O amor pela arte me faz crer num mundo mais bonito, justo e generoso
Enquanto sinto sede por esse entretenimento, sinto-me viva e desperta para buscar cada vez mais sentido no que a vida me oferece
Antes de me perceber artista, fui e sigo sendo consumidora de Arte. Considero esse ponto muito importante quando falo sobre os adjetivos profissionais que me aproximam do Mercado de Trabalho, pois bem acredito que é justamente quando confundimos nosso lugar de usuários com o de detentores do Saber que nos damos uma bela d'uma rasteira.
Um professor, antes de lecionar precisou sentar muitas vezes numa cadeira de estudante e foi preciso ouvir muitos estudiosos falando sobre o tema que hoje ele domina. Um médico, por mais que costume se esquecer, foi e seguirá sendo pelo resto da vida um paciente. Somos todos pedintes nesta história, porque jamais teremos todo o conhecimento contido no mundo!
Partindo desse princípio, coloco-me aqui como entusiasta da Comunicação, da Música, dos saberes emocionais e da escola maior que é a própria experiência à qual estamos submetidos neste mundo. Sou uma pessoa altamente consumista e, geralmente, minhas práticas de consumo se baseiam em shows, espetáculos de teatro musicais, livros, tecnologia e momentos (viagens, restaurantes, comidas, bebidas, festivais etc).
Participo de um grupo colaborativo de "amigos do teatro" e, por este motivo, constantemente ganho convites para assistir a peças e musicais (os meus preferidos). Recentemente estive em dois muito elogiados pelos críticos do Rio e falarei sobre eles nos próximos posts: Museu Nacional — Todas as vozes do fogo e Musical Pré Fabricado — Los Hermanos.
Outro espetáculo que também tive o privilégio de assistir foi o show que a Alicia Keys fez ainda esta semana aqui na Barra. Uma referência para mim, enquanto compositora, pianista, mulher e tudo o que a figura dela representa socialmente como mulher preta, empoderada, que vive o sucesso em todas as suas apostas profissionais. Ela, bem como Whitney Houston tem o poder de me transportar para um nível raro de contemplação.
Quando o assunto é arte, costumo ser bastante apaixonada e pouco crítica — o que acaba virando um defeito, enquanto jornalista
Apesar de buscar a arte por muitos caminhos, sou pouco assídua nas colunas e páginas de crítica. Isso porque, sem perceber, mergulho num viés bem específico, ao colocar-me facilmente no lugar do artista, considerando todo o esforço, tempo, dificuldades enfrentadas e o tanto de alma que depositada num palco ou numa obra.
Talvez seja uma estratégia mental de me resguardar nesse mundo fantástico (e um tanto quanto utópico também), onde sempre haverá um significado bonito e capaz de ajudar alguém.
