Campo, Floresta e Águas

Kaio D. Melo Gorgonha
27 min readMar 2, 2018

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ÍNDICE

1.Introdução — Matéria do NESP

2.Plano de Ensino

3. Dia 1 — 26/02/2018

4. Dia 2, Dia das Mulheres — 27/03/2018

5.Dia 3, Dia do Painel — 02/03/2018

6. Galeria de fotos do dia 3

7. Perfis dos Alunos

8. Avaliação da Disciplina — Comentários dos Alunos

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Introdução

Para começarmos a falar sobre Saúde das populações do Campo, da Floresta e das Águas e da Importância de uma Disciplina dedicada ao tema dentro de uma Universidade.

Reportagem feita pela reporter Tamires Marinho e publicada no site do Núcleo de Estudos em Saúde Pública — NESP. http://www.nesp.unb.br/index.php/noticias/396-disciplina-de-verao-da-unb-discute-a-saude-das-populacoes-do-campo-da-floresta-e-das-aguas

Pela primeira vez um curso de pós-graduação da UnB oferece uma disciplina que aborda o conhecimento popular como foco central das discussões e abre espaço para que a ecologia de saberes seja protagonista no processo de ensino-aprendizagem. A ideia foi proposta pelo Observatório da Política de Saúde Integral das populações do Campo, da Floresta e das Aguas (OBTEIA), vinculado ao Núcleo de Estudos em Saúde Pública do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares da Universidade de Brasília (NESP/CEAM/UnB), junto ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências da Saúde (PPGSC/FS/UnB).

A disciplina está estruturada na análise dos resultados das pesquisas do OBTEIA contidas no livro Campo, Floresta e Águas — Práticas e Saberes em Saúde”, lançado em outubro de 2017 pela Editora UnB, e é totalmente baseada em metodologias ativas de ensino-aprendizagem com o mínimo de aula expositiva, priorizando abordagens que favoreçam um espaço plural de debate como rodas de conversa e estudos de caso. Tem como objetivo analisar conceitos e métodos de pesquisa relacionadas ao tema da Saúde das populações do Campo Floresta e das Águas e estudar o impacto do modelo de desenvolvimento neoextrativista na saúde dessas populações e as múltiplas alternativas existentes, além de discutir o processo de implantação da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo Floresta e das Águas (PNSICFA) a partir de múltiplos olhares e vozes de territórios.

De acordo com o coordenador da disciplina, professor Fernando Carneiro, a ciência tem muito a aprender com os povos tradicionais que mesmo sem ter um sistema de saúde sempre cuidou de sua comunidade na floresta usando recursos da própria natureza. “Se você soma o conhecimento indígena de fitoterapia e dialoga com o farmacêutico voltado pra pesquisas nesse campo, existe um potencial extraordinário desses saberes se complementarem. Essa é a ideia da ecologia de saberes e nós já praticamos essa metodologia no OBTEIA e nas nossas pesquisas e, agora, temos a oportunidade de fazer isso de forma inédita em uma disciplina de pós-graduação, pois não basta ensinar ecologia de saberes, é preciso promover uma práxis desta”.

A disciplina de verão está sendo ofertada na modalidade optativa, mas há um interesse dos professores em torná-la permanente já no próximo semestre.

Pedagogia do exemplo

Considerando a ecologia dos saberes como um conceito baseado na ideia de que o saber popular em diálogo com o saber científico é capaz de construir um outro saber que pode ser até mais efetivo para mudar realidades, o corpo docente da disciplina traz na sua equipe uma professora cuja formação não foi forjada nos bancos universitários, fundamentada exclusivamente em teorias, mas sim em espaços onde a luta diária pela garantia dos seus direitos tanto como mulher, pescadora, negra, quilombola, como pesquisadora popular do OBTEIA, lhe concedeu experiência suficiente para falar sobre uma realidade que ela vive e conhece melhor do que ninguém.

Eliete Paraguassu assumiu a função de professora com a missão de preencher uma lacuna que para ela sempre dificultou a relação entre os profissionais de saúde e a sua comunidade. “Nós nunca fomos reconhecidos como professores que de fato somos, portadores do saber que adquirimos com nossas vivências e essa disciplina é uma grande oportunidade para falarmos sobre isso, faz com que a gente se sinta contemplado para contar o que a gente vive, pois para nós é muito importante esse ouvir. A gente poder falar para as pessoas que trabalham no dia a dia com a saúde da nossa comunidade, que são os profissionais de saúde, que nunca nos ouviram e a gente sabe que as coisas acontecem bem quando nos ouvem”.

Eliete acredita que essa iniciativa abrirá outras portas para que os povos tradicionais estejam cada vez mais presentes e atuantes dentro das universidades promovendo essa troca de conhecimento tão importante para ambos os lados. “As comunidades precisam estar mais nas universidades e em todos os espaços que a sociedade se forma para trabalhar com a gente, pois quando a academia nos ouve ela tem a oportunidade de desenvolver um olhar diferenciado para nossa realidade. A gente partilha o que tem e o que sabe com a esperança de que lá na frente a gente vai ser atendido melhor, vai ter um futuro melhor”.

