Bandas Underground: Mais Watts por menos grana

Leonardo Lorieri
15 min readMay 28, 2018

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foto “artística”

Há um ano fiz um amplificador de guitarra USB para o meu filho, que na época tinha 3 anos. Esse projeto virou um ampli de 400 Watts que é usado em shows e ensaios. Vou contar a história dele porque acho que mais bandas podem se aproveitar disso e ter a chance de gritar sua atitude tão alto quanto deveriam, gastando menos. O projeto é simples, modular e fácil de modificar, deixando mais ou menos potente.

(english version here)

Marginall Versão Zero, zuera com o logo

Versão Zero

Escolhi o nome “Marginall”, porque foi feito pra ser barato e acessível por bandas marginalizadas.

Peguei uma caixa de fone Beats, um amplificador de 5 Watts que paguei USD 2.98, dois diodos conectados em posição oposta (o jeito mais simples de conseguir uma distorção), fiz um pre-amplificador usando um chip TL-072 CI (USD 0.07), e um falantezinho genérico de 5 Watts e 8 Ohms.

Nessa brincadeira tive que aprender várias coisas novas e encher o saco de algumas pessoas (valeu Marcos Sobrinho, Gabriel Kaffka, Alexandre Ribeiro da Silva e Robinson Nakamura).

Mas aprendi a usar a voltagem certa para LEDs, escolher os Ohms certos para os falantes, usar a porta USB como fonte 5 volts, criar um pre-ampli simplinho, como aterrar as coisas corretamente, e o mais importante para esse artigo: aprendi as fases de um amplificador de guitarra.

circuito do Marginall (Gleicon Moraes deu a dica que os diodos deveriam estar depois do pré-ampli pra ter um efeito mais forte.)

A fase da transformação, quando você pega a energia da parede e a prepara para o circuito. Tem que tomar cuidado, obviamente. Essa fase não aparece na foto acima, para esse ampli usei uma fonte de celular para transformar o 110 volts em uma porta USB 5 volts. Transformadores têm influência no sinal do som, um mal feito pode gerar ruídos.

A fase da pré-amplificação, quando pegamos o sinal “baixo” e pré-amplificamos ele suficientemente para brincar depois ou mandar direto pra fase de amplificação tendo um som “limpo”. Lembre-se que a maioria das guitarras não são ligadas em nenhuma fonte de energia. Geralmente é nessa fase que também é feita a equalização.

A fase da modificação/distorção, quando pegamos o sinal preparado pré-amplificado e começamos a brincadeira, adicionando distorção, overdrive, reverb, etc. Essa fase é opcional.

Na foto acima os dois diodos criam um efeito de clipping. Como o Gleicon Moraes me disse, os diodos estão no lugar errado, antes da pré-amplificação, não depois.

A fase da amplificação, quando pegamos o sinal pronto pra uso e empurramos com força para os falantes. Essa fase necessita atenção PORQUE PODE SER PERIGOSA, porque não é tão óbvia quanto plugar algo na tomada. Quando amplificamos um sinal ele pode queimar coisas, dar choques elétricos, etc.

Amplificadores de guitarra são modulares, os bons tem fases “múltiplas” de pré-amplificação, e é comum ter um pré-ampli dedicado para um canal limpo e outro para um canal distorcido. Neles também é possível “pular” algumas fases. Essa modularidade me fez começar esse projeto.

Versão Um

Luiz Henrique Gomes é o vocalista da banda de “blackened grind core” Lapso. Eu estava mostrando pra ele o novo amplificador do meu filho quando ele me pediu:

— Faz um desse pra mim bem grande?

Minha primeira reação foi:

— Claro que não, você é artista né… esses projetos sempre tem que ficar arrumando e mexendo, isso não pode acontecer durante um show. E eu posso me matar ou matar alguém de choque elétrico… Na boa, não vai funcionar, e é muita grana se não der certo, uns mil reais…

Aí fui almoçar pensando no que ele me disse.

De repente eu percebi que eu não precisava fazer nada! Eu podia pegar um monte de pedaços bem construídos para usar para cada fase do amplificador, só tinha que fazer todas as peças se encaixarem!

Comecei a pesquisar sobre amplificadores.

O amplificador

Pedi ajuda pro Gleicon Moraes, ele é guitarrista, audiófilo, tocou em bandas undergrounds, gosta de handmades e afins, e ainda manja de eletrônica. Perguntei para ele o que poderia dar de errado se eu usasse um módulo de carro para a fase de amplificação.

