus parceiros de equipe através de um grupo criado no Telegram pelos organizadores da competição e fizemos nosso primeiro contato somente no primeiro dia da competição.
Minha equipe foi formada por dois desenvolvedores Front-End e dois Back-End. São eles:
💪🏼Os desafios
Meu maior desafio neste projeto foi conseguir aplicar as técnicas de UX Design em um time recém conhecido para criar algo novo, do zero, e em apenas quatro dias.
Ninguém na equipe havia participado de nada assim até então. Eu era a única pessoa de UX e também a única com experiência em gestão de projetos e em eventos semelhantes a uma Hackhathon, como acelerações de startups. Portanto, tomei a frente para auxiliar no desenvolvimento do projeto.
Para iniciar os trabalhos foi criada uma uma estrutura de Kanban no Notion onde definimos um cronograma de trabalho que guiou os nossos dias:
🔍Entendendo o problema
A fim de entender melhor o contexto do o município, conhecer os problemas locais e iniciar o processo de imersão em possíveis soluções optei por iniciar uma desk research.
Como o tempo era escasso e a equipe só conseguiria ter tempo livre durante a noite, todos ficaram responsáveis por levantar dados — algo que se estendeu até o dia 02 e nos levou ao brainstorming.
🎯Definindo heurísticas para criar uma solução
Para além de desenvolver uma solução de impacto social, levei em conta que estavamos participando de uma competição. Por isso, optei por levantar e transformar os requisitos do edital e o perfil de atividades dos parceiros e organizadores da Hachthon em heurísticas que embasaram a definição da nossa solução.
Com algumas ideias na mesa, o processo para o desempate da solução passou pela entrevista com o usuário. No Gather da Hackathon conversamos com uma moradora de Embu-Guaçu que nos ajudou a entender os principais problemas que existiam no município.
A conversa confirmou uma de nossas hipóteses levantadas na etapa de descoberta: existe um grande gap entre a comunicação da população de Embu-Guaçu com a administração pública da cidade.
Apesar da melhor fonte de dados serem os usuários, nosso tempo era curto e não podíamos ir à fundo na fase de imersão, entrevistando mais pessoas. Diante disso, não desenvolvemos pesquisa qualitativa e contamos com auxilio do relato da moradora e dados quantitativos levantados em nossa desk research.
Assim validamos a seguinte ideia de solução, atendendo aos pilares de inclusão e acessibilidade digital, educação e conscientização:
Construir um fórum online que permite aos cidadãos de Embu-Guaçu fazer denúncias para reinvindicar melhorias na infraestrutura urbana, aumentar sua participação política e ter acesso facilitado a administração pública local.
Considerando o cenário social da cidade, optamos por desenvolver uma solução web resposiva leve — o que exclui a necessidade de download de um app para a população.
⏱️Priorizar para entregar
Com pouco tempo disponível, priorizar foi a chave para conseguir entregar uma solução viável, tanto em execução e impacto social, quanto em desenvolvimento, já que hackathon contava com um code review em seu critério de avaliação.
Diante disso, propus uma seção de priorização com os desenvolvedores. Adotei como ferramenta a matriz de posicionamento, que preenchi com as nossas ideias de funcionalidades para o sistema versus alguns critérios eliminatórios do evento.
Aqui foi estruturado ainda o modelo de negócio baseado no mercado de GovTechs. Considerando os serviços já oreceridos pelo município, apontei a viabilidade técnica e econômica de tornar nossa solução uma API que poderia ser integrada a diferentes aplicações já existentes da gestão municipal.
🎨Prototipação e desenvolvimento
Neste ponto, junto com os desenvolvedores, co-criei um fluxo de navegação que norteou o meu trabalho de prototipação e optei por iniciar o projeto em alta fidelidade para poupar tempo. Para acelerar o desenvolvimento usei como base o design sistem do Blazor. Esse foi o resultado:
No terceiro dia havia pouco tempo disponível e infelizmente não foi possível desenvolver a versão mobile do protótipo navegável. Enquanto os desenvolvedores partiram para a etapa de código fiquei responsável pela preparação da apresentação e roteiro de gravação do pitch.
💡E quais foram as lições aprendidas?
Com tão pouco tempo disponível é preciso ser ágil, saber priorizar e se comunicar!
Estar um time de pessoas completamente novas, com perspectivas e backgrounds distintos reforçou o poder da comunicação e colaboração no processo de decisões. Isso nos permitiu conseguir priorizar sem dor de cabeça e ser ágil para entregar o projeto dentro do prazo.
Apesar de não ter conseguido chegar até a etapa final da competição, sai com uma enorme bagagem de conhecimento sobre como trabalhar mais próximo de desenvolvedores e aplicar metodologias de UX em times pequenos e com prazos apertados. Além de, claro, construir um forte networking com minha equipe!
Para conhecer mais sobre o meu trabalho, você pode me acompanhar no meu LinkedIn: Júlia Vasconcelos | LinkedIn