Quem é Jair Messias Bolsonaro?
O deputado que tem polêmicas o bastante para ser cassado e incriminado desde 1987.
Não é de hoje que o Deputado se envolve em polêmicas, desde antes da sua carreira política ele já deixava rastro por onde passava. Vamos conferir algumas das polêmicas das quais ele participou, desde 1987 até os dias atuais. É importante deixar claro que o meu interesse é conhecermos, de fato, toda a trajetória política do deputado e então cada um tira suas próprias conclusões. Ele, enquanto um dos deputados federais mais votados e de grande relevância para o nosso cenário politico é, portanto, muito bom que saibamos o que ele defende e quem ele representa na Câmara dos Deputados.
Operação Beco Sem Saída
Em 1987, o clima de tensão entre os militares gerou atos de indisciplina e entre eles a operação Beco Sem Saída.
Matérias mostram que o então Capitão do Exército planejava explodir bombas em várias unidades da Vila Militar e em outros pontos. A operação só seria executada caso o reajuste concedido aos militares pelo governo federal ficasse abaixo de 60%.
Em sessão o Superior Tribunal Militar acolheu a defesa dos militares, que se consideravam vítimas, diziam que as provas documentais eram insuficientes. O laudo pericial fora feito pela Polícia do Exército, por não permitirem comparações caligráficas, pois diziam que a letra era de imprensa. Mais tarde, esse laudo foi desmentido pela PF, que confirmou a caligrafia de Bolsonaro. Apesar de todas as evidências, o Capitão foi absolvido e os ministros não comentaram o caso.
Na época em que a matéria da VEJA foi publicada revelando o plano terrorista, Bolsonaro negou tudo ao então Ministro do Exército. A revista querendo provar a verdade, publicou na semana seguinte as provas do crime, no caso, os croquis desenhados pelo próprio Bolsonaro de como iriam bombardear a adutora de Guandu e outro croqui que mostra a localização do outro capitão que compactuava com o plano.
A matéria da VEJA na qual mostra que Bolsonaro confessa estar planejando diversos ataques terroristas em quartéis do exército:
Bolsonaro apoia Collor e o mesmo nega o apoio:
Bolsonaro quebra o decoro parlamentar
Um dos primeiros, se não o primeiro, ataque agressivo, neste caso, ao então Ministro do Exército Carlos Tinoco.
O deputado foi o ÚNICO parlamentar a apoiar o Golpe dos Militares na Guatemala:
Jair enviou ameaças por telefone e por carta ao deputado Vital do Rego:
Bolsonaro defende fechamento do congresso:
Além de defender o fechamento do congresso, defende também a ditadura(pela primeira vez na Câmara Federal), os deputados discutem as chances de cassação, mas nada além disso.
Bolsonaro colabora com o genocídio Ianomâmi:
O deputado insiste em diminuir a área dos indígenas e clama “Tem é que acabar com essa reserva Ianomâmi”.
Bolsonaro pede novamente o fechamento do Congresso:
Bolsonaro acusado de usar verba pública:
Intolerância:
Em dois massacres históricos, o deputado defende os assassinos:
No Carandiru, Bolsonaro achou que foram poucos os mortos: “Deveriam ter matado 1000”. Já no massacre dos sem-terra no Pará, em sua opinião, as vítimas foram os policiais e não os mortos.
Bolsonaro ofende o arcebispo de São Paulo:
Arcebispo prefere não comentar o ocorrido.
Bolsonaro pede pela terceira vez o fechamento do Congresso:
Defende assassinato:
Na época, as Testemunhas da Comissão da Verdade estavam sendo ouvidas na Câmara. Quando o deputado soube do que se tratava, disse: “Isso que dá torturar e não matar”.
Bolsonaro pede o FUZILAMENTO de FHC:
A Câmara estuda punição, mas novamente, o deputado sai ileso.
Quebra de decoro:
Bolsonaro ofende o então Ministro da Defesa. O motivo foi a MP(medida provisória) que promoveu reajuste salarial aos militares.