Ele me disse para checar a faixa de frequências do módulo, e disse que o som nunca seria bom suficiente para tocar em casa prestando atenção nas harmônicas ou usar para gravações de estúdio. Também reforçou a preocupação em deixar confiável para aguentar um show.

Eu considero esses amplificadores de carro, vulgo módulos, muito confiáveis porque eles trabalham em condições extremas: debaixo de carpetes, perto de fontes de calor, debaixo do sol. E eles têm circuitos de proteção contra curto-circuitos, instalação errada de falantes e aquecimento.

Daqui pra frente vamos chamá-los só de módulos.

Como o projeto era modular eu podia arriscar um pouco mais. Se algum pedaço não funcionasse eu podia trocar por um melhor. O Luiz Henrique Gomes tava ansioso e disposto a testar qualquer parada. Ele tinha uma razão boa pra isso, estava ajudando a criar um espaço novo para novas bandas undergrounds, Um misto de buteco, loja de tattoo com um espaço para shows no Golden Line Tattoo.

flyer do último som, 5 bandas underground no Golden Line Tattoo

Voltando ao projeto, eu achei na internet uma boa estimativa do que seria a faixa de frequência de uma guitarra, era entre 50 hertz e 5000 hertz. Honestamente, meu pensamento foi: se eu escuto qualquer música no meu carro, por que não ouviria minha guitarra ?

Então comecei a ler um monte de manuais de módulos. E a maioria consegue “tocar” faixas entre 20Hz e 30000Hz.

Nossa escolha para a Versão Um

O próximo desafio seria conseguir “dar match” com a impedância dos falantes. Módulos geralmente têm saída de 4 ohms ou 2 ohms. E geralmente quando usamos 2 ohms a saída tem o dobro da potência.

A maioria tem 4 saídas, 2 para o sinal do lado esquerdo do som e 2 para o lado direito.

Alguns têm um treco chamado “bridged mode”. Significa que ele consegue somar duas saídas e fazer uma só mais potente, geralmente com o dobro de Watts e com o dobro de impedância. Por exemplo, se a saída é 100 Watts e 2 ohms por canal, vira 200 Watts e 4 ohms usando dois canais em modo “bridged”.

Nota: Nunca, nunca mesmo, tente somar duas saídas só juntando os fios, isso pode danificar o circuito ou os falantes.

Saída de 4 ohms é perfeita para dois falantes de 8 ohms em paralelo. Vamos falar mais disso depois.

Nosso primeiro módulo foi um Hurricane mini H 400.4D. Ele tem 2 saídas de 200 Watts e 4 ohms em modo “bridged” e custa mais ou menos R$ 150,00.

O sinal da guitarra é mono, um signal só, não tem esquerda e direita.
Tínhamos um sinal e dois canais de saída.

Dividir um sinal também nunca é uma ideia boa, principalmente para a saída. Quando a gente divide um sinal do computador pra ligar dois headphones a amperagem final do circuito muda, isso pode forçar o amplificador interno do computador. Na moral, nunca vi ninguém se ferrar por causa disso, mas mesmo assim não é uma boa ideia.

Na entrada de som não sei o que pode acontecer, mas a maioria dos módulos vem com dois cabos em “Y”. Se o tocador tem só dois canais de saída (esquerda e direita), você pode plugar o cabo em “Y” e jogar para os quatro canais. Então certo ou errado não importa, o circuito do módulo se vira com isso.

Esses módulos não têm chave liga/desliga. Tem um fiozinho chamado “REM”. Quando a gente liga esse fiozinho em uma corrente de 12 volts o módulo liga. Pro nosso projeto simplesmente deixamos ele ligado na fonte. Se a fonte liga, ele liga.

Os alto-falantes

Eu tentei entender a diferença de um falante de guitarra e um normal porque os de guitarra eram muito caros. Ainda não sei bem a diferença, mas percebi que os de guitarra tinham menos Watts do que os de carro, mesmo os do mesmo tamanho. Os de 12 polegadas de guitarra geralmente têm 150 Watts e os de carro 1100 Watts. Também percebi que a impedância dos de guitarra eram maiores, 8 ohms e as vezes 16 ohms contra 4 ohms ou 2 ohms dos de carro.

Depois tinha que entender a diferença entre Woofer e Sub Woofer, qual seria o correto para guitarras. A resposta é Woofer, até pra baixo é Woofer (diferentes, mas ainda Woofers).

