Povos indígenas = a origem de um país

Entre direitos e deveres, cabe a nós atualizarmos as páginas da história

Lara Goulart
3 min readMay 8, 2023

No ano em que, finalmente, ganham sua mais que merecida pasta ministerial do Governo Federal, representantes dos povos originários do Brasil clamam por um olhar mais cuidadoso e atento para as questões que permeiam suas narrativas de sobrevivência.

O dia 19 de abril já apresenta-se como uma data relevante no calendário do nosso país há muitos anos. Porém, o que percebíamos como homenagem e celebração à importância desses povos parecia basear-se simplesmente em fantasias e músicas caricatas nas escolas.

O apelo dos indígenas neste 2023 vai muito além de um reconhecimento por parte da nação, evidenciando um conjunto de ações que preze, de fato, pela cidadania e pela preservação do que é direito desses povos. Dentre as questões pautadas, estão:

  • Serviços de Saúde e Educação;
  • Homologação de terras;
  • Respeito às tradições;
  • Segurança e preservação da vida.

Como todos devemos nos lembrar, recentemente veio à tona o escândalo de violência envolvendo criminosos do garimpo ilegal às tribos e povos nativos em diversos locais do país, com destaque às tribos ianomamis.

A contaminação dos rios, os casos de abuso sexual contra menores e mulheres, a violação de direitos mínimos à sobrevivência e tantas outras atrocidades têm ferido mais do que um povo, mas uma história retratada em sangue pelas mãos de assassinos e torturadores.

Felizmente, essas ações que antes eram protegidas por um modelo de governo do qual não temos nada do que nos orgulhar, ficaram num passado que em nada se assemelha às previsões de futuro deste novo que nos apresenta 2023.

Devolvendo aos donos o que é deles por direito

A partir do momento em que o Poder Executivo destina algumas de suas principais metas à validação de pautas relacionadas aos direitos das mulheres, de minorias e de povos originários, o país começa a tomar um novo rumo que valoriza a essência do que esta nação representa.

Ainda que o preconceito siga existindo sem data para sua extinção, conceder um poder que já deveria estar nas mãos de representantes dessas classes é uma garantia de que a legislação há de se fazer valer.

Diferentemente do que ainda se prega em muitas escolas, muitos desses povos já se encontram em cidades, em meio ao desenvolvimento urbano, com acesso à internet, aos serviços de telecomunicação e sendo muitos deles proficientes em outros idiomas, detentores de estudos e diplomas, totalmente capacitados para ingressar no mercado de trabalho, inclusive.

Sônia Guajajara, ministra dos Povos Originários

Porém, como bem citou a ministra Sônia Guajajara, forte representação da classe indígena, conforme publicado pela Agência do Senado:

A invisibilidade secular que impacta e impactou diretamente as políticas públicas do Estado é fruto do racismo, da desigualdade e de uma democracia de baixa representatividade, que provocou uma intensa invisibilidade institucional, política e social, nos colocando na triste paisagem das sub-representações e subnotificações sociais do país.

Por fim, é triste ainda termos que fazer uma ampla pesquisa para nos tornarmos capazes de explanar algum tema dessa tamanha relevância, mas posso dizer que me sinto feliz por necessitar de poucos minutos de busca para compreender algumas das principais lutas desses povos, aos quais devemos nossa ancestralidade e direito à terra. Una-mos nossa voz à voz desse povo que também somos nós!

--

--

Lara Goulart

Profissional da Música, UX/UI Designer, Comunicóloga. Curiosa, criativa, inquieta. Amo aprender e estar perto de quem pratica generosidade e empatia.