A Copa que vai ficar marcada
Chegou ao fim a maior Copa do Mundo Feminina da história, com recorde de públicos e seleções, a história foi feita e marcada para sempre. Hegemonia sendo quebradas, como a dos EUA; seleções menores surpreendendo, como a da Colômbia; jogadoras históricas aposentando como Marta, Sinclair, Megan Rapinoe; jogadoras novas fazendo história como a própria Salma Paralluelo da Espanha com somente 19 anos. Foi A Copa, para cada jogadora mostrar que está fazendo parte da história que tá acontecendo, foi um acontecimento único para todas que participaram e até mesmo cobriram como jornalistas. O momento de sentir ali a história sendo feita e acompanhar é surreal, é uma sensação indescritível.
Pela primeira vez na história, a Espanha é campeã da Copa do Mundo Feminina, tendo perdido só um jogo nesta competição, que também não foi qualquer um, foi contra o Japão, e alguns podem até dizer que pode ter sido de propósito para pegar seleção mais fraca. Seleção marcada por falta de jogadoras históricas e jogadoras excelentes, pela briga com a federação por culpa da comissão técnica e do técnico. No final, elas conseguiram brigar e se unirem sozinhas, dava pra ver claramente, todo jogo até na final elas celebravam longe da comissão técnica. E simplesmente na entrega das medalhas a cena mais lamentável, que poderia ter que até hoje ainda me embrulha o estômago, o presidente da federação espanhola, porque ele não merece atenção de ser chamado pelo nome, decidiu que a efusividade dele e a animação poderia ser a desculpa para beijar a Jenni Hermoso. Depois de todo o mundo ver, repudiar e criminalizar, nada ainda foi feito, só mais discursos machistas e sem mudança mesmo com as jogadoras se unindo e recusando a jogar. Jenni estamos com você, nossa guerreira.
Agora falar da final da Copa do Mundo Feminina tem que falar de Sarina Wiegman, a holandesa técnica da seleção da Inglaterra, chegou em duas finais de mundial consecutivas com duas seleções diferentes, ganhou a Euro em 2017 com a Holanda e em 2022 com a Inglaterra e ainda a Finalíssima. É a única técnica entre homens e mulheres a chegar em Copas diferentes com seleções diferentes. Essa mulher fez história e ainda jogando um futebol bonito de se ver e bem jogado, encantador até. Não é atoa que ganhou mais um prêmio da UEFA de melhor técnica.
O sentimento, a adrenalina, o cansaço, a sensação de Copa do Mundo tudo foi perfeito (tirando os comentários machistas quando vai falar sobre a Copa na internet e esse acontecimento lamentável), foi lindo de se ver e sentir.