Como reduzimos nossas Tarifas Bancárias e pagamos ZERO de manutenção de conta

Zero. Nem um centavo de real. Faz parte das nossas regras sobre como economizar dinheiro com tudo aquilo que não necessitamos. E tarifa de banco, definitivamente, não é necessidade aqui em casa. Muito provavelmente, nem na sua.

Tudo começou quando decidimos unir nossas contas, lá pelos idos de dois mil e alguma coisa. O fato de concentrarmos dinheiro em um único local fez com que tivéssemos muito mais investido do que se continuássemos com elas separadas. E quanto mais dinheiro você tem investido no banco, mais fácil é negociar taxas com seu gerente.

Entendo que conta conjunta seja um tabu para muitos casais, mas temos uma forma de lidar com dinheiro que facilita enormemente essa medida. Sempre controlamos nossas finanças usando um aplicativoe todas as movimentações ficaram abertas para conferência de ambos. Também somos complacentes com as despesas do outro — apenas os grandes gastos ou investimentos precisam ser discutidos (como a compra de uma máquina de lavar ou a aplicação em um determinado fundo de investimento, por exemplo) e, para complementar, fazemos um orçamento anualonde definimos uma média de quanto poderemos gastar por mês com cada item (roupas, alimentação fora do lar, presentes, e por aí vai), revendo-o de tempos em tempos. Assim conseguimos focar nas nossas metas e planos futuros e ambos ficam confortáveis para usar o dinheiro com as pequenas despesas do dia-a-dia.

Para os casais que não conseguem nem visualizar a situação, sugiro que ao menos mantenham suas contas correntes no mesmo banco — não terão o mesmo poder de barganha, mas irão reduzir custos com transferências DOC/TED.

Após esse primeiro passo, há outras coisinhas que fizemos para reduzir — e depois zerar — a tarifa de banco. As dicas valem, claro, também para solteiros.

Negocie sempre.

O papel do gerente do banco é dar lucro para a empresa onde trabalha. Ponto. O seu papel é aumentar seu patrimônio. Não tenha pena do banco: ele ganha muito só pelo fato de você deixar seu dinheiro lá, paradinho, pronto para ele emprestar para outras pessoas a uma taxa de juros exorbitante. Então, negocie suas taxas.

Veja, o brasileiro normalmente não se dá conta disso, mas existem muitos outros bancos no mercado dispostos a terem você como cliente. O gerente do seu banco sabe disso, mas na hora de negociar taxas sempre vai atuar como se os serviços que ele oferece fossem insubstituíveis, ou tentar te empurrar coisas que você não quer, como seguro de vida ou título de capitalização (já se perguntou por que eles vivem te oferecendo esse tipo de coisa?). Antes de sentar para conversar, reúna seus argumentos: pesquise as taxas de outros bancos, se possível vá até eles e tente negociar taxas para o caso de uma abertura de conta — dependendo de quanto você tem para investir, pode conseguir um bom abatimento. Anote tudo e só então vá até seu gerente.

Foi assim que conseguimos reduzir em até 75%nossa taxa mensal de manutenção de conta durante muitos anos. Depois disso veio o passo seguinte, que pode ser a primeira alternativa para você.

Nem sempre os pacotes de serviço que o banco oferece são o que você precisa.

Até pouco tempo, achávamos normal pagar taxa de manutenção de conta, desde que conseguíssemos algum abatimento. Eu, por exemplo, só tive conta em banco sem pagar nada na época da universidade, o que faz um tempo considerável. Então final do ano passado aconteceram algumas coisinhas que me fizeram abrir os olhos.

Nosso gerente mudou — na verdade, diversas vezes. Tivemos uma gerente “fora da curva” por um tempo que era muito competente, imagino que tenha sido promovida ou achado um