OctoLearn — Processo de pesquisa com usuários
Como realizamos o processo completo de UX Research para entender nosso usuário e desenvolver uma solução que os motive em cursos online de média/ longa duração.
Este artigo é complementar ao case — OctoLearn: Gamificando a Aprendizagem e elevando a experiência do usuário
Ao longo da nossa formação no Programa UX Unicórnio 2.0, Leandro Rezende sempre enfatizou e fazia questão de nos lembrar da seguinte frase de Jacob Nielsen: Você não é seu usuário!
Essa frase nos fazia lembrar que, mesmo nós quatro sendo alunos de um curso online de média e longa duração, nós ainda precisávamos pesquisar a fundo por que afinal, não erámos os usuários dessa solução que iríamos desenvolver.
UX Research | Na prática
Antes de começarmos aplicar pesquisa com usuários, organizamos um roadmap de tudo que deveria ser feito, pesquisado e analisado para que o nosso processo de UX Research seja o mais completo e efetivo.
Proto-Persona | Mapa da Jornada do Usuário
Para construir a melhor experiência para o usuário, é importante conhecer e entender bem quem é seu público. E uma das etapas em UX Research é a elaboração da proto-persona — que tem como objetivo compreender melhor o público-alvo e confirmar se o que está sendo desenvolvido vai agregar valor, isso tudo a partir de ideias e percepções do grupo.
De acordo com Jeff Gothelf:
“Proto-personas se originam a partir de brainstormings, onde os participantes tentam encapsular as crenças da organização (com base na sua experiência de domínio e intuição) sobre quem está usando o seu produto ou serviço, e quais são as suas motivações.”
Para contextualizar a proto-persona, identificando suas dores, necessidades e reações às etapas desde a matrícula até finalização de um curso online de média/longa duração, construímos o Mapa da Jornada do Usuário, que tem como objetivo identificar o processo atual do usuário.
Matriz CSD
Na fase de descoberta, o primeiro passo foi realizar uma matriz CSD — ferramenta estratégica que auxilia a visualização e definição de certezas, suposições e dúvidas que temos do projeto. A matriz é um ótimo ponto de partida de um projeto.
Com as nossas certezas, dúvidas e suposições definidas, realizamos um brainstorming para determinar quais seriam as hipóteses e perguntas de pesquisas que precisaríamos validar ao aplicar a pesquisa com o usuário. Nesse processo, surgiram 10 hipóteses e 9 perguntas de pesquisa que seriam a base da nossa pesquisa quantitativa.
Pesquisa Quantitativa
O primeiro passo em uma pesquisa quantitativa é definir o perfil do usuário com quem iremos pesquisar. Fazer o perfilamento é essencial para ter as informações e insights necessários no momento de coleta de dados.
O perfilamento criado se baseou em uma característica fundamental e duas características interessantes, como mostra abaixo:
Com as perguntas de pesquisa definidas e o perfilamento do usuário estabelecido, seguimos para estruturação do fluxo de perguntas do questionário. Foram criadas 18 perguntas — distribuídas em quatro formatos: aberta, múltipla escolha, escala linear e caixa de seleção.
Utilizamos a plataforma forms.app para inserir nossas perguntas e podermos aplicar nosso questionário com os usuários. Ao longo de 10 dias, recebemos o total de 101 respostas, delas 93 foram válidas (de acordo com pergunta de screening — pergunta de triagem na qual determina quem segue ou não na pesquisa).
Com as 93 respostas válidas, foi realizado a tabulação e análise de cada resposta, obtivemos o seguinte resultado:
Ao final do questionário, solicitamos o contato de quem gostaria continuar nos ajudando para próximos passos na nossa etapa de research. Conseguimos 21 contatos do qual dividimos em 2 grupos (pessoas que buscam cursos onlines para crescimento profissional/pessoal e pessoas que fazem cursos onlines por alguma necessidade/obrigação) — que se deu através da análise da resposta da última pergunta “Pensando no seu último desafio educacional, o que te motivou à concluí-lo?”.