Eu achei um bom e barato, poucos Watts, impedância alta: “Woofer 12 inches JBL Selenium 12PX — 150 Watts RMS 8 ohms”. Infelizmente parece que pararam de fabricar.

Nota: Esses woofers da JBL são ótimos para voz e violão. Você também pode colocar tweeters, mas complica o projeto.

Lembre-se que o módulo tem saída de 4 ohms e os falantes são de 8 ohms. Isso significa que eu poderia usar quatro falantes.

O jeito que você conecta os falantes resulta em impedâncias diferentes. Em paralelo a impedância é dividida, em série ela é somada. Dois falantes de 8 ohms ligados em paralelo viram um circuito de 4 ohms. Esse site tem uma explicação melhor para isso.

Ligar em paralelo significa ligar o polo positivo da saída do canal no polo positivo de cada alto-falante, e o mesmo para o polo negativo.

Dois falantes de 150 Watts viram 300 Watts. Como a saída era de 200 Watts no canal em “bridged”, estávamos sendo conservadores, para não destruir os falantes com uma potência mais alta que eles. Ainda não sei se essa conta tá certa, mas funcionou :)

Cabos de áudio

Eu deixo vocês decidirem qual usar: vejam essa comparação de um cabo Monster de USD 500,00 e um cabide: “USD 500.00 Monster Cable vs Coat Hanger”

“Naturalmente, um cabide não tem garantia vitalícia igual a do Monster, se vc quebrar o cabide vai ter que ir comprar outro”

A fonte

Agora tínhamos que dar energia ao nosso sistema. No manual do módulo falava que ele operava a 22 amperes, em 12 volts (o mesmo que a bateria do carro). O estranho que eles vêm com fusível de 12 amperes, não me pergunte o porquê :)

Alguns módulos operam a 12,8 ou 13,6 volts, o que torna o som mais potente, mas precisa de uma fonte adicional. Como não usaríamos todo esse poder, ignoramos.

Comecei a tentar fazer uma conta de quanto o módulo com os falantes consumiriam de energia. Cheguei a 60 amperes, seria suficiente para o módulo, o pré-amplificador e uns coolers (que eu nunca instalei).

Como a diferença de preço de uma fonte de 60 era bem grande para uma de 30 resolvi perguntar para os vendedores de som das lojas da Santa Ifigênia. Eles me disseram que uma de 20 amperes era mais do que suficiente para esses módulos.

Como eu não confiava nem em mim, e também não sabia muito bem o que eu tava fazendo, fiz o Luiz comprar uma fonte de 50 amperes mais cara, igual a essa da foto abaixo. Notem que ela tem um cooler embutido, uma coisa a menos pra se preocupar.

fonte de 50 amperes

O pré-amplificador

Precisava achar um pré-amplificador com controle de volume, foi a parte mais fácil do projeto.

Qualquer pedal de guitarra com um “knob” de volume ia funcionar. O primeiro que me veio a mente foi um pedal equalizador, que tem todas as regulagens normais de um pré-amplificador.

Primeiro pensamos em ligar o pedal na fonte. Mas o pedal era 9 volts e a fonte 12 volts. Pra ficar mais simples o Luiz descolou uma fonte de pedal e ainda aproveitou e comprou uma “régua” de energia com botão liga/desliga, que seria bem mais fácil que achar um lugar bom pra colocar esse botão.

O André, da banda do Luiz, deu pra gente um pedal que emula som de amplificadores. Não era o ideal, mas ia funcionar.

O “caixão”

caixa 4 x 10"

Não manjávamos de marcenaria, então pedi pros meus irmãos Ricardo e Luiz me fazerem uma caixa 4 x 12" (quatro falantes de 12 polegadas), e uma 4 x 10" pra eu usar depois se a Versão Um funcionasse direito. Eles trabalham em uma pequena fábrica e me mandaram uma caixa pintada de preto.

Caixa vazias que usamos como cenário para uma apresentação no VivaReal Tech

Juntando os pedaços

Antes de comprar tudo, fiz um diagrama numa folha de papel pra ver se as coisas faziam sentido.

Diagrama da Versão Um

Também queria que ele ficasse bem loco. Tivemos várias ideias malucas pra montar o "cabeçote". Primeiro tentamos colocar tudo em uma gaveta velha, depois pensamos em usar um switch de rede velho. No final, o Luiz colocou tudo em uma tábua de carne mesmo :)

Com todos os "ingredientes" em mãos, fizemos o primeiro teste usando só um falante e um canal do módulo. Queria saber se nada ia explodir.

primeiro teste de "laboratório"

Eu não acreditava! Não tinha ruídos, o som parecia bom, tinha cara que ia rolar!!!