Para Fernando esse é o principal ponto que torna essa disciplina inédita na academia. “A gente não está aqui ensinando ecologia dos saberes, nós estamos praticando e isso é que a gente chama da pedagogia do exemplo. A disciplina já nasce e é praticada com essa perspectiva, ao mesmo tempo que se coloca questões teóricas, coloca-se questões dos movimentos sociais”.

Além de Eliete Paraguassu, o corpo docente é composto por profissionais de diversas áreas, tanto da UnB quanto de outras instituições.

Claudia Pedrosa, professora do Departamento de Saúde Coletiva da FS/UnB e especialista em estudos de gênero e ruralidade também compõe o quadro de docentes da disciplina e trouxe em suas aulas um tema ainda pouco discutido no ambiente universitário. “A disciplina foi inovadora por trazer para dentro da academia um debate tão necessário com o movimento social, que é a questão da violência contra as mulheres do campo floresta e águas. Tivemos a oportunidade de problematizarmos, por meio de estudos de caso e analisando os dados da pesquisa que coordenei em 2011, com o pesquisador Alexandre Arbex, “Pesquisa Perfil socioeconômico e condições de vida das mulheres trabalhadoras do campo e da floresta”, como ainda está invisibilizada essa questão em nossas práticas e estudos.

Segundo a professora, a discussão foi bastante qualificada e pode-se refletir, no campo da saúde coletiva, quais os caminhos e contribuições são possíveis de se implementar como sanitaristas implicados com a promoção dos direitos das mulheres.

Alana Maciel, Mestranda do Programa de Pós-Graduação de Meio Ambiente e desenvolvimento rural da Faculdade de Planaltina é uma das estudantes que está cursando a disciplina. Para ela, compreender as necessidades do seu sujeito de pesquisa e o contexto em que ele está inserido é essencial para o desenvolvimento de uma prática mais efetiva que ultrapasse o campo das teorias e transforme, de fato, realidades.

“Eu estou muito feliz com a oportunidade de estar cursando essa disciplina, de fazer parte dessa primeira turma já que, particularmente, eu me identifico muito com a temática, pois meu avó era ribeirinho, ele pescava para sobreviver e hoje na minha pesquisa eu me deparo com ribeirinhos e a gente costuma ter uma visão muito diferente da realidade dessas populações que, de modo geral, são sempre muito negligenciadas. São aspectos econômicos, sociais e ambientais únicos, singulares, que nós temos que compreender e eu vejo que essa disciplina está me abrindo as portas para tentar mudar um pouco dessa realidade”.

Alana ressalta o papel das políticas públicas para garantir que todos e todas tenham suas demandas atendidas considerando as particularidades de cada população. “A disciplina está me mostrando muitas coisas como, por exemplo, a diferença no acesso às políticas públicas e a necessidade de se desenvolver um olhar mais sensível para essas populações. Nós temos que escutar quem está na ponta, temos que fazer políticas públicas para eles, adequando à realidade e às especificidades deles”.

A estudante acredita que é extremamente importante, tanto do ponto de vista ético quanto metodológico, que os pesquisadores apresentem uma devolutiva para a população que forneceu dados para sua pesquisa. “Uma coisa que eu estou aprendendo muito na academia é que não basta ser um pesquisador, fazer artigos e trabalhos acadêmicos, é preciso ir além e realizar uma ação concreta para levar qualidade de vida àquela população que faz parte do meu objeto de estudo e isso inclui apresentar os resultados do meu trabalho à ela”.

No encerramento da disciplina será realizada uma avaliação da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo Floresta e das Águas durante a exposição de um painel que contará com a participação de representantes do Ministério da Saúde, movimentos sociais, Fiocruz e UnB. A atividade acontecerá nessa sexta-feira, 02/03, a partir das 13h, na Fiocruz/Brasília e é aberta a todos que se interessem pelo tema.

1.Plano de Ensino

A seguir o plano de ensino dessa disciplina unica, que pela primeira vez nas Universidades Brasileiras dedicou total foco ao tema da saúde das populações dos Campo, Floresta e Águas

Dia 1- 26/02/2018

No primeiro momento da disciplina, pela manhã, nós fizemos uma rodada de apresentações onde cada um falou seu nome, em que era formado, qual o sua atuação acadêmica atual e qual o seu lugar de origem. Curiosamente só o professor e um outro aluno não eram de origem do norte ou nordeste, o que contribuiu muito para a disciplina, pois essas regiões são as mais afetadas por problemas de saúde nas comunidades de Campo ,Florestas e Água.

Após esse momento de apresentações, o Professor Fernando Carneiro nos propôs uma atividade, cada aluno colocaria numa folha de papel, repostas para as seguintes perguntas

Nome:

Formação?

O que faz da vida?

Quais as expectativas quanto à disciplina?

Qual a sua utopia?

Esse exercício foi importante para aproximarmos nossos pensamentos e anseios para darmos início a semana de estudos.

Na segunda parte do dia, após o almoço, nós tivemos o prazer de sermos apresentados a uma moradora da Ilha de maré (Salvador — Bahia), seu nome é Eliete Paraguaçu. Essa mulher é uma das lideres da União de Pescadores Local e na sua pauta estão a luta contra o preconceito racial sofridos pelas comunidades quilombolas e a proteção de sua terra contra as crescentes consequências ruins que as indústrias petroquímicas, portuárias e de turismo trazem para a região. Na sua apresentação ela nos apresentou sua experiência de vida, e a cada frase nós íamos percebendo por quantos lados aquela população sofre, e a intensidade com que isso acontece.