Homofobia declarada:
Em 2002 Bolsonaro se colocou como opositor aos direitos LGBTTs. Em seu ataque o deputado disse a seguinte frase: “NÃO VOU COMBATER NEM DISCRIMINAR, MAS SE EU VIR DOIS HOMENS SE BEIJANDO NA RUA, EU VOU BATER”.
Votou em Lula e fez lobby para Aldo Rebelo:
Briga com Maria do Rosário:
A discussão foi gravada em agosto de 2003. Maria do Rosário acusa Jair Bolsonaro de incentivar comportamentos violentos. Bolsonaro, por sua vez deturpa a frase: “Grava aí, sou estuprador agora”. Há um erro na transcrição. Maria do Rosário jamais falou: “É, o senhor é estuprador”. Ela somente responde com vários “É! É!” espantada com a truculência do deputado. Então Bolsonaro responde: “JAMAIS ESTUPRARIA VOCÊ, PORQUE VOCÊ NÃO MERECE”. Logo em seguida, quando ouve que Maria reagiria ao estupro dando uma bofetada, ele diz: “TE DOU OUTRA”.
Nepotismo:
A Folha de São Paulo revela que Bolsonaro nomeou o filho a chamado “Cargo de Natureza Especial”.
Bolsonaro novamente na lista de nepotismo:
O deputado revelou à reportagem da Folha de SP que os dois “Siqueira Valle” que empregava eram familiares, porém se recusou a dar o grau de parentesco.
Bolsonaro suspende lei de cotas no Rio:
Em 2009 o deputado entrou com um recurso (e conseguiu) para suspender a lei estadual de cotas. Porque, para ele, no Brasil todos têm a mesma oportunidade e não há a menor necessidade para cotas.
Diante de enumeras polemicas e acusações, o Deputado rende mais de 30 pedidos de cassação.
Ataque ao Estado Laico
Um dos seus videos mais polêmicos é de um discurso que o deputado faz em Campina Grande, onde ele insulta o Estado Laico e exalta o poder das maiorias sob as minorias.
Assista ao vídeo aqui!
A PEC 55
Recentemente outra polemica foi o seu posicionamento sobre a PEC do teto(projeto que congela por 20 anos os investimentos públicos), ao qual ele publicou um vídeo falando dos malefícios da PEC e dizendo que é claramente CONTRA. Poucos dias depois, o mesmo publica outro vídeo, falando justamente o contrario e dizendo que é A FAVOR da PEC e votou sim para a mesma.
Assista aqui!
Aproveitando este momento, vale mostrar o que aconteceu no plenário 3, da Câmara dos Deputados, na data de 24/04/2017, na qual o Jair Bolsonaro foi questionado pelo Dep. Glauber Braga(PSOL) em relação a seu posicionamento quanto a PEC e pelo gasto desacerbado de dinheiro publico na campanha presidencial. O Dep novamente ataca com truculência além de não respeitar o momento da fala de Braga.
Assista na integra aqui, através do próprio perfil do Dep Glauber Braga.
Bolsonaro usa cota parlamentar em pré-campanha
O deputado usa cota parlamentar para custear viagens pelo país, nessas viagens, ele se coloca como “pré-candidato” a presidência em 2018.
A Câmara diz, nas regras de uso, que: Não é permitido gastos de caráter eleitoral. Mesmo com essa regra, o que mais é dito e discutido por Jair em suas viagens, é a sua candidatura.
O Deputado nega que esteja em campanha e atribui a suas viagens as atividades da Comissão da Segurança Pública da Câmara. Bolsonaro segue gastando dinheiro da cota parlamentar que segundo a FPS(Folha de São Paulo) em sua reportagem do dia 24/04/2017, nos últimos cinco meses partindo daquela data, em pelo menos seis viagens o mesmo tratou publicamente sobre sua pré-candidatura. Viagens que foram custeadas pela Câmara, na qual juntas somam 22 mil.
Leia a matéria da Folha de São Paulo aqui.
