Os fatos não revelados de Reign

Leticia Cangane e Mel Trench
7 min readDec 9, 2017

Por Letícia Cangane

Divulgação

“Eu acho a série bem louca. É incrível” - Torrance Coombs, ator da série.

Reign conta a história da rainha Mary Stuart da Escócia, no século XVI, quando ela vai à corte francesa com suas damas de companhia para se casar com o príncipe herdeiro Francis Valois II e firmar a aliança com a França. Porém, a jovem logo descobre que tem muito mais em torno da realeza do que imaginava. Regada a intrigas, romances, jogos de interesse e muitos mistérios, Reign vai te prender logo no piloto. Uma série tão cheia de personalidade tem muitas coisas legais por trás das câmeras. Confere aí as ~maiores e melhores~ curiosidades dessa série que fez história:

Baseada na história real de Mary Stuart mas sem se prender apenas aos fatos, a ideia de Reign era de criar uma ficção em cima dos fatos mais precisos da vida da rainha, e não um relato totalmente comprometido com a realidade. Foi a partir dessa ideia, de criar um épico histórico grandioso — o que casava muito bem com a personagem da Mary Stuart -, que produtora executiva Laurie McCarthie e o diretor Brad Silberling criaram o universo da série.

Trailer de divulgação da série, legendado por Mystic Subs.

O início

Adelaide Kane foi a primeira integrante do elenco, escolhida para o papel principal antes mesmo de conhecer a equipe de produção. Após assistirem seus vídeos e audições, a roteirista e o diretor selecionaram a atriz para representar Mary Stuart. Quando se encontraram pela primeira vez, ficou claro para todos que a escalação tinha sido a melhor possível.

Megan Follows, que interpreta a Rainha Catherine de Medici, uma das mais fortes personagens da série, foi escalada aos dois minutos de audição. Apesar de permanecer em cena por meia hora para os testes, a produção já havia tomado sua decisão nos primeiros instantes de Megan na pele da Rainha.

Para filmar o piloto, toda a equipe de produção e os atores foram até a Irlanda, gravar em locações reais. Os figurinos foram todos improvisados a partir de lojas de aluguel de fantasias na região e os espaços para gravar eram restritos, já que não eram adaptados para a série. As tomadas das cenas, por exemplo, eram todas muito curtas, pois os cenários não suportavam muitos detalhes ou grandes áreas totalmente preservadas.

A equipe achou incrível trabalhar na Irlanda, pois o país oferece as paisagens e a atmosfera mágica e única necessárias para criar o clima de Reign. Uma das locações utilizadas nas gravações foi a igreja de Cristo, local de uma das mais icônicas cenas da série — o baile de casamento da princesa Elizabeth Valois com o príncipe da Espanha, onde Mary e suas damas dançam sob uma chuva de plumas brancas e atraem a atenção de toda a corte.

O castelo de Charleville, considerado um dos mais assombrados da Europa, também serviu de cenário para a história, causando um certo nervosismo na equipe. Além desse, o castelo de Ashford foi o lar da corte francesa, e é um dos mais bem preservados castelos do período no continente. O curioso é que atualmente se trata de um hotel de luxo e, enquanto de um lado o público vê o século XVI, atrás das câmeras existem piscinas, carros luxuosos e até um heliporto.

Castelo de Ashford, utilizado nas filmagens de Reign.

Construindo o século XVI

Quando conquistou espaço na CW, a série precisou continuar e, para isso, encontrar estúdios. Assim, se mudou para Toronto, no Canadá, onde estabeleceram sua base. Cenários foram construídos — agora de acordo com as necessidades da produção -, novos membros entraram para a equipe e Reign finalmente nasceu como conhecemos.

A intenção dos produtores, ao construir um castelo, era de que ele contribuísse com certa tensão na série. Para isso, os ambientes deviam ser frios — ou passar a impressão de ser frios e rígidos, duros com quem frequentava. Os cenários montados pelo designer Phillip Barker possuem influências e elementos renascentistas, e foram baseados em castelos e mansões reais habitados pela realeza, pegando cada um e tirando seu melhor. Muito maiores que os espaços usados no piloto, a dinâmica de gravação se tornou ainda mais grandiosa. Todos os bailes e festas aconteciam na sala do trono, um dos cenários chave da produção juntamente com a galeria. Então, buscando um novo espaço para eventos, o salão de baile foi concluído em um mês de trabalho, para a admiração da equipe.

Embora ambientada há quinhentos anos atrás, Reign apostou numa trilha bem atual. Contando com Bastille, Sam Smith e The Lumineers, as cenas da vida da rainha dos escoceses são carregadas de emoções. A música de abertura da série, Scotland, do The Lumineers, tem tudo a ver com a história de Mary e se tornou item indispensável nas playlists dos fãs.