Alguns dos temas abordados durante a fala da Eliete foram:

Contaminação da região por substância tóxicas como o benzeno e metais pesados como o cádmio, chumbo, mercúrio. Esses produtos são derivados dos trabalhos de extração minerais e de petróleo.

Um conhecimento da região e do trabalho dos pescadores e marisqueiros realizado por pesquisadores organizados por Paulo Pena, que atuou como secretário de Saúde durante o governo Lula e Dilma, essa pesquisa de campo mostrou as dificuldades no âmbito de saúde no trabalho, problemas de reconhecimento e caracterização na busca pelo benefício do INSS.

E sobre a importância do embasamento técnico-científico junto aos movimentos sociais.

Dia das Mulheres, dia 27/03/2018

Obviamente hoje não é das mulheres (que é dia 8 de março, semana que vem), mas hoje foi um dia especial na disciplina para dar mais foco e voz para as mulheres. Começamos o dia com a exibição do filme Mulheres das águas, que como o título já fala tem como protagonistas as mulheres pescadoras de algumas regiões do nordeste que trabalham como marisqueiras e pescadoras na região.

Um retrato da vida e da luta das pescadoras nos manguezais do Nordeste do Brasil. O modo de vida e a sobrevivência de suas famílias estão ameaçados pela poluição de grandes indústrias e pelo turismo predatório, causadores de danos ao ecossistema. O documentário destaca o engajamento e a resistência dessas mulheres em busca da preservação e demarcação dos territórios pesqueiros, manutenção e ampliação dos seus direitos sociais, melhoria das condições de trabalho e da saúde. (descrição do youtube)

direção: Beto Novaes
realização: VideoSaúde Distribuidora e UFRJ
ano de produção: 2016
distribuição: VideoSaúde Distribuidora

Assuntos discutidos após a exibição do filme:

Os produtos de pesca que são vendidos na feira de são Joaquim. Os pescados são vendidos nas feiras, ou mesmo diretamente paras os grandes hotéis e restaurantes, e são vendidos por preços muito baixos e não existe uma maneira atualmente para melhorar essa situação. Uma solução para melhorar esse problema, seriam setores de beneficiamento dos produtos de pesca nas regiões, mas isso gera um custo de serviço e equipamentos que os trabalhadores não podem arcar. A pesca as vezes é a única fonte de renda de muitas famílias da região então eles precisam vender os produtos rapidamente e não tem muitos meios de armazenagem, o que diminui mais ainda o tempo para se lidar com a negociação de seus produtos, precisando vende-los o mais rápido possível. Outro problema é a qualidade do produto, todos os problemas anteriormente citados influenciam nessa questão. Para que cada produto de pesca seja vendido por um preço melhor eles precisam se adequar a maiores padrões de qualidade, o Ministério da Saúde e Anvisa determinam os padrões de qualidade do ponto de vista microbiológico e toxicológico dos alimentos por meios da RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA (RDCs) e os moradores não tem condições de se adequar a essas exigências. Aqui temos um problema que é uma faca de dois gumes.

Amor, importância e orgulho de viver e até mesmo de sobreviver na ilha maré. Uma das partes que mais me chamou atenção no filme, foi a fala de uma das pescadoras sobre os mares, fiz um printscreem da tela nessa cena.

Outro Ponto abordado foi o racismo ambiental, mas afinal de contas o que é Racismo Ambiental? O termo se tornou notório a partir de uma fala de um líder do movimento negro nos Estados Unidos, chamado Benjamim Chavis:

“Racismo ambiental é a discriminação racial nas políticas ambientais. É discriminação racial na escolha deliberada de comunidades de cor para depositar rejeitos tóxicos e instalar indústrias poluidoras. É discriminação racial no sancionar oficialmente a presença de venenos e poluentes que ameaçam as vidas nas comunidades de cor. E discriminação racial é excluir as pessoas de cor, historicamente, dos principais grupos ambientalistas, dos comitês de decisão, das comissões e das instâncias regulamentadoras”

Para dar um exemplo do que estava acontecendo nos Estados Unidos, quando esse termo surgiu em 1983, em 8 estados do sul dos EUA (onde a segregação racial é histórica) 75% dos depósitos de rejeitos eram feitos em bairros negros, mesmo quando só 20% da população total da região era negra, ou seja, existia uma grande disparidade de interesses quando as decisões públicas e comerciais eram tomadas.

O que está acontecendo em vários terrenos Brasileiros não é tão diferente do que aconteceu nos EUA, os locais de habitação de comunidades pobres são negligenciadas durante as escolhas políticas sobre construção, exploração e descarte de rejeitos e resíduos em suas localidades, ações essas que na maioria das vezes trazem mais malefícios do que benefícios para a população e ambiente. Sabendo disso, pesquisadores vinculados a Fiocruz e a FASE tiveram a iniciativa de criação da Rede Brasileira de Justiça Ambiental, que é descrita como:

A RBJA é uma articulação de grupos e pessoas que atuam contra o racismo e as injustiças ambientais: organizações da sociedade civil, movimentos sociais, movimentos comunitários no campo e na cidade, setores acadêmicos, profissionais de diferentes áreas e militantes que vivenciam e/ou testemunham, e lutam contra as violências sociais e ambientais do desenvolvimento brasileiro.