Luiz “full of hopes”, tarde da noite no VivaReal Tech

Testando

Pra testar convidamos o André, guitarrista do Lapso, o mesmo que nos deu o pedal. Queríamos alguém que pudesse "operar decentemente uma guitarra" para que nosso processo de avaliação fosse válido. Ele pareceu satisfeito, olhe a foto abaixo :)

André e Luiz do Lapso, e eu
André testando
eu testando

O primeiro show

O primeiro show foi no Golden Line Tattoo. No line-up, Dash ArtPunk, Weirduo Hardcore e o "Blackened Death Grind Core" do Lapso.

Eu tava nervoso, o Luiz também. Não conseguíamos parar de olhar pro Marginall.

Num dado momento umas luzes vermelhas refletidas pelos pratos fizeram a gente achar que o módulo tinha pifado. Não era nada, só paranóia.

Uma caixa de um monitor queimou, subiu um cheiro forte de queimado. Pulamos no Marginall e o desligamos. Mas não era ele. o Marginall tava gritando as vozes do fim do mundo como se não houvesse amanhã \m/

Filmei os primeiros acordes tocados ao vivo em um Marginall, o show do Dash:

Dash, os primeiros acordes ao vivo do Marginall

Alguns meses depois o Luiz me falou que o vocalista do Dash, o André, tinha sido assassinado :( R.I.P André.

Versão Dois — Flex

Eu ainda tinha uma caixa 4 x 10" vazia guardada.

Como a Versão Um tinha funcionado bem eu tinha a chance de fazer alguma coisa diferente.

Nessa época eu tava aprendendo a tocar baixo, e tava adorando. Como a caixa era menor eu podia levar ela pra casa. Então por que não fazer um ampli híbrido de guitarra e baixo pra mim?

Eu não tinha ideia do que era um falante de baixo, mas achei no MercadoLivre um handmade chamado "ELD Power" que supostamente substituía falantes Celestion.

Então comprei 2 falantes de guitarra e 2 de contrabaixo. Eu não lembro de quantos watts eram os falantes, mas lembro que o de baixo tinha mais, suportava mais porrada.

O preço também era bom, parecido com os da JBL, mas eram feitos pra guitarra. Se liga nesse vídeo recente deles.

Como era pra mim, eu achei de boa usar o mesmo gabinete para baixo e guitarra, eu nunca ia usar os dois ao mesmo tempo mesmo.

Mas a gente usou… Começamos a usá-lo na firma, tocando com os amigos do trabalho.

Comprei um módulo diferente, um Hurricane HA 4.160. Eu ia usar um canal em bridge (320 Watts) para os falantes de contrabaixo e um canal simples de 100W para os falantes de guitarra.

E o que fazer com o canal de 100W que sobrava ?

Fiz um "chave seletora" usando uma caixinha de bala Tic Tac e uns cabos de pedal. Esses cabos são conectados diretamente nos falantes. Fazendo isso consegui um monte de configurações diferentes (que não significa que são úteis):

  • tocar guitarra a 100 Watts usando dois falantes de guitarra
  • tocar contrabaixo a 100 Watts usando dois falantes de contrabaixo
  • tocar contrabaixo a 320 Watts usando dois falantes de contrabaixo
  • tocar guitarra a 100 Watts e contrabaixo a 100 Watts, juntos.
  • tocar guitarra a 100 Watts e contrabaixo a 320 Watts, juntos.
  • tocar guitarra usando todos os falantes, ligados em dois canais de 100 Watts.
  • tocar guitarra usando todos os falantes, um canal de 100 Watts para os falantes de guitarra e um de 320 Watts para os falantes de contrabaixo.

Alguns módulos tem um chave para LPF (Low Pass Filter) e para HPF (High Pass Filter). Serve para filtrar as faixas de frequências nos canais. Eu nunca testei isso, mas teoricamente dá para tocar contrabaixo usando todos os falantes tirando os graves dos falantes de guitarra para não estourá-los, talvez seja ótimo para dar "slaps".

Ainda tem controle de ganho para cada dois canais, que dá para regular o volume de entrada, e controles de ajuste das frequências dos filtros LPF e HPF. Esses controles ajudam a tunar o som e ainda ganhei mais duas configurações:

  • tocar contrabaixo em todos os falantes usando 2 canais de 100 Watts, o canal dos falantes de guitarra com HPF ligado.
  • tocar contrabaixo em todos os falantes, um canal de 320 Watts para os falantes de contrabaixo e um canal de 100 Watts para os falantes de guitarra com o HPF ligado.

