O que realmente aconteceu em Charlottesville e a essência da esquerda

Leandro Ruschel
6 min readAug 13, 2017

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Algum esquerdista segura um cartaz, como um punho cerrado, símbolo revolucionário histórico, usado por movimentos que já produziram milhões de mortes, com os dizeres: “Destrua todos os monstros”. Ou seja, se o meu inimigo é um “monstro”, ele pode ser morto. Não é essa a essência do mal?

Você já deve ter lido sobre os acontecimentos de ontem numa pacata cidade da Virginia chamada Charlottesville. A versão da história contada pela imprensa, com pequenas alterações, é mais ou menos assim: supremacistas brancos se reuniram na cidade, promovendo a violência contra negros e outras minorias. Quando a polícia tentau encerrar o encontro, a violência se instalou, produzindo a morte de uma pessoa, além de dezenas de feridos.

Alguns veículos da imprensa foram além, alertando sobre o renascimento de grupos fascistas que demonstram como os EUA estariam caminhando para algum tipo de regime totalitário, com Donald Trump à frente.

Faz sentido? Estaria a América caminhando para uma ditadura fascista? Estamos observando o renascimento da KKK e afins?

Corremos riscos de perder liberdades individuais e de regredir socialmente e economicamente, mas não pelos supostos motivos que a grande imprensa aponta.

As intenções totalitárias se encontram exatamente naqueles que se autoproclamam “antifascistas”, ou defensores da “justiça social” e das “minorias”, como o movimento “Black Lives Matter”. Assim cumpre-se a profecia de Churchill sobre os fascistas do futuro propagarem ser o seu inverso.

Voltando ao que ocorreu em Charlottesville, tudo foi iniciado com a petição feita por um estudante negro da Universidade da Virginia para retirar da praça da cidade uma estátua do General Lee, o comandante do exército Confederado, na Guerra Civil Americana. Segundo tal estudante, a estátua seria ofensiva aos negros, assim como todo símbolo Confederado, já que naquela época havia escravidão e a Confederação defendia tal prática.

Jason Kessler, que se intitula um nacionalista branco, organizou um protesto contra a retirada da estátua do general. Em entrevista a uma rádio local durante a semana, Kessler foi muito claro: ele não defende qualquer tipo de ideologia supremacista, apenas não tolerava que a história fosse reescrita e que heróis brancos fossem apagados e vilificados em nome do politicamente correto.

A primeira emenda da Constituição americana garante o direito à livre expressão e ao protesto pacífico. Kessler então foi até a prefeitura da cidade para solicitar uma autorização para realizar o protesto. Depois de muitas dificuldades, já que o prefeito da cidade é Democrata, ele conseguiu a autorização.

Os Democratas então incentivaram a vinda para a cidade de grupos contrários ao movimento de Kessler, que ele chamou de “Unite the Right”. Em especial, o “Antifa”, um grupo violento que tem crescido e se especializou em contra-protestos, ou seja, sempre que qualquer grupo de direita organiza algum evento, eles aparecem vestidos de preto, com capacetes, máscaras, porretes e até com facas e armas de fogo, com o objetivo de acabar com o protesto. Outro grupo que apareceu para o contra-protesto foi o “Black Lives Matter”, grupo que surgiu como um renascimento do “Black Panthers” dos anos 60, denunciando a suposta violência policial contra negros, além de exigir reparações pela “opressão branca”, com uma retórica violenta que chega ao ponto de defender a morte de “white pigs” e até mesmo a supremacia negra. Nos seus manifestos, ficam claras as bandeiras socialistas radicais, como a exigência de bolsas e cotas de todo o tipo para negros, além da condenação do capitalismo.

Enfim, ao incentivar a vinda de grupos antagônicos ao protesto pela manutenção da estátua do General Lee, o prefeito Democrata de Charlottesville, Michael Signer, praticamente garantiu que haveria violência.

Mas o sujeito foi além, na véspera do protesto, quando já havia conhecimento que milhares de pessoas viriam de outros locais para apoiar o protesto de Kessler, e outros milhares viriam para apoiar o contra-protesto da Antifa e do Black Lives Matter, o prefeito cancelou a licença para que o protesto de Kessler acontecesse no parque onde está a estátua, enquanto manteve a licença para o contra-protesto.

