5 efeitos do Clifton Strengths na minha vida
Em 2016 eu conheci um teste de personalidade chamado Clifton Strengths. Desde que fiz esse teste, minha vida vem mudando significativamente.
O Clifton Strengths é o resultado do trabalho do Donald Clifton, que dedicou mais de 50 anos de sua vida buscando responder à pergunta: “o que aconteceria se focássemos no que há de certo com as pessoas em vez do que há de errado com elas?”
A abordagem questiona o nosso foco no negativo, na falta, na fraqueza e sugere a priorização do aprimoramento das áreas onde já performamos bem para alcançar a excelência e a consistência.
O resultado do teste retorna uma sequência (de 1 a 34) contemplando temas de talentos inatos mapeados no estudo do Don Clifton. Os 5 primeiros (Top 5) representam as áreas onde performamos naturalmente bem e as que mais têm chance de chegar a um desempenho consistente e próximo da perfeição.
É incrível como a nossa mente tende a rejeitar aquilo que difere do que estamos acostumados a pensar.
Eu comecei a me questionar…
“Como assim eu devo focar no que faço de bom se eu já domino isso? E os meus ‘gaps’? E as minhas ‘oportunidades de melhoria’? E todas as qualidades que eu preciso ter para ser uma profissional bem-sucedida? O que eu faço com isso? ”
Pois bem. Achei a abordagem intrigante e muito diferente de tudo que já tinha visto. Graças ao meu ceticismo, eu acabei me aprofundando no tema. Talvez por pensar que em algum momento eu mesma me convenceria de que esse novo mindset não funcionava.
Ledo engano.
Passei alguns dias assimilando o resultado do teste e, quanto mais eu buscava comparações com meu comportamento, mais sentido tudo aquilo fazia e continua fazendo. Esse teste foi um catalisador do meu processo de autoconhecimento.
Quando algo faz sentido para mim e me ajuda a me aproximar ainda mais de quem eu verdadeiramente sou, o meu primeiro impulso é compartilhar. Há quase dois anos eu venho falando desse teste por onde passo e agora eu decidi escrever a respeito.
Pra começar, eu fiz uma listinha de 5 efeitos do teste na minha vida.
1. Acelerei meu processo de autoconhecimento
Quando descobri que sabia bem pouco sobre mim e decidi que queria me conhecer de verdade, tive muita dificuldade. Acho que os anos que passei estudando Engenharia me condicionaram a querer respostas exatas para todas as coisas, o que não existe em um processo tão subjetivo quanto o processo de autoconhecimento. Eu vinha, aos trancos e barrancos, tentando me fazer perguntas mais eficazes. O processo estava fluindo, devagarinho, mas estava.
Foi aí que, ao ingressar no meu primeiro emprego, eu me deparei com a oportunidade de fazer o teste. Eis que cai do céu a ferramenta objetiva que eu tanto queria! Um teste com 170 perguntas! Mas na hora eu só conseguia pensar “como um simples teste pode me descrever?” (o ser humano é engraçado).
O resultado do teste foi o pontapé inicial, a porta concreta para o mundo abstrato que eu estava prestes a conhecer. Foi por onde eu comecei e nunca mais parei. Absorvi tudo aquilo que fazia sentido e tive insumos para, no dia a dia, me observar, me conhecer e me melhorar.
O teste diminuiu a “energia de ativação” do meu processo de autoconhecimento acelerando-o ainda mais.
Hoje, quando me perguntam o que faço de melhor, eu sei responder de dentro para fora. Hoje, eu não preciso mais fazer um brainstorming com pontos fortes aleatórios e eleger os três que você supostamente gostaria de ouvir.
2. Descobri que sou extremamente talentosa e parei de querer ser como os outros
Durante a formação em Engenharia Química, eu sofri bastante. Muito esforço, muito desencaixe, muita comparação, muito estresse, muita ansiedade e muito choro. Por mais que eu estudasse muito, eu não tinha resultados consistentes e sempre acima da média. Eu convivi com muitas pessoas que sequer estudavam e sempre tiravam 10, no mínimo, 9,5.
Sem conseguir entender como aquilo era possível, só me restava pensar que eu não era tão inteligente quanto aquelas pessoas. A fórmula do sucesso era tirar boas notas, fazer Iniciação Científica, falar bem em público e passar de primeira para um estágio industrial. E foi assim que eu me frustrei querendo alcançar todas essas coisas da mesma forma e no mesmo tempo que os outros.
Se tinha uma coisa que eu gostava de fazer na faculdade, com certeza era apresentações em PowerPoint. Adorava ter espaço para criar e transformar conteúdos técnicos em páginas coloridas e lúdicas. Mas eu queria morrer quando alguém falava que eu era Engenheira de Slides. Porque eu tinha que ser Engenheira Química conforme o regulamento.