Link da Rede Brasileira de Justiça ambiental http://www.justicaambiental.org.br/

Hoje na disciplina o tema abordado foram as experiências relatada no capítulo 03 do ‘‘Campo, Floresta e Águas-Práticas e saberes em Saúde’’. Esse capítulo chamado ‘‘A teia na luta pelo direto a vida nos territórios’’ mostra a realidade de pulações negligenciadas em vários territórios brasileiros. E como sugestão de atividade prática, o nos provocou Professor com 3 Questionamentos:

1. O que ameaça e promove a vida no território ?

2. Qual o conceito de Saúde das Populações Campo, Floresta e Águas das experiências ?

3. Quais foram os aprendizados da Práxis apresentada?

Essa atividade foi realizada de forma livre, onde cada aluno(a) podia expressar suas respostas de forma criativa, utilizando a metodologia que preferisse na exposição da problemática.

Na segunda parte do dia, após o almoço, cada aluno apresentou suas repostas sobre um território especifico

Um dos trabalhos apresentados, sobre a região de tauá Josierton Cruz Bezerra

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Outro trabalho que foi feito, utilizando maneiras alternativas para se abordar o tema, foi o trabalho do nosso colega Davllyn dos Anjos.

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Dia do Painel , dia 02/03/2018

PAINEL DE SABEReS, PRATICAS E POLÍTICAS DAS PCFA

O que falta para a implementação da PNSIPCFA?

Para se destacar o que falta, necessita-se identificar o que já se tem, dando uma dimensão dialética para a questão e possível de mensurar as conquistas, as respostas. O que se tem é satisfatório? Atende as necessidades de saúde das populações? Em relação a que modelo de atenção à saúde e de desenvolvimento? O capitalismo globalizado provoca impactos mais complexos em países, nações, povos, populações, territórios, comunidades, pessoas.

Já se tem:

- Há muita organização, muitas lutas, muitas redes em diferentes escalas: local, regional, nacional, global; agenciadas pelos movimentos sociais e novos atos políticos.

- direitos sociais conquistados, apesar de não se ter superado todas as desigualdades, rompendo com a lógica da filantropia, meritocracia, favor, mando. Há ainda resquícios.

- Tem reconhecimento da diversidade dos sujeitos/povos do campo, florestas e águas, contudo há dificuldades de se entender as diferenças entre estes. Deixando-se, no campo da saúde, de denominar estas populações de forma homogênea.

- Para aprimorar o SUS, tem-se ainda a formulação da política nacional de saúde integral das populações do campo, florestas e águas. A PNSIPCFA aprovada pelo CNS — pactuada na CIT — conquista a partir de pressões e reivindicações dos movimentos sociais pelo direito universal, integral e equânime à saúde (Brasil, 2011). Medida formal X compromisso ético para enfrentamento asa iniquidades, acometem grupos populacionais e indivíduos com largo histórico de desigualdades e negação de direitos, como são as populações do campo, da floresta e das águas.

O que falta:

- saúde e políticas contextualizadas, territorializadas. As regiões de saúde são definidas mais organizativa e administrativamente, não dialogando com o cotidiano do território vivido.

- Falta ainda dar maior concretude ao significado da equidade como dimensão ética, estruturante e transformadora das desigualdades. Ainda muito reduzida a acesso, ainda que esta dimensão de fato seja necessária, entretanto, não é suficiente.

- Há ambiguidades na interpretação da política, do que seja política de equidade e do propósito desta. O plano operativo é importante para a gestão, mas acaba restrito a “fazer mais do mesmo”, o que o “é possível”. Falta compreender melhor a que público se destina esta política. Como fazer? Onde fazer? Com quem fazer?

Dialogando dialeticamente…

Que significados e sentidos de equidade em saúde tem-se atribuído a esta política?

- Mediação conceitual.

- As narrativas das lideranças populares = ideário de igualdade social e de justiça sócio-ambiental, apontando para além do acesso às ações e serviços de saúde, sem que isto signifique a anulação da importância de superar as barreiras que dificultem o acesso dessas populações ao SUS.Lutam para reescrever sua própria história e mudar sua posição no mundo.

- As narrativas dos gestores e trabalhadores do SUS, restringem seu significado à ideia de acesso a bens e serviços de saúde mediante a eficiência da gestão pública, na atenção básica e na regionalização do SUS X agudas disparidades locorregionais de conformação do SUS no interior do Brasil. 80% dos municípios tem menos de 50 mil habitantes, pouca infraestrutura, menor rede de serviços públicos instalada e os mais baixos indicadores de saúde, comparativos aos moradores das cidades, sobretudo das regiões norte e nordeste.

- Revisão etimológica realizada por Paim & Silva (2010) — equidade em saúde um contraponto às desigualdades socioeconômicas e as de saúde.Equidade em saúde articulada aos princípios da universalidade e da integralidade. Universalidade = direito universal à saúde, aquilo que e comum a todos (Welfare State e a Conferência de Alma-ta 1978) — Integralidade = atendimento integral.

