Arte brasileira na moda revela uma história de identidade e expressão
Por Gustavo Fontella
Com a proposta de mergulho nas características únicas da moda brasileira, explorando o diálogo entre a cultura nacional e a expressão artística, a professora Paula Puhl ministrou a oficina A arte brasileira inspira a moda para cerca de 30 pessoas na sala 302 (Arena) da Escola de Comunicação, Artes e Design — Famecos, na noite dessa quarta-feira (4). A oficina faz parte da Semana Acadêmica Integrada 2023, promovida pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
Puhl orienta trabalhos de conclusão de curso sobre moda ligada à comunicação e mídia há aproximadamente 18 anos. Ela ressaltou que naquela época, as revistas eram o centro deste diálogo. Hoje, com a popularização das novas plataformas, o acesso ao mundo da moda foi amplificado. Como ela mesma brinca: “Falar de moda, entender de moda, virou meio moda”.
A professora destacou como a moda se tornou uma forma de transmitir uma relação entre a cultura nacional e a expressão artística através das vestimentas. A moda brasileira exibe uma familiaridade visual que identifica o país. Ao analisar a história da moda, Puhl disse que a tecnologia desempenha um papel significativo na evolução das roupas ao longo do tempo. Desde os tempos das pinturas em cavernas até os refinamentos na corte de Borgonha durante a Renascença, a moda refletiu não apenas estilos, mas também diferenciações de classe.
A moda brasileira, por sua vez, tem raízes profundas que remontam à chegada dos colonizadores. O uso do pau-brasil não marcou apenas o início das relações comerciais do Brasil com o mundo, mas também introduziu o corante valioso que tingia tecidos, conferindo o vermelho como artigo de luxo e status social.
Segundo Paula, a busca por uma moda tipicamente brasileira remonta aos anos 1920, com o desejo de alinhar a produção às características climáticas e culturais do país, mesmo diante da forte concorrência estrangeira.
Para ela, a brasilidade na moda se traduz em cortes tropicais, cores vibrantes e texturas leves, utilizando materiais como linho, renda e bordados, que refletem a essência leve e alegre da cultura nacional.
Por fim, Paula enfatizou que marcas gaúchas como Dona Rufina e Cylene Dallagrave são exemplos de como a arte e a cultura regionais podem ser usadas na concepção e produção de moda.
A Semana Acadêmica Integrada continua até essa quinta-feira (5), o acesso às atividades é aberto e gratuito, sendo necessário realizar a inscrição previamente através do site da universidade. A programação da Escola de Comunicação, Artes e Design — Famecos inclui uma variedade de atividades conduzidas por professores. Confira a programação completa da Famecos aqui.