Lá no fundo eu sabia que era criativa, mas naquela época a criatividade não estava na lista das habilidades requeridas para operar uma planta. E eu usava minha criatividade para jogar Imagem e Ação e fazer Filtros dos Sonhos nas horas vagas (muito bem, diga-se de passagem).
O teste apontou que eu tinha uma tendência natural em ter ideias diferentes, em combinar duas coisas díspares em uma só, em criar conceitos novos e soluções fora da caixa. E aquilo ressoou lá no fundo. “Essa sou eu”!
Eu aprendi a abraçar o óbvio e a usar meus talentos a meu favor. Hoje eu não desejo mais ter as características dos outros. Hoje eu faço de tudo para que meus talentos sejam tão fortalecidos que eles equilibrem os tão famosos “gaps”.
Eu gerencio as fraquezas em um nível aceitável de esforço onde elas não possam mais me atrapalhar. Mas jamais o foco será ser boa em algo que não flui.
Eu venho aprendendo a agregar valor com os recursos que tenho e que transbordam naturalmente.
3. Eu aprendi a aceitar mais os outros e a ter mais empatia
O teste mapeou 34 temas de talentos. Cada tema possui uma infinidade de talentos e sua manifestação em cada pessoa é diferente. Mas, para facilitar a matemática, vamos supor que existam apenas 34 tipos de talentos no mundo todo. Adotando essa premissa, a probabilidade de alguém ter o mesmo top 5, na mesma ordem que você, é de 1 em 33.000.000.
Qual a chance de duas pessoas serem iguais? Nenhuma! Mas a gente insiste em comparar e enquadrar as pessoas.
Quando eu me aceitei do jeito que sou, eu também passei a aceitar mais o outro. Ninguém dá aquilo que não tem. E a diversidade é o que nos faz sobreviver e prosperar. Ter a consciência de que você não é bom em tudo, te leva a apreciar o que tem de bom no outro. Esse é o óleo que lubrifica toda a engrenagem.
Não ser bom em algo significa que você pode delegar, que você pode se apoiar em outra pessoa e ela em você quando for necessário.
“Se fossemos bons em tudo, não precisaríamos uns dos outros” (Simon Sinek).
Percebe o efeito em cadeia? Você se conhece, aceita mais o outro, se torna mais empático, aprende a delegar, trabalha melhor em equipe, alcança mais resultados, fica mais feliz e transforma o ambiente ao seu redor em um mundo melhor!
4. Me tornei mais confiante
Esse tópico já começa a ficar redundante. Tudo está tão conectado que é difícil separar em itens os efeitos desse teste na minha vida. Mas queria dar uma atenção especial a esse tema.
Tem uma equação que eu gosto muito:
PERFORMANCE = POTENCIAL DESBLOQUEADO — INTERFERÊNCIA
O nosso desempenho depende do nosso potencial desbloqueado e das interferências que permitimos nos atrapalhar.
Aumentar o potencial desbloqueado é uma consequência natural do autoconhecimento e do tempo e conhecimento que você agrega no desenvolvimento dos seus talentos em verdadeiros pontos fortes. Vem de dentro para fora e só depende de você.
Reduzir interferências tem a ver com diminuir o ruído externo. Interferências comuns são comparações e expectativas. Os sintomas causados pelas interferências geram ansiedade, baixa autoestima, insegurança e por aí vai.
A sua performance aumenta quando você se conhece e entende que o outro é diferente. Seu foco passa a ser você.
Você fica mais confiante, você sabe o que quer, você sabe quem é e onde quer chegar. E o mundo externo já não te abala tanto assim. Naturalmente você já mata dois itens das listas de “skills requeridos”: resiliência e inteligência emocional.
5. Aprendi a focar no positivo
A proposta do teste, e de toda a fundamentação teórica por trás dele, é mostrar que o foco no positivo leva a resultados acima da média e consistentes.
Isso faz tanto sentido que extrapolou as barreiras de pontos fortes e fracos. Hoje eu venho alimentando um mindset que busca sempre ressaltar o lado bom das coisas.
Focar no positivo me torna uma pessoa melhor de pouquinho em pouquinho. Focar no positivo me coloca num estado energético mais elevado. Me faz encontrar propósito nas coisas que eu faço e aceitar as situações tirando sempre a lição que elas têm a oferecer.
Espero, de coração, que esse texto seja útil e que, caso tenha a curiosidade de se conhecer um pouco mais, se arrisque fazendo o teste. Tenho uma vontade profunda de ver cada vez mais pessoas se descobrindo e vivendo a vida que desejam viver.
Se você duvida do poder do autoconhecimento, não acredite em mim. Você mesmo pode pagar para ver.
Se você se interessou e quer saber mais, indico a leitura do livro “Descubra seus Pontos Fortes” que já vem com um código para realização do teste online.