- Naomar Almeida (2009) — Não tem sido compreendido em sua larga dimensão ética, social, econômica e política X uso como equivalente àquilo que é injusto levando uma forte tendência de restringir direito universal e a equidade ao sinônimo de acesso a bens e serviços de saúde. Perigo = despolitizar a questão da saúde mediante a naturalização das disparidades na ocorrência de doenças e eventos relacionados à saúde que afetam de formas diferenciadas grupos sociais e indivíduos.

- No texto da PNSITCFA não se restringem apenas ao acesso em saúde mais as políticas púbicas intersetoriais que possibilitem insindir sobre os fatores que determinam as condições de produção e reprodução de vida e saúde destas populações: acesso à terra e a permanência dos seus territórios a democratização e o uso sustentável dos recursos naturais, moradia digna com saneamento básico e a agua de qualidade para o consumo humano e a produção da segurança alimentar e nutricional; superação de violência e dominação baseadas na raça, gênero, etnia, geração, orientação sexual e crenças religiosas.

- Significado amplo de equidade em saúde — dialoga com a utopia indenitária e societária dos movimentos sociais — satisfação das necessidade humanas, e de buen-vivir ou melhor viver. Em contra posição ao malviver e maldesenvolvimento.

Há muitas dúvidas, questões a definir…compreender X indefinições, ambiguidades, dificuldades

- O público a que se destina — o que define a identidade dos povos e populações do campo, das florestas e das águas?

- Que significado e sentidos de equidade em saúde tem-se atribuído a esta política?

- Como fazer? Onde? Com quem?

Existe Indefinição ou ambiguidade entre os significados, discursos e práticas do que seja o conceito de equidade; o que pode dificultar decisões e avaliações quanto às medidas afirmativas em políticas públicas para solucionar as iniquidades em saúde destas populações.

- Falta entender as diferenças que definem as identidades desses povos, sujeitos. Há ainda muita estratificação de classe, gênero, raça, orientação sexual. — particularmente entendo que devemos afirmar novos conceitos identitários que vem sendo construídos pelos movimentos sociais, reafirmando suas diferenças e diversidades, construindo novas narrativas. Entretanto, não creio que seja a hora de abandonar o uso da categoria rural. Trata-se também de um modelo teórico em questionamento, mas que ainda dialoga com outras áreas de conhecimento, como a Sociologia, |História, Geografica… com as políticas públicas. Estamos numa transição política-conceitual, é preciso ampliar o diálogo também para dentro da academia e para além do setor saúde.

O que define a identidade dos povos e populações do campo, da floresta e das águas?

- múltiplas identidades e diferenças sócio-político-culturais-ambientais dos sujeitos que assim se autodenominam; indígenas, camponeses, agricultores familiares, trabalhadores rurais assentados, acampados, assalariados (em regime permanente ou temporário) que residem ou não no campo; comunidades de quilombos; populações que habitam ou usam reservas extrativas; populações ribeirinhas; populações atingidas por barragens; e outras comunidades tradicionais do campo e da floresta.

- Em comum: dominação sociocultural imposta, de exploração econômica e de expropriação de seus territórios de pertencimento X novas narrativas de subjetividades para resgatar suas histórias originárias e produzir novas consciências de classe, de raça e de gênero.

Resultado: novas formas de luta política, novos projetos de vida comunitária/vida em sociedade, articuladas em nível local, nacional e global X agronegócio

-Tem muita Alteridade, agenciamento dos movimentos sociais e sujeitos: a teorização feita por Homi Bhabha (1998) sobre Identidades culturais, diríamos que trata-se de práxis política, educativa e cultural que possibilita a tomada de consciência e a posição de sujeitos singulares e coletivos — sejam estas de classe, de raça, de gênero, de geração, de orientação sexual ou geopolítica -, indo para além das narrativas de subjetividades das identidades originarias e iniciais, mas destinada a produzir novas articulações e novos atos políticos que possibilitem definir a própria ideia do que seja a vida em sociedade.

- Tem discussões que colocam em xeque o atual modelo de desenvolvimento. Em suas narrativas, os movimentos sugerem nova forma de vida em sociedade, um vir a ser… algo que se aproxima do conceito de buen-vivir X Tortosa (2011) defende a tese de que saber o que é maldesenvolvimento ou malvivir é a situação habitual do sistema capitalista mundial, agravado pelas crises econômica, ideológica, energética, alimentar, ambiental e democrática, sem as quais não há saída sem a participação efetiva da sociedade.

- Nesta perspectiva político-teórica, as lutas populares e as experiências sociais são de possibilidades autônomas, de nível territorial e global. Essas lutas podem assumir escalas maiores para que a vida no campo, na floresta e nas águas mais humanas, ou ainda, saudável e sustentável???

Falta integrar mais as várias dimensões de Educação em saúde para a promoção e vigilância em saúde

- Tem-se muitas experiências para implementar a política. Uma importante referencia foi o projeto de parceria entre DAGEP/FIOCRUZ/Movimentos sociais — Grupo da Terra — Articular as lutas populares e as pedagogias dos movimentos sociais com a educação em saúde para produzir novos conhecimentos e novas metodologias de trabalho no campo da vigilância em saúde e da promoção da saúde no âmbito do SUS?