Pesquisa Qualitativa
Para aprofundar nosso conhecimento e entender melhor nosso usuário, decidimos realizar entrevistas de profundidade semiestruturada, com alguns participantes que deixaram o contato no questionário. Participaram desta etapa 8 pessoas.
Para criar as perguntas para nossa pesquisa qualitativa, analisamos quais hipóteses (criadas no início) ainda faltavam ser validadas e o que mais gostaríamos de descobrir com o nosso usuário, com isso, surgiram 11 perguntas guias divididas em 3 categorias: Conhecendo o entrevistado, dificuldades e motivações no ensino à distância e por fim, sobre Gamificação.
Conhecendo o entrevistado
- Qual(is) curso(s) de média/longa duração você fez ou está fazendo na modalidade EAD? Nos conte um pouco sobre ele.
- Como era/é sua rotina de estudos?
- Como você se organizava/organiza para assistir as aulas e revisar o conteúdo?
- Você já fez cursos presenciais também? Quais as maiores diferenças que você notou?
Dificuldades e motivações no ensino à distância
- Quais você considera que eram suas maiores dificuldades?
- Como você fez para solucionar ou contornar essa situação?
- Você acredita que [alguma dificuldade do entrevistado citada na pesquisa quantitativa] atrapalhou seu desempenho?
- Você citou que [resposta do formulário] seria sua maior motivação. Pode explicar um pouco melhor sobre isso?
Gamificação [Verificar as respostas das perguntas 17/18 do formulário]*
- Você sabe o que é gamificação?
- Você citou que seu curso possuía alguns elementos de gamificação, como [itens da resposta]. Você sente que esses elementos apresentados no seu curso, criaram alguma diferença em sua jornada?
- Quais mudanças você proporia nesses elementos para que eles te motivassem ainda mais, para que tivesse aproveitamento de 100%?
Após concluirmos todas as entrevistas de profundidades, transcrevemos as entrevistas para podermos construir um diagrama de afinidade — técnica de análise de qualitativa que precede a etapa de geração de insights, que consiste em agrupamento de dados por afinidade, similaridade ou proximidade.
- Transcrevemos o dado isolado de cada entrevista em um post-it (Figjam) com uma informação, identificado com abreviação do nome e idade do entrevistado. Como mostra o recorte abaixo:
2. Agrupamos cada post-it por afinidade em temas criados previamente: Perfil do entrevistado, Característica de cursos onlines; Pontos negativos em cursos onlines; Dificuldades do entrevistado; e a Motivação do entrevistado
3. A partir da afinidade criada dentro dos temas estabelecidos, separamos em grupos.
4. Realizamos a correlação dos dados em 4 grupos: Cronograma de estudos, Plataforma, Interação (entre alunos e professores), Motivadores
5. Por fim, criamos insights analisando cada post-it codificado
O diagrama de afinidade gerou para o nosso projeto 17 insights, dos quais precisávamos priorizá-las e decidir quais das oportunidades seriam mais adequadas para aplicar nesse primeiro momento de projeto. Para isso, utilizamos a matriz de Impacto x Esforço que auxilia a priorizar tarefas e oportunidades a partir do esforço que cada uma leva.
Persona
Com base nos resultados obtidos das pesquisas, foi possível revisar a Proto-persona e definir as nossas Personas. Percebemos a necessidade de criar 2 perfis de usuário, de acordo com os diferentes tipos de motivação: crescimento profissional/pessoal x necessidade/obrigação.
Em construção!
Esse projeto ainda está em andamento, os próximos passos em relação a UX Research é aplicar testes de usabilidade.
Este artigo é complementar ao case — OctoLearn: Gamificando a Aprendizagem e elevando a experiência do usuário
A equipe
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OctoLearn: Estudo de caso proposto pelo UX Unicórnio, para a formação em UX, UI e Product Design.