Mundos Infinitos: Ravenloft #9
Mestre: Matheus
Sistema: Old Dragon 2
Cenário: Ravenloft
Relato por: Chico (Xikowisk)
- A Tumba do Impostor
Após passarem pelas brumas, o anão Agbert e o ladrão Mafrig estranham a paisagem a frente:
— Acho que a gente devia ter virado à direita em Albuquerque, Betão.
— Maldita hora que caí na sua lábia, Mafrig!
— Ih qualé?! Vai dizer que era melhor ficar em casa?
— Pelo menos eu sabia onde estava. Que lugar é esse?
— Nem ideia. Parece que no pé do vale tem uma vila. Vamos descobrir.
Ao chegar na vila, Agbert e Mafrig não reconhecem o povo, a arquitetura do local e a ojeriza popular também deixou-os incomodados. Nem mesmo o vendeiro esboçou qualquer simpatia enquanto compravam trajes de inverno pra suplantar aquele frio intenso que experimentaram desde que chegaram. Enquanto debatiam se valia o risco de se hospedar numa terra tão hostil, os dois ouviram o que parecia música. Se aproximando do som, viram um acampamento grande, com várias cabanas, os mais variados povos interagindo, três dessas pessoas estavam a fogueira. Agbert e Mafrig se aproximam:
— Boa noite, companheiros. Eu sou Mafrig e este é meu amigo Betão. Haveria um lugar ao redor da fogueira para dois viajantes com frio?
Sem objeção, os dois se sentaram com o guerreiro Morrowend, o paladino Ramon Von e o necromante Tobias. Estes conversavam sobre a incursão anterior e procuravam um mapa que pensavam estar com o finado companheiro de trilha, mas encontraram. Curioso, Mafrig perguntou sobre o mapa e o trio prontamente disse se tratar do caminho para a Tumba de Barov, um nobre local, que estavam a procura há tempos. Agbert perguntou se Mafrig e ele poderiam se juntar a equipe e, após uma troca de olhares breve, o trio consentiu.
Na manhã seguinte o partiu em direção ao x no mapa. Logo pela manhã, se depararam com um urso pardo no meio da trilha, se entretendo com o que parecia ser uma colmeia. Morronwend sacou uma de suas rações de viagem, chamou a atenção do animal jogando-a para fora da trilha e tirou-o do caminho. Pouco após o almoço, encontraram o corpo de um lobo atroz. Segundo Tobias, já havia muito que estava morto. Ramon Von notou pegadas muito bem preservadas, dada ao solo argiloso, de um grupo de dois ou três pessoas e disse para segui-las. Iam até a entrada de uma caverna e se iam sem adentrá-la.
O formato da caverna intrigou o quinteto, pois seu espaço abrigaria até um urso ou um lobo atroz, mas sua estrutura era perfeita demais. Mafrig acendeu seu lampião e, investigando as paredes, achou o que parecia ser uma inscrição, que logo se mostrou uma porta com um aviso. Como não se tratava das línguas humana, anã ou élfica, Mafrig pediu auxílio a Tobias. Este notou que parecia a língua humana primordial, mas não conseguia decifrá-la, não sem magia. Mafrig deu um passo atrás quando viu os olhos e unhas de Tobias brilharem, com pequeninos relâmpagos, por conta do encantamento. Então Tobias leu:
“A HISTÓRIA DO MUNDO SE REPETE.
PRIMEIRO COMO TRAGÉDIA, DEPOIS COMO FARSA.”
A porta é irrompida por um jato conífero de chamas, atingindo Tobias e Mafrig em cheio. Moribundante, Tobias se cura parcialmente com uma poção, mas Mafrig ficou bem depauperado. De dentro do cômodo aberto, vinha um cheiro pútrido que fez o quinteto pernoitar próximo a entrada da caverna. Mafrig não contribuiu na alternância da caída da vigia daquela noite, devido a seu estado.
De manhã, após o café, o quinteto adentra o cômodo descoberto na noite anterior. Mafrig descobre então que o motivo de seus ferimentos tratava-se duma armadilha com gatilho mágico da qual jamais poderia desarmar. A leitura da inscrição ativava o cone de chamas pela cabeça de dragão em pedra. O recinto fétido contava com duas portas laterais, próximas a parede da entrada, uma fonte d’água, na quina esquerda, com o que parecia um corpo; uma provável pilha de ossos na quina direita; e uma porta no centro da parede. Tentando, novamente, procurar e desarmar possíveis armadilhas para ajudar seus companheiros, Mafrig escrutina minuciosamente os frisos dessa porta à esquerda, pedindo ajuda de Agbert para, inclusive examinar o vão superior. Achou o que parecia ser uma roldana que faria parte dalgum mecanismo imediatamente ligado a porta oposta ou seu cômodo. Ao compartilhar com o resto do quinteto tal fato, Agbert, Morrowend e Ramon Von entraram no cômodo, só restando a Mafrig uma vocalização de alerta:
— Não!
Foi então a porta da direita se fechou, deixando o trio sem a luz do lampião usado por Mafrig, que ficou na sala com Tobias. O corpo e o monte de ossos, ao fundo começaram a se mexer, ficaram de pé e vieram ameaçadoramente em suas direções. Em meio ao breu, esqueletos armados surgiram somente para as vistas do anão Agbert. Mafrig sacou sua faca, pois não poderia usar seu estilingue e iluminar o ambiente com o lampião ao mesmo tempo. Tobias lançou um feixe mágico na direção do esqueleto. Doutro lado, Agbert deferiu um golpe único que partiu seu algoz direto ao meio, enquanto Ramon Von sacava sua espada brilhante, Morrowend golpeava a esmo. Mafrig tenta se esquivar do ataque zumbi sem sucesso e sem logro no revide; Tobias tem pouco sucesso em sue segundo ataque mágico. Enquanto isso, Agbert desfere seu segundo ataque e desmonta o esqueleto que Ramon Von, atacara anteriormente, possibilitando uma maior vantagem tática do trio contra o esqueleto que sobrara, atacado agora por Ramon Von e Morrowend. O zumbi desfere o último ataque contra Mafrig, que, em seus últimos instantes de vida pensou o quanto foi inútil como ladrão para seu amigo “Betão” e demais companheiros, visto que nem seu conhecimentos de línguas, e suas habilidades de encontrar e destrancar armadilhas não puderam ser usadas para auxiliar na jornada e abreviaram sua vida e talvez de seus companheiros, “era melhor ter ficado em casa” e morreu. Tobias recebe um ataque da criatura e erra o revide.
Agbert despedaça o terceiro inimigo, deixando os demais livres para procurar o mecanismo descrito pelo colega. Morrowend aciona a alavanca encontrada que abre a porta novamente, revelando uma luminescência menor do que antes. Tobias se desvencilha do esqueleto e vai encontrar o trio, que volta para o embate com as criaturas restantes. Agbert golpeia impiedosamente o esqueleto que seguia Tobias e derrota-o. Os demais atacam o assassino de seu colega, ao chão com o lampião. A criatura não consegue revidar e Agbert Quebra-ossos dá o golpe de misericórdia.
Após a poeira baixar, o quarteto investiga a porta ao fundo, que revela uma cripta com entalhes nas paredes que Tobias interpreta como sendo uma tumba falsa para um impostor em vida. Ao abrir a esquife, se deparara com um esqueleto coberto de moedas de ouro. Então, em meio ao ânimo da conquista, um fantasma se materializa e revela-se como o impostor narrado nos entalhes. Amaldiçoa seus libertadores e se vai, deixando o tesouro em seu caixão.