Rosa de Hiroshima: a anti-rosa atômica

Leo Alves
1 min readMar 3, 2019

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“Sem cor, sem perfume, sem rosa, sem nada.” — Vinicius de Moraes

Musicalizado pelo guitarrista Gerson Conrad, o poema “Rosa de Hiroshima” de Vinicius de Moraes foi gravado no primeiro álbum da banda Secos & Molhados, em 1973. Na canção, o timbre marcante de Ney Matogrosso lamenta pelas vítimas do bombardeio de Hiroshima, acorrido ao fim da Segunda Guerra Mundial em 06 de agosto de 1945, há pouco mais de 73 anos.

Capa do álbum Secos e molhados, 1973

Imagem emblemática do fim da guerra, a explosão lembra o desabrochar de uma flor. No entanto, diferente das rosas comuns, a de Hiroshima não remete à beleza ou perfume: traz consigo morte, invalidez e problemas hereditários decorrentes da radioatividade. Atômica, é uma anti-rosa sem perfume, sem cor, sem rosa, sem nada.

A letra de Vinicius nos convida à reflexão: pensem nas crianças, nas mulheres, nas feridas. Quantas rotas de vida o ataque nuclear alterou? Quase 3/4 de século depois, não nos esqueçamos da rosa de Hiroshima!

Abaixo, a canção sendo interpretada por Ney Matogrosso, em 2017. Se também quiser ouvir a versão original no Spotify, clique aqui.

Ney Matogrosso interpretando Rosa de Hiroshima no 28º Prêmio da Música Brasileira, em 2017

To read the english version, click here.

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