Mundos Infinitos: Ravenloft #11
Mestre: Matheus Gansohr
Sistema: Old Dragon 2
Cenário: Ravenloft
Relato por: Geraldo Miranda ( @mrgeraldjr )
- Horror e Desespero na Estrada Svalich.
Após uma noite de bebedeiras que drenou suas últimas moedas, *Eragar, o meio-elfo ranger, **Bartzabel, a meia-elfa paladina, e **Volrath, o elfo guerreiro, decidiram seguir rumo a Baróvia. As brumas desta terra envolta em mistério e lendas os atraíam, mas havia uma missão a cumprir. Ao chegarem à cidade, encontraram **Thobias*, um humano necromante, na Taverna covil do lobo, e juntos, traçaram seus próximos passos.
Enquanto o grupo trocava histórias, Eragar revelou, com um tremor na voz, seu medo irracional dos ciganos. Ele afirmava que os ciganos, com suas roupas coloridas e feitiços, poderiam ler a alma das pessoas e manipulá-las, tirando sua liberdade com apenas um olhar. “Eles sabem o que você pensa antes de você falar”, murmurava ele, sem conseguir conter o nervosismo.
Logo, eles se viram entrando em uma estalagem liderada por duas ciganas Vistani. Bartzabel tentou lidar com a situação, mas foi Thobias, com sua inteligência e discurso calculado, que assumiu o controle da conversa. Ele apresentou-se como um necromante conhecedor dos poderes da vida e da morte, mas com uma neutralidade inesperada. As ciganas, intrigadas por sua presença sombria, confiaram-lhe a missão de convencer o vendedor de óleo da cidade próxima, que havia se recusado a fornecer seu produto aos barovinos, a retomar os negócios. “Forasteiros não são bem-vindos aqui”, diziam as Vistani, “mas há uma necessidade. Cumpram essa tarefa, e as portas da cidade não estarão fechadas para vocês, e quem sabem podem até lucrar com isso.”
Enquanto saíam da estalagem, cada um tomou uma poção dada pelas ciganas para poderem atravessar a bruma. Atravessando as névoas sobrenaturais que permeiam Baróvia, encontraram um acampamento de Vistani. Estes, por sua vez, falaram de um conde que, séculos atrás, garantiu a eles passagem segura por aquelas terras. Enquanto seus companheiros tentavam acalmar Eragar, seu medo apenas crescia. Ele mal conseguia encarar os ciganos, seus olhos constantemente desviados. “Eles vão roubar a sua sombra”, ele sussurrava para si mesmo, “sabem demais…”
Avançando pela floresta, Eragar usou suas habilidades únicas de rastreamento, observando a mata e até mesmo lambendo fezes de animais para determinar a rota de uma família de ursos. Porém, ao se depararem com filhotes de urso, a presença iminente dos pais os fez recuar. Bartzabel, com a sabedoria de sua fé, dissuadiu o grupo de enfrentar os ursos e convenceu-os a seguir viagem.
Mais tarde, enquanto caminhavam por uma trilha escura, foram emboscados por um bando de seis goblins. Sem hesitar, Thobias conjurou uma magia de sono, colocando todos os goblins em um estado de torpor. No entanto, uma escuridão tomou o coração de Eragar. Ouviu uma voz sussurrando em sua mente, incitando-o à violência. Dominado por essa loucura, ele sacou sua lâmina e, apesar dos apelos de seus companheiros, assassinou brutalmente cada goblin adormecido. Seu frenesi era incontrolável, e, com cada golpe, sentia seus pequenos chifres crescerem, símbolo de sua corrupção. Quando o massacre terminou, ele acreditava que os ciganos o estavam observando e perseguindo a todo momento. Uma figura demoníaca o beija no rosto e sai voando, deixando todos ensandecidos.
Após a chacina, Volrath e Thobias, tomados pelo horror, construíram uma grande pira para queimar os corpos dos goblins. Bartzabel, paralisada, observava o espetáculo de sangue com olhos arregalados, tentando compreender o que havia acontecido com seu amigo ranger.
O grupo seguiu para a próxima cidade, e, ao se depararem com um portão, viram o corpo estrangulado de uma mulher. Bartzabel, ao olhar para o cadáver, teve uma visão perturbadora: era como se visse a si mesma ali, estendida e sem vida. Sem querer perturbar o espírito que poderia estar preso ali, eles evitaram o corpo e decidiram acampar mais adiante. Sentindo a bruma, escuridão e loucura os tomando cada vez mais.
Antes de chegar à cidade, foram atacados por quatro criaturas enormes, com um cheiro horrível de carne podre e armadas de porretes de osso, essas criaturas os perseguiram onde o grupo conseguiu lutar por algum tempo e resistir às criaturas. O grupo conseguiu fugir, mas Bartzabel perdeu sua espada durante a luta, um preço a pagar pela sobrevivência. Ao alcançarem finalmente a cidade do mercador de óleo, foi Thobias quem liderou as negociações. Com sua mente afiada e seu tino para negócios, ele conseguiu convencer o comerciante a voltar a vender óleo para os barovinos. Ele argumentou que a cidade estava à beira do colapso, e que um mercado em dificuldades prejudicaria a todos. Thobias, além disso, pagou inteiramente por um dos carros de grãos, o outro foi pago por Barzabel e Eragar, uma por bondade e o outro visando reconhecimento, garantindo que o mercador mandasse mantimentos para as famílias cujas colheitas haviam sido destruídas por erros de outros forasteiros.
Com a missão concluída, o grupo, embora abalado pelos horrores enfrentados, sentia que ao menos haviam cumprido um dever importante. Entretanto, as marcas deixadas por aquelas experiências — especialmente em Eragar e Bartzabel — pareciam um presságio de que mais trevas os aguardavam.