Como a maioria dos atores era composta por estrangeiros no Canadá, a galera toda precisou se estabelecer na região, o que se tornou divertido: além de trabalharem juntos, todo o elenco morava próximo, num raio de quinhentos metros. “Quando íamos em algum lugar,” conta Toby Regbo, ator da série, “as pessoas falavam: ‘Ei, você não é daquela série? E você, e você, e você… Ah, o elenco todo!’. Era divertido”.

Torrance Coombs, que interpreta Bash na série, é canadense e nem por isso foi tudo mais fácil para ele. “Parece que todas as externas ficaram para mim!”, diz o ator, divertido. Além disso, ele contou que fazer o sotaque britânico no inverno canadense foi uma das maiores dificuldades. Afinal, com os lábios congelados é muito difícil de interpretar, então eles precisavam dar algumas pausas nas gravações e então prosseguir recuperados.

Toby Regbo, que dá vida ao príncipe Francis, entregou que Torrance veste as roupas de Bash muito antes do resto do elenco e usa um “perfume do Bash” para entrar no clima do personagem, o que segundo o ator funciona muito bem. Toby ainda diz que é o seu irmão bastardo na ficção o homem que mais demora na maquiagem e no cabelo, “provavelmente porque é o mais bonito”. Coombs completa o colega, dizendo que seu cabelo aparentemente simples é muito complicado e precisa de cortes periódicos para estar do tamanho perfeito.

Figurinos: fazendo uma rainha

Francis e Mary em sua coroação.

A estética de Reign encanta o público. As roupas, adereços, penteados e beleza da série são fatores muito elogiados pelos fãs da ficção histórica, que conseguiu algo muito desejável para o gênero: unir o atual com o passado, e os elementos de figurinos são mais que importantes para isso.

O dia de Adelaide no set começa bem cedo e acaba tarde. A primeira coisa que a atriz faz é ir ao camarim preparar o cabelo e a maquiagem, o que pode levar até três horas, dependendo do penteado. Inclusive, a cabeleireira e a maquiadora da protagonista se tornaram suas grandes amigas.

As roupas dos atores enchem um barracão. Grande parte dos figurinos dos personagens é feito sob medida especificamente para a série, principalmente as de Mary e Catherine. A figurinista chefe, (nome), estudou a moda do século XVI e buscou mesclar diversos estilos da época nas telas da série. Para os figurinos da rainha Medici, a equipe apostava no estilo Elizabeth Tudor, com muitas golas altas.

Mary em seu vestido de noiva, um Monique Lhuillier.

A caracterização de Mary Queen of Scots sempre demandou muita atenção da equipe. As figurinistas buscavam representa-la como uma mulher jovem e bonita, mas principalmente como uma rainha poderosa e que está no jogo político. Para isso, muitas vezes o figurino da atriz utilizava tons de preto, branco e vermelho, além de bastante dourado e bordados. O vestido favorito de Adelaide Kane na primeira temporada é um modelo de Alexander McQueen preto longo com detalhes dourados na gola, o qual ela esperou três meses para usar. Para o vestido de noiva, a figurinista chefe queria algo real, e para isso buscou a estilista Monique Lhuillier, com quem já havia trabalhado antes. No momento em que Adelaide provou o modelo clássico e elegante escolhido, todos aprovaram imediatamente.

Com o passar do tempo na série, o figurino de Mary foi mudando com ela. Quando voltou à Escócia, os tecidos, paleta de cores e o tipo de costura mudaram, saindo do centro da moda parisiense e se encontrando mais com as origens da rainha. O mesmo aconteceu com a maternidade: as roupas de Adelaide no período da gravidez da protagonista refletiam seu estado.

Kenna, Greer, Lola e Mary em seus figurinos de baile.

Os figurinos também foram o fator usado pela produção para enfatizar a personalidade de Greer, Kenna e Lola, damas de companhia de Mary. Kenna, com a personalidade boêmia, usava sempre roupas largar e em tecidos leves confortáveis, mas sem deixar a elegância de lado. Lola, com o jeito mais romântico, estava sempre vestida em tons de rosa, bege e pêssego, e Greer, a única que não fazia parte da nobreza, transparecia a falta de títulos na vestimenta.

As coroas, representações máximas da monarquia, passaram a ser famosas conhecidas da equipe de produção. Escolher a coroa certa para cada personagem passou a ser parte da rotina dos figurinistas. Num primeiro momento, o acessório parece sempre o mesmo. Porém, ao adentrar nesse universo, as coroas e os outros acessórios de cabelo começam a se ajustar exatamente na personalidade de cada um.

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