Foi desenvolvido em 20 estados entre 2014 e 2016, investiu na formação de 1.441 participantes, 1.332 atividades: oficinas, diagnósticos participativos, seminários temáticos, custos livres, cursos técnicos, atividades tempo-comunidade, articulações interinstitucionais, participação em congressos, sistematização de processos educativos, ação planejada em territórios, além de monitoramento e avaliação das ações durante o período de execução do projeto. Foram usadas diferentes estratégias, pedagógicas — contextos, objetivos e resultados pretendidos. Educação popular em saúde e Educação em Saúde permanente — CONTAG, MMC, MST, MLT.

Todavia, esta aprendizagem ficar restrita aos participantes ou, no máximo, a algumas secretarias do MS e das SES. Falta ser incorporada mais integralmente como política de Educação em Saúde, e não apenas “apoio” ás iniciativas de movimentos sociais.

- Casotti (2009) — as práticas de educação em saúde trazem duas fortes características

- Educação popular em saúde — ferramenta aliada dos movimentos sociais na luta pelo direito universal, integral e equânime na saúde enquanto parte estruturante de um projeto democrático e popular.

Educação permanente (em serviço) — relação trabalhador e usuário no desenvolvimento cotidiano de suas atividades

Ambas entendem processos educativos como ferramentas para capturar a realidade, problematizar e reproduzir mudanças estruturais. Finalidade é romper com modelo biomédico e as práticas tecnicistas que distancia os trabalhadores dos usuários — e o serviço de saúde ofertado da cultura popular.

- É possível articular as lutas populares e as pedagogias dos movimentos sociais com a educação e saúde no âmbito do SUS?

- Que diálogos, aproximações, interações entre saberes e práticas populares e técnicos científicos são necessários para produzir um novo conhecimento e a nova metodologia de trabalho em promoção e vigilância em saúde?

A experiência do projeto DAGEP — Fiocruz possibilitou

- Criação de espaços permanentes de diálogos, de debate e de reflexão entre os profissionais de saúde, e entre estes e população,

- Identificar as necessidades de saúde o e planejamento das ações, superando o caráter técnico, eventual e pontual que muitas vezes essas questões assumem uma agenda de trabalho no SUS.

- romper com modo tradicional dos programas dos cursos em saúde — a críticos, repensar o modo tradicional de organizar o serviços de saúde, sobretudo na violência em saúde, que exige do profissional e da população a capacidade de saber analisar e lidar criticamente com questões econômicas, socioambientais e culturais, desde a macro-esfera produtiva à micro dimensão do cotidiano da vida comunitária e familiar.

- entender e intervir em contextos e ambiente imensos em conflito, tensões e disputas entre diferentes visões de desenvolvimento e de projetos societários.

- as pedagogias utilizadas e as atividades desenvolvidas — integração entre saberes e práticas tradicionais e técnico-cientificas, sobretudo nos locais onde os profissionais de saúde e as lideranças dos movimentos sociais construíram relações de diálogo e respeito mútuo. Questões como modelo de desenvolvimento, identidades e diferenças culturais, perfil e formação dos profissionais de saúde, interface entre as vigilâncias sanitária, epidemiológica, ambiental e do trabalhador, integração entre as redes de cuidado no SUS,

Integração entre as políticas sociais, e empedramento comunitário e mobilização social ganharam importantes dimensões no processo formativo.

- Confluência entre a Fiocruz, e os movimentos sociais e demais parceiros: a Fiocruz concebe a educação em saúde com processo emancipatório para democratização do conhecimento, valorização das pessoas, valorização da diversidade e redução das iniquidades nas condições de vida e saúde. Visa ainda contribuir com um projeto de desenvolvimento nacional com redistribuição de renda e inclusão social. A vigilância em saúde aparece como estratégia de imersão nos territórios para agir sobre a determinação social a favor da promoção da saúde dessas populações, de forma participativa e engajada.

A Promoção e vigilância em saúde em territórios é um caminho para implementar a PNSIPCFA de forma contextualizada.

- As iniquidades em que vivem as populações do campo, da floresta e das águas têm causas estruturais — avanço do capitalismo no espaço rural, questões sociais não equacionadas, conjuntura política e econômica e projeto político vigente no país.

- Aumento das forças conservadoras no Executivo, Judiciário e Legislativo = aumento de ataques contra os direitos dos camponeses, povos indígenas, comunidades quilombolas e tradicionais, aumentando os conflitos étnicos-raciais e de classe no espaço rural.

- Visão de Vigilância em saúde a partir do cotidiano de vida das populações e dos movimentos sociais introduzidas práticas participativas, incidir sobre a realidade dos territórios, sejam estes assentamentos de reforma agraria, agricultura familiar camponesa, extrativismo, pesca artesanal ou comunidades tradicionais. Cada um desses contextos possui características próprias e requer formas distintas de atuação e práticas de profissional.

Visão de Vigilância: não modelo hegemônico de saúde e doença centrado em ações verticalizadas de controle de agravos que são tensionadas por uma vertente de dimensões mais ampliada X princípio da Saúde Coletiva da Reforma Sanitária, de conceber a vigilância da saúde como promotora de transformação social e de enfrentamento das desigualdades social intervindo diretamente sobre os determinantes social de saúde ou socioambientais: priorizando atuar em territórios e em populações delimitadas, com ênfase em ações intersetoriais e setoriais de promoção a saúde, prevenção de redes e agravos, contribuindo para reorganização da assistência médico-ambulatorial e hospitalar em articulação com as necessidades de saúde da população (PORTO 2017).

