Porque tenho meu portfólio no Figma?

Kevin Ritschel
5 min readFeb 9, 2022

Tenho feito algumas mentorias para pessoas iniciantes na área de UX e UI e também participo de alguns grupos de discussão de design, e um tópico que sempre aparece é: “Qual ferramenta uso para montar meu portfólio?”

Existem diversas ferramentas no mercado, cada uma com seus prós e contras, mas hoje queria falar sobre uma que usei para fazer o meu portfólio e as vantagens que enxergo nela (além de algumas desvantagens, lógico). E essa ferramenta é nada mais, nada menos que a mais hypada em design no momento: o Figma.

Antes de você clicar em fechar a aba, um aviso! Esse não é um tutorial de Figma ou um texto expondo todas as maravilhas da ferramenta. É realmente minha visão do porque acho que usar o Figma para montar seu portfólio é realmente uma vantagem em relação às outras ferramentas disponíveis.

E aqui vão os motivos:

1. Quebra a barreira de tomada de decisão.

Quando vamos avaliar as diversas ferramentas de portfólio disponíveis, podemos cair em uma análise de benchmark mais complexa do que de muitos projetos de design. Temos diferença de valor, templates prontos, precisa ou não codificar, quantidade de fontes disponíveis, personalização de URL… a lista é longa!

Ao utilizar o Figma você quebra essa paralisia na tomada de decisão, ele é de graça, não precisa saber codar, tem uma infinidade de interações e possibilidades de personalização, e muita referência legal na comunidade.

Além do que, é uma ferramenta que você já está acostumada, ou que pode estudar durante a construção dos cases, lembrando que é uma ferramenta importante de trabalho.

2. Mostra seu conhecimento da ferramenta.

Em todas as vagas disponíveis de UX e UI, um dos requisitos que com certeza vai aparecer é o conhecimento de ferramentas de prototipação, seja o Figma, o Adobe xD ou alguma outra menos conhecida. Se você montar seu portfólio em uma dessas ferramentas, você vai mostrar duas coisas para a pessoa entrevistadora: o seu conhecimento sobre a ferramenta e como você utiliza esse conhecimento para montar um conceito e padrões visuais.

Abrir o Figma para apresentar seu case já mostra que você sabe criar um protótipo navegável e sabe mexer nas interações do software. Além disso, já dá para avaliar como você utiliza as funcionalidades disponíveis para contar a sua narrativa. Existe uma tela de início? Posso navegar entre os diferentes cases? Existe um padrão visual entre os cases? Qual o conceito visual trabalhado por todo portfólio?

Eu utilizo o Figma por conta do uso no meu trabalho e a facilidade da ferramenta, mas qualquer uma pode ser usada aqui. O Axure por exemplo tem diversas interações e dá pra fazer um bocado de coisas interessantes.

3. Interações complexas

Pode parecer que você está enfeitando o bolo de aniversário, mas utilizar as interações do Figma pode ser algo muito poderoso. Se você pensar nos casos de uso do seu portfólio, você pode ter uma pessoa analisando rapidamente (entre 1 e 3 minutos) os seus cases, uma pessoa lendo um case específico com mais detalhes ou pode ser você apresentando nas entrevistas.

No primeiro caso, a pessoa precisa de informações rápidas, coesas e ao chegar ao final do case precisa ter compreendido o contexto, os desafios e onde você chegou. Nesse caso, você precisa de poucas informações e bastante contexto visual.

Caso você esteja apresentando, talvez precise de um pouco mais de informação, mostrar um roteiro de pesquisa ou como fez a análise das entrevistas com as pessoas usuárias. Você pode querer mostrar um protótipo navegável ou um fluxo com detalhes.

Para cada caso de uso você pode pensar em como as informações disponíveis serão apresentadas. E as interações do Figma permitem que você crie todas essas possibilidades.

Com essas variadas interações, você pode construir diferentes narrativas e mostrar mais ou menos informação dependendo da necessidade.

4. Treinar a ferramenta

O quarto e último motivo que vejo, é a possibilidade de treinar uma ferramenta nova ou aprofundar seus conhecimentos. Pensando em todo o processo para montar seu portfólio - e aqui são apenas exemplos, não são regras! - você pode buscar referências e colar todas no Figjam, depois você pode começar a rabiscar alguns conceitos e fluxos. Com isso mais fechado, é hora de fazer alguns conceitos mais trabalhados, vai para o arquivo do Figma e começa a testar alguns elementos, cores e tipografias. Algum elemento ficou legal e vai ser repetido? Cria um componente. E assim vai até ter uma primeira versão do seu portfólio.

Essa é um ótima maneira de fugir do treinamento da ferramenta com redesign de aplicativos ou com cases únicos de telas e componentes. Dá pra aprender muita coisa fazendo isso e testar bastante. Só cuidado para não exagerar nas interações.

Ah, e para não falar que eu deixei apenas pontos positivos aqui, vale pensar em alguns pontos negativos:

O Figma não é uma rede social como um adobe portfólio, um behance ou mesmo um Medium, as pessoas não vão conseguir te achar na internet.

Pode existir uma barreira de uso do Figma, as pessoas estão bastante acostumadas com slides ou scrolls infinitos, então ter interações muito complexas pode dificultar a visualização dos cases.

Resumindo, eu acho que montar seu portfólio no Figma é bem vantajoso, principalmente para pessoas iniciantes, mas vale sempre pensar no seu contexto. Utilize esse momento de construção de portfólio, que muitas vezes é bem cansativo, para evoluir seu conhecimento de uma ferramenta e brincar bastante, isso pode ajudar a tirar um pouco do peso!

E se quiser ajuda para revisão de portfólio ou bater um papo sobre início de carreira, você pode me encontrar no LinkedIn ou no Mentora!

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