Nota: Lembre-se que o sinal amplificado não é seguro como o canal de entrada que vem da guitarra, verifique a bitola dos cabos utilizados.

source: http://www.vpsom.com.br/produto/modulo-amplificador-hurricane-ha-4-160-640w-2-ohms-4-canais/12251
source: http://www.vpsom.com.br/produto/modulo-amplificador-hurricane-ha-4-160-640w-2-ohms-4-canais/12251

Outra diferença que tinha para a Versão Um era a fonte. Como eu sabia que não precisava comprar uma fonte monstra, comprei uma de 30 amperes. Eu nunca liguei ele no máximo, talvez dê problema se eu fizer isso.

chave feita de tic tac para 3 canais (2 conectados, e do outro lado o terceiro)

E agora o Marginall tinha rodinhas e grelhas para proteger os falantes!

Como pré-amplificador eu achei um clone do Mesa Boogie V-Twin da Meteoro chamado “Doctor Drive”. Tinha válvulas!! Da hora!! Paguei uns R$ 350,00 num usado no MercadoLivre.

http://drivemod.blogspot.com.br/2007/05/meteoro-dr-drive.html

Para o contrabaixo, comprei um pedal pré-amplificador Hartke Bass Attack, usado também. Qual a chance de não ficar animal?

Olha brennovich feliz testando pra mim:

Brenno, “o pinta natalense”

Eu, Luiz Henrique Gomes, André, Marcos Wada e Thiago Paixão. Eu tocando baixo e o André guitarra ao mesmo tempo no Version Two — Flex:

nossa falida banda “Fardo”

A Versão Dois — Flex tem um "bug": Para tocar contrabaixo tem que abrir a traseira do gabinete! Um dia vou fazer uns buracos para arrumar isso.

Upgrade da Versão Um

Há dois dias voltei no Golden Line Tattoo, mais de um ano depois do primeiro show. Era o avant-première do primeiro videoclipe do Lapso.

O evento chamava "Last Day of Humanity Fest" e tinha cinco bandas no line-up (veja o flyer no começo desse texto). Todas bandas tocaram no Marginall Versão Um.

Notei que o Luiz tinha curtido a ideia de usar o Doctor Drive e também comprou um de segunda mão.

Eu tava lá, com os amigos, ainda preocupado com o Marginall, dele pifar e estragar o show.

Tocou a primeira banda, Obscvred.

A segunda banda, Discurso de Pobre, decidiu não usar nenhum pedal e plugar a guitarra direto no Marginall. Eles tocaram um thrash crossover animal.

A terceira banda, Dead Cops, fez igual. Plugou direto no Marginall e tocou um grindcore denso.

Quando a quarta banda, Qerbero, foi tocar, o Luiz me pediu para ajudá-los com o Marginall.

Eu tava lá ajudando o cara, aí ele virou pra mim e disse: o som tá do caralho!

Porra! Essa merda funciona filhu da puta!!! Eu levei um ano e mais ou menos 50 shows para entender que o Marginall fez o que tinha que fazer!!! Eu tava finalmente em paz com projeto!

Lapso \m/ na festa
Discurso de Pobre na festa
Dead Cops na festa

No dia seguinte contei pro Figaro e ele me encorajou a escrever isso aqui :)

Se você quiser trocar experiências, ajudar ou ser ajudado, colaborar de alguma forma com a cena underground, abra uma "issue" aqui: https://github.com/lorieri/marginall/issues

Se você quiser montar o seu próprio Marginall: https://lorieri.github.io/marginall/how-to-pt.html

com rodinhas (do lado fonte é um apagador de lousa hehehe nada de mais)

Obrigado por todas as pessoas abaixo que me ajudaram a testar o Marginall:

Thiago Paixão testando a distorção
Nossa banda “Fáceis da Morte” com o Igor Vieira ajudando no vocal. Rodrigo Borges na guita, Jota Feldmann na bateria.
Felipe Armel (vocalista do Fáceis da Morte) e eu
brennovich tocando blues
brennovich testando o canal limpo
brennovich testando a distorção
Caio Silva \m/
Bruno Poncinelli (direita) e Gabriel Kaffka (esquerda)

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Leonardo Lorieri

I’m a man of the past and I’m living in the present and I’m walking in the future