O deputado Glauber Braga(PSOL) fez uma questão de ordem ao presidente da Comissão de Segurança pública.
Assista aqui o momento exato da questão de ordem
Polêmica da Castração Química
A PL 5398/2013, de autoria do deputado, visa a castração química como punição para os estupradores, método que reduz temporariamente a libido do homem, diminuindo as chances de ter ereções. Especialistas nas áreas de saúde e direito, por sua vez, discordam da medida.
Segundo uma reportagem feita pela OTEMPO destacamos os seguintes parágrafos:
Estudos mostram que a redução do desejo sexual pode perdurar até 15 anos e provocar efeitos colaterais graves, como diabetes, feminização e atrofia da genitália.
“A castração química precisa de muito cuidado médico com relação às funções hepáticas, ou teremos, em alguns anos, um esquema semelhante à cirrose alcoólica, além de diminuição de capacidade cognitiva, aumento de ansiedade e depressão nesses homens”, aponta o professor do Instituto Paulista de Sexualidade, Oswaldo Rodrigues.”
O especialista não acredita que essa seja a melhor solução para os casos de abuso sexual. “Para muitos homens, cuja motivação é a violência, por exemplo, isso não deixaria de existir pela inexistência de um hormônio. Os medicamentos usados não inibem esses impulsos, somente se o condenado for dopado com acréscimo de outros medicamentos”, explica.
Rodrigues também faz uma comparação com os casos de castração animal. “Acreditamos que animais castrados são mais dóceis, mas nem todos são assim. Alguns fazem sexo, mesmo que não tenham espermatozoides”, afirma.
Mesmo nos países que adotaram a punição, a medida vem sendo questionada por não ser totalmente eficaz, pois o resultado depende da psique do paciente e pode ser revertido com ingestão de Viagra.
Mudanças devem ser mais profundas, dizem advogados
O presidente da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim), Elias Mattar Assad, considera a castração química inconstitucional. “De acordo com nossa Constituição Federal, esse tipo de pena é cruel, configura um tratamento desumano ou degradante que se equipara à tortura e interfere na integridade física e moral do apenado”, afirma.
Na visão do advogado e também professor de direito penal da PUC-MG e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Leonardo Marinho, a pena não elimina nem nunca eliminou o crime. “O que vai resolver é trabalhar uma formação mais humanista e de respeito à mulher, desde a formação básica com a criança, e não com o adolescente ou o universitário. O Estado não tem o direito de tocar e/ou modificar o corpo”, afirma.
A presidente da ONG Artemis, defensora dos direitos das mulheres, Raquel Marques, concorda e diz que é preciso mudar a mentalidade e garantir que os estupros sejam punidos conforme as leis atuais. “Um homem ser impedido quimicamente de usar seu pênis não significa que ele não faria estupro. Na prática, os estupradores ainda não são denunciados, os inquéritos não são encaminhados e, quando processado, o homem não é condenado”, diz.
A população se mantem dividida entre os apoiadores e os que são contra esse projeto, mas a grande polêmica entorno desta PL é que, mesmo sendo autor de um projeto que visa a castração química de estupradores, Jair Bolsonaro, mantém relações amigáveis e apoio a um pastor(Marcos Pereira da Silva) que foi condenado, a 15 anos de prisão pelo estupro de uma fiel. Segundo os autos, o abuso aconteceu nas dependências da igreja, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, em 2006.
Mesmo condenado por estupro, está livre desde dezembro de 2014 por conta de um habeas corpus concedido pela Justiça do Rio de Janeiro. O pastor também é suspeito de ter estuprado pelo menos outras seis fiéis e de associação para o tráfico, mas nada confirmado.
O pastor ficou cerca de 18 meses preso, mas agora, após a apelação de sua defesa, ele foi inocentado.
Abaixo algumas fontes de pesquisa para realização desta matéria:
Blog pessoal de um jornalista do Rio de Janeiro.
FGV CPDOC |Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil
Observatório da imprensa: Capitão Bolsonaro, a história esquecida
Sobre o Pastor Masco Pereira e seu caso