Análisé(rie) — Black Mirror 3x02 — Versão de teste

Kintura Geek
3 min readOct 29, 2016

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Nesse episodio Cooper, um americano que sofre com a condição da doença do pai (Alzheimer), decide fugir de casa e conhecer novos locais. Fugir da situação na qual se encontra. Onde passa sempre a ignorar as ligações da mãe. Na cidade atual conhece Sonia por meio de um aplicativo de encontros e se relacionam. Quando finalmente Cooper tenta usar seu cartão para comprar a passagem e voltar para casa (onde seu pai já havia morrido), e resolver o assunto pessoalmente com a mãe. Descobre que o cartão foi clonado e que não será possível usá-lo tão cedo. Por meio de outro aplicativo ele e Sonia arranjam um emprego para testar um novo jogo. Jogo esse que trabalha com camadas de realidade, advindas do próprio usuário.

Na sala de teste Cooper tem um chip inserido na região da nuca e ali mesmo é instalado o software em dois momentos distintos, na sala de teste e na mansão. Começa a simulação, que funciona como plot duas vezes durante o episodio. Na simulação o personagem principal é deixado em uma mansão e lá é testado um jogo de terror que utiliza seus medos mais íntimos. Usando aranhas e Peters, um valentão que o espancava. Mesmo sabendo que está imerso em um programa, passa a ter dificuldades em separar o que é o que. A parte mais superficial é facilmente separada. A dúvida surge quando Sonia surge avisando de todo o perigo que a empresa representa, e de quantos já foram mortos. Nesse momento, quando a ficção tece uma informação totalmente lógica e expõe Cooper a uma informação que ele achava ser sigilosa (já que a memória de Sonia é só sua), passa a racionalizar modos de possibilidades que deixe claro uma interação entre Sonia e a organização. Uma teoria da conspiração onde ela também trabalharia para a empresa. Até receber uma facada e ter que reagir e matar sua conhecida.

Os medos passam a ser buscados mais a fundo, agora ele tem que ir até uma sala e nela começa a esquecer de si, como o pai que já não o reconhecia. O medo de ter a mesma doença e passar pela mesma angústia fazem Cooper entrar em desespero e tentar arrancar o dispositivo na nuca, quando é impedido pela equipe. Nessa hora, quando já não se reconhece mais, é posto com outros indigentes possivelmente sem memória. Possivelmente um medo de ser enviado para alguma instituição de saúde. Logo ele volta a aplicação do segundo software, na mansão. E de lá volta para casa. Retornando para sua mãe, que continua tentando ligar para ele, e mesmo depois da chegada do filho, não o reconhece e continua a tentativa. No caso ele foi esquecido por si e depois por sua mãe. E logo descobre que tudo isso era parte do programa e que ele ainda estava na sala de testes. Seu cérebro fritou, por que sua mãe ligou para ele no mesmo momento da iniciação do dispositivo. Tudo o que viveu não passou de 1 segundo. Toda a realidade vivida desde então fora apenas interna.

A dúvida é que, ele morreu por causa da possível interferência do celular ou por ter enfrentado doses enormes de adrenalina ao confrontar seus maiores medos sem que houvesse interação com o ambiente? Essa relação apenas psíquica poderia sobrecarregado Cooper ou seria um problema apenas tecnológico que carece de melhores métodos de precaução?

-Fish

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