Kessler então entrou com um pedido na Justiça Federal, conseguindo uma liminar que garantisse o direito constitucional de manter o protesto no parque onde estava a estátua. No sábado pela manhã, conforme os grupos começaram a chegar ao local, a polícia da cidade, a mando do prefeito, avisou que se tratava de uma reunião ilegal e mandou que todos saíssem dali, sem ter organizado nenhum isolamento entre os dois grupos.

Ou seja, não é exagero supor que o prefeito tinha a intenção de provocar a violência, pois após incentivar um contra-protesto violento, o sujeito não tomou nenhuma medida para isolar grupos contrários e a polícia permaneceu a maior parte do tempo inerte, apenas observando a violência, intervindo apenas quando a cidade já tinha virado um palco de guerra.

No meio do tumulto, alguém jogou um carro contra a multidão, aparentemente de forma intencional, matando uma mulher e ferindo 19 pessoas. O grupo atingido era formado por antifas, mas ainda não ficou claro se o motorista que cometeu a agressão era ligado a algum grupo em particular (Atualização: o agressor foi identificado como um supremacista branco pelas autoridades). Para completar a tragédia, um helicóptero da polícia que fazia o patrulhamento da área caiu, aparentemente um acidente, matando os seus dois ocupantes.

Entre o grupo que protestava contra a retirada da estátua, havia sim bandeiras representando supremacistas brancos, mas em minoria. De qualquer forma, pelas declarações de Jason Kessler e nos manifestos que conclamavam as pessoas a participar do protesto, não havia nenhuma menção à supremacia branca.

Mesmo se esse fosse o caso, a Constituição americana é clara ao defender o direito à livre expressão e reunião pacífica. E isso simplesmente foi rasgado pelo prefeito Democrata, que é o principal responsável pelas mortes e pelos feridos.

De qualquer forma, o objetivo dos Democratas foi atingido, eles tem agora uma narrativa que inverte a situação, traçando a direita como um bando de neo-nazis saudosistas da escravidão que enxergam em Trump um líder, enquanto os “antifascistas” que quebram e matam nas ruas, querendo impor violentamente a sua opinião, em conjunto com os racistas do “Black Lives Matter”, que chegam a defender abertamente a morte de brancos, são os defensores da liberdade.

Se ontem o direito a liberdade de expressão do grupo que queria a manutenção da estátua no parque fosse respeitado, provavelmente não haveria nenhum ato de violência. Agora imaginem se tivesse ocorrido o contrário, se um protesto contra Trump, ou pelos negros, ou por qualquer bandeira da esquerda fosse atacado violentamente por membros da Ku Klux Klan. Será que a imprensa inteira noticiaria que os esquerdistas que organizaram o protesto seriam os responsáveis pela violência?

Obviamente sou contrário a qualquer tipo de movimento que defenda a supremacia de uma raça em relação à outra, mas consigo perceber claramente como a retórica esquerdista de luta de classes, luta de raças e luta de gêneros produz uma divisão profunda da sociedade e incentivará a violência e o caos. Creio que esse é exatamente o objetivo da esquerda, seguindo o velho ditado romano: dividir para conquistar.

A criminalização da história é típica de regimes totalitário, os soviéticos criaram todo um departamento especializado em reescrever passagens e até manipular registros, para apagar acontecimentos, obviamente contando só uma parte da verdade, aquela que beneficiava o regime.

É simplesmente absurdo condenar uma raça por crimes que aconteceram no passado, especialmente quando esses crimes foram perpetrados por todas as raças em todos os tempos. Não é nosso objetivo aqui discorrer sobre isso, até porque é uma longa exposição necessária.

Eu só precisava deixar registrado o que ocorreu, já que de uma maneira geral ninguém encontrará essas informações na grande imprensa.

O que temos é uma luta política, onde a esquerda promove a violência e controla a narrativa, gerando a supressão da liberdade através da camisa de força do politicamente correto, não só enganando as pessoas, mas criminalizando qualquer opinião contrária às suas agendas.

Vale a pena deixar registrado que tanto o Black Lives Matter quanto o Antifa são financiados por George Soros, que multiplicou por três essas verbas desde que Trump foi eleito.

Ele, junto com outros democratas, já expressou o desejo de acabar com o mandato de Trump por todos os meios possíveis, aparentemente violência e mortes fazem parte desses meios.

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Leandro Ruschel

Especialista em investimentos. Apaixonado por filosofia e ciência política. Empreendedor. Admirador da excelência. Conservador.