De São Miguel do Oeste à Rua da República

Leonardo Radaelli
Cyberfam Vespertina
3 min readMay 30, 2016

Com apenas 23 anos, Osvaldo Rafael Weber busca seu lugar ao sol na capital gaúcha. Natural de São Miguel do Oeste, Santa Catarina, o jovem veio a Porto Alegre em busca de sucesso profissional. Há dois anos, trabalha como garçom e ajudante de cozinha no restaurante João de Barro na Rua da República.

Quem olha para a idade, pensa que Osvaldo é apenas um jovem lutando por seu espaço na cidade, mas mesmo com a pouca idade já acumula muita bagagem em sua vida. Já é a segunda experiência profissional na capital. Trazido por seu irmão, Alexandre, que hoje está trabalhando no setor pecuário, cuidando de vacas leiteiras no interior de Santa Catarina, Weber saiu com 16 anos de sua cidade natal, e começo sua caminhada por Caxias do Sul, onde trabalhou por dois anos. Chegou a Porto Alegre em 2012 e começou a trabalhar em uma pizzaria na zona norte da capital, onde se estabeleceu por um e meio. Entre contatos e novos amigos, Osvaldo conseguiu uma nova oportunidade profissional na Cidade Baixa, como garçom da Churrascaria João de Barro. Junto ao emprego, conseguiu um lugar para morar, em um apartamento ao lado do estabelecimento.

“Antigamente, vivíamos em seis ou sete neste apartamento, mas hoje vivemos em três. As pessoas não gostam do trabalho ou preferem voltar para suas cidades natais e acabam abandonando o restaurante”, relata sobre os companheiros que teve ao longo desses dois anos.

O garçom mora e trabalha na Rua da República. Apesar de conseguir guardar dinheiro para si e para família, o jovem disse que não gosta de viver na capital porto-alegrense, principalmente no endereço onde ele se encontra. Muito desse desgosto vem da violência que a cidade proporciona para os cidadãos. Osvaldo conta que muitas vezes ao sair do seu turno no serviço já foi abordado com facas por grupos de indivíduos que andavam pela rua onde ele trabalha.

A violência é algo que assusta o profissional, principalmente vindo de uma cidade no interior de Santa Catarina que é muito mais calma que a capital gaúcha.

Osvaldo trabalha seis dias por semana em turnos de sete horas, adotando o horário fixo das 17h até à 00h. Ele afirma que o serviço é prazeroso, que o contato com os clientes e a rotina fazem que o trabalho não seja maçante, mas sim uma boa oportunidade de conhecer novas pessoas e interagir com as mesmas, sem perder a postura profissional.

Sobre seus dias de folga, ele declara que prefere continuar na rua e desfruta o que o endereço tem de melhor: “gosto de aproveitar para tomar uma cerveja, ou comer algo diferente. Gosto de frequentar o “Boteco República”. O bom da rua é que temos muitas opções e não precisamos ficar indo sempre no mesmo bar ou restaurante”.

No auge de seus 23 anos, ele não planeja um futuro em Porto Alegre, mas sim deseja construir algo em sua cidade natal. “Não planejo meu futuro aqui. Cheguei ao ponto que tenho meu dinheiro para me sustentar, tenho amigos, mas não quero passar minha vida aqui. Desejo abrir um negócio ou uma empresa em São Miguel do Oeste, seguir minha vida lá, perto da minha família”, conclui Osvaldo.

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