Você acredita em limites?

Monika von Koss
4 min readMar 27, 2020

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“Limites são criados para nos manter seguros, não para controlar a outra pessoa.” Catherine Wilkins

Quando falamos em limites geralmente pensamos nas crianças e na educação. Mas o senso de limites não se restringe à infância, nem a um período específico da vida, como bem demonstra o movimento atual das mulheres contra o assédio sexual intitulado ‘NÃO É NÃO’.

Limites fazem parte da vida de todos nós. Em seu sentido mais positivo, um limite define o espaço de cada um de nós neste mundo, seja no espaço físico, emocional, mental ou espiritual.

Num contexto codependente, geralmente queremos colocar limite no outro, este outro podendo ser uma criança, um adulto, um grupo, uma sociedade. Mas quando o fazemos deste enquadre, de fato estamos sendo opressores e controladores.

A experiência comum é que isto não funciona. E não funciona porque não temos verdadeiramente poder sobre o comportamento de qualquer outra pessoa. Por isto, na Fractologia, entendemos que a função do limite é manter nossa própria segurança, não controlar os demais. E isto significa que precisamos rever nossas atitudes e reações diante de comportamentos que não asseguram isso.

Mudar nosso próprio comportamento quando somos ameaçados e reagir para colocar o limite que estabelecemos para o nosso espaço vital está plenamente dentro das possibilidades de cada pessoa e, de fato, é nossa responsabilidade.

Mas não estabelecemos limites apenas em relação a outras pessoas e situações do mundo exterior. Os limites mais poderosos atuam no nosso mundo interior, geralmente resultado do nosso condicionamento.

A expressão ‘é muita areia para o meu caminhão’ revela o limite que estabeleço para minha realização no mundo. Mas se tenho mais areia do que meu caminhão consegue carregar, o melhor é adquirir um caminhão maior, não reduzir a quantidade de areia que transporto.

Qual é a quantidade de sucesso, alegria, felicidade e realização que você consegue sustentar?

Temos o anseio de nos sentir bem de modo consistente, mas não acreditamos de fato que isto seja possível, porque a experiência humana é recheada de dor e adversidade e estamos muito mais acostumados a nos sentir mal.

Grande parte de nossa energia está associada ao medo, este grande motivador do ego humano e que nos impulsionou a realizar coisas maravilhosas, mas nos limitou à sobrevivência.

Para viver, precisamos de amor!

Fritz Perls, pai da Gestalterapia, disse que o medo é excitação sem respiração. Quando sentimos medo, a primeira coisa que fazemos é parar de respirar, porque acreditamos que assim o medo vai desaparecer. Experimente intensificar conscientemente sua respiração, da próxima vez que sentir medo e observe o que acontece.

O entusiasmo e o medo utilizam os mesmos mecanismos físicos, de modo que basta respirar mais quando queremos transformar o medo em excitação. A diferença entre os dois é apenas um sorriso.

Em Um Retorno ao Amor, Marianne Williamson escreve que,

“nosso medo mais profundo é que sejamos poderosos para além de todas as medidas.”

O medo é uma emoção que sempre surge quando estamos no limite de nossa zona de conforto e na eminência de expandir nossa atuação no mundo. Este também é o momento em que emerge o que Gay Hendricks, em The Big Leap, chama de ‘problema do limite superior’, que nos impede de utilizar plenamente nossas habilidades.

Diz ele que “Cada um de nós tem um termostato interno que determina quanto amor, sucesso e criatividade nos permitimos usufruir. Quando excedemos a configuração do nosso termostato interno, muitas vezes começamos a nos sabotar, levando-nos de volta para a antiga zona de conforto em que nos sentimos seguros.”

Você já experienciou isto em sua vida? E se experienciou, qual foi a desculpa que você se deu para não realizar aquilo que desejou? Para seguir em frente e realizar nosso desejo é necessário confrontar nossa desculpa e ir além do nosso limite superior.

Em sua essência, as desculpas que utilizamos são crenças que foram adquiridas ao longo da vida, afirmações que foram repetidas tantas vezes que as tomamos como verdade a nosso respeito. Questionar a verdade de nossas crenças é um dos desafios maiores que temos na vida, mas um desafio que vale a pena enfrentar, se quisermos expressar plenamente todo nosso potencial e realizar nossos sonhos maiores e mais valiosos.

Não importa o tamanho do meu sonho, eu sou capaz de realizá-lo quando rompo a barreira do limite superior e me aventuro em direção à dimensão da minha genialidade. Nada além de mim mesma pode me impedir!

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Monika von Koss

Sou psicoterapeuta de abordagem energética transpessoal, com longa experiencia em atendimento clínico. A primeira Fractologista graduada da América Latina.