Considerações finais

- é possível estabelecer aproximações entre as lutas sociais protagonizadas pelos movimentos sociais e as ações públicas concebidas, planejada e executadas nas instituições públicas de Estado, sobretudo quando a concepção de educação, promoção e vigilância em saúde assumem um caráter emancipatório, contextualizado, territorial, multidisciplinar e intersetorial. Esta aproximação, não ocorre, contudo, sem tensões, conflitos.

- Guiar-se por uma concepção ampla e sistemática de saúde, pela imersão e visão de totalidades do território usado, desvendando e integrando múltiplos saberes e práticas de saúde, é um dos caminhos possíveis para se construir redes de solidariedade e de cuidados de forma cooperativas que possam melhor atender as necessidades de saúde dos povos e populações.

Esses princípios continuam guiando o fazer pedagógico dos cursos de Especializações em Vigilância, Trabalho e Ambiente, ampliadas nas parcerias entre a Fiocruz (PSAT/Escola Fiocruz de Governo), a Funasa (Departamento de Saúde Ambiental), Rede de Médicos e Médicas Populares e a Articulação do Semiárido (ASA) atualmente desenvolvido no estado do Ceará, Pernambuco e Piauí.

As agendas dos movimentos sociais, internacionais Agenda 2030/ODS como oportunidades para potencializar as políticas públicas e as experiências sociais locais, promotoras de bases para a construção de novos modos de vida social em contraposição à imposição de contextos e ideias globalizantes. Isto ocorrerá não é mais disputas e tensões, e dependerá dos contextos e correlações de forças.

Rumo à construção de variadas formas de buen-vivir ou melhor viver no campo, na floresta e nas águas, numa perspectiva de territorialização saudável e sustentável.

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1. BRASIL, 2011. MS. Portaria nº 2.866, de 2 de dezembro de 2011. Institui a Política Nacional de Saúde Integral dos povos e populações do campo e da Floresta, bem como seu respectivo Plano Operativo para 2012–2015. Brasília.

2. BHABHA, H. O local da cultura. Tradução Euana MÁ. Reis LR, Gonçalves GR. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998, Brasil.

3. TORTOSA JM. Maldesarrollo y mal vivir: pobreza y violência escala mundial. Quito: ed. Abya-Yala, 2011.

4. PAIM, JS & SILVA. Universalidade, integralidade, equidade e SUS, 2010. São Paulo, Brasil.

5. ALMEIDA-FILHO, Naomar. A problemática teórica da determinação social da saúde. Revista Saúde em Debate, v.33, n º 83, set/dez. 2009.

6. PORTO, M.F. Pode a vigilância em saúde ser emancipatória? Um pensamento alternativo de alternativas em tempo de crise, 2017, p. 3149–3159. In. ABRASCO, Vigilância em saúde no Brasil: avanços, desafios e perspectivas, volume 22, número 10, outubro 2017.

Maria do Socorro de Souza

Coordenação de Projetos e Programas PSAT (Programa Saúde, Ambiente e Trabalho)

PECS (Programa Educação, Cultura e Saúde)

Pesquisadora em Saúde Pública

Estudo de caso (28/02/2018) — Capítulo 13. Política Nacional de Saúde integral na Amazônia Marajoara — Alana Coêlho Maciel

Questionamentos:

1. O que ameaça e promove a vida no Território?

Ameaças:

· Não repasse de recursos

· Falta de equipamentos

· Assistência à saúde do homem e da mulher

· Transporte (ambulâncias)

· Falta de energia elétrica e comunicação

· Falta de saneamento

· Desmatamento descontrolado

· Trabalho infantil

· Alimentação inadequada

· Contaminação química (solo, agua e ar)

· Tratamento de água e coleta de resíduos

· Ausência de educação continuada aos profissionais de saúde

· Capacitação e conhecimento em ervas e

· Práticas tradicionais

· Oferta de níveis escolares (ampliação nível médio/EJA/técnico e profissionalizante)

Promove:

· Incentivo, ampliação, financiamento e repasse de recursos governamental

· Agilidade nas políticas direcionadas as populações CFA

· Integração efetiva (Municipal/Estadual/Federal)

· Assistência técnica: agricultura e pesca

· Controle de natalidades sem uso de remédios

· Transporte (ambulância, lanchas = ambulanchas)

· Ampliação de postos de saúde (médicos de várias especialidades/remédios/agentes comunitários)

· Qualidade dos rios, natureza, floresta

· Saneamento

· Segurança alimentar

· Educação e conscientização continuada

· Lazer, diversão, respeito, união e amor

· Saúde e prevenção nas escolas

· Respeito a identidade local

· Capacitar as parteiras

· Capacitar no conhecimento as ervas e remédios da floresta

· Ensinar a importância da natureza e dos rios

2. Qual o conceito de saúde das populações do Campo, Florestas e Águas nas experiências?

Saúde para as populações do CFA é uma construção conjunta de gestores (das 3 esferas federais e de várias instancias), pesquisadores científicos e populares, com a participação e atuação das populações do CFA para resolver seus problemas de saúde ou minimizá-los, refletindo na perspectiva social, ambiental e econômica. Sendo que todos tenham comprometimento nas ações que deverão exercer, possuindo um olhar sensível, humano e diferenciado para cada região, respeitando suas especificidades locais. Para se ter saúde, é do olhar dessas populações negligenciadas que deverão sair as políticas públicas, e não o contrário! Surgem de forma vertical, de cima para baixo, uma política generalista com um olhar distanciado da realidade.

3. Quais foram os aprendizados das práxis apresentadas?

· Reconhece-los, dar visibilidade e inseri-los em direitos prescritos pela Constituição

· Federal de 1988, como sendo detentores de direitos;

· Ir ao ambiente onde vivem, Ouvi-los, enxergá-los

· Olho no olho

· Entende-los e respeita-los, na conceituação que eles próprios se reconhecem e definem;

· Ter ações conjuntas entre populações CFA, Governo e pesquisadores em redes para se desenvolver justiça social, ou seja, na concretude de ações como saneamento rural (tratamento de agua e esgotos);

· Construir (com) eles e (para) eles soluções de curto, médio e longo prazo, como monitoramento constante e manutenção das ações;

· Criação e oportunidades de espaços participativos (nacionais e internacionais), para que se de voz e vez as populações do CFA.

— — — — — — Galeria de fotos do dia— — — — — —

Apresentação do Colega Kaio César Gorgonha
Apresentação do nosso colega Rogério
Apresentação do nosso parceiro Felipe
Apresentação do nosso colega Devllyn dos Anjos

Apresentação do nosso colega Fernando

— Galeria de fotos tiradas ao longo da disciplina —

7. Perfis dos Alunos

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural (FUP/UnB-atual). Especialista em Planejamento e Gestão Ambiental (IFAR), Vigilância em Saúde Ambiental (UFRJ) e Gerenciamento de Recursos Ambientais (IFPI). Graduada em Licenciatura em Química e Bacharel em Química com Atribuições Tecnológicas pela Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Experiência:

Desenvolvimento Sustentável, Vigilância em Saúde Ambiental e do Trabalhador, Meio Ambiente e Licenciamento Ambiental, Promoção da Saúde, Políticas Públicas e Química Laboratorial.

Trabalhou:

· Atualmente é consultora da Organização Pan-Americana da Saúde — OPAS/OMS integrante da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Organização das Nações Unidas (ONU), prestando serviços para a Vigilância em Saúde de Populações Expostas à Poluição Atmosférica — VIGIAR no Ministério da Saúde.

· Bolsista da FIOTEC/FIOCRUZ para a Coordenação de Vigilância em Saúde Ambiental — MS nas áreas: Núcleo de Desenvolvimento Sustentável — NUDES e Vigilância da Qualidade da Água — VIGIAGUA.

· Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste — SUDECO no Ministério da Integração Nacional.

· Primo Schincariol Indústria de Cervejas e Refrigerantes do Norte e Nordeste, SCHINCARIOL, Caxias no Estado do Maranhão, Brasil.

· NORSA REFRIGERANTES LTDA, NORSA, em Teresina no Estado do Piauí, Brasil.

· Companhia de Bebidas das Américas — Matriz, AMBEV, em Teresina no Estado do Piauí, Brasil.

8.Avaliação da Disciplina

Questionário individual para ser socializado nesse grupo.

Alana Coêlho Maciel

Avaliação da disciplina:

1. Como vc avalia a disciplina? (Tema, metodologia, aprendizados, críticas e sugestões para aprimoramento).

O máximo dessa disciplina é que foi despertado, a partir de várias profissões juntas, um olhar para o território, no qual possa se chegar a um produto comum (o TODO) apontando soluções para a mudança da realidade local.

Essa disciplina veio para quebrar paradigmas, principalmente dentro das universidades de que o saber popular é sem valor e tido como atrasado. Essa metodologia criativa nos fez perceber que podemos aproximar o saber acadêmico com o saber popular, unindo energias (com) as populações do CFA em um consenso comum e (para) eles.

Minha sugestão é difundir essa disciplina em todos os campos e para vários programas dentro da UnB, para que alunos tenham a oportunidade de aprender e trocar conhecimentos, assim como dar visibilidade a essas populações que são oprimidas, exploradas e discriminadas.

2. Como vc avalia sua participação?

Acredito que contribui não só com minha experiencia profissional e acadêmica, mas também como os saberes que aprendi na minha infância (o valor do contato com a terra, com as águas, o modo simples de se viver) surgindo a ideia de convivência harmoniosa entre os saberes distintos e as pessoas.

Aflorou em mim um olhar mais sensível para a saúde. É gratificante perceber que, é imprescindível na vida profissional a harmonia, o equilíbrio e os valores humanos e espirituais. Acredito que construímos juntos a disciplina, de forma dinâmica e participativa, onde temas problemáticos foram abordados em sala de aula.

3. Como vc avalia os professores?

Para mim um time de PESO, detentores do conhecimento, sensíveis, abertos a nos ouvir e aprender com seus alunos. Possuem rico conhecimento não só adquiridos pela academia, mas também pela convivência com as populações do CFA. O que os fazem ser diferenciais? O conhecimento adquirido ao longa da vida, a sensibilidade, o amor pela profissão e a luta pelas populações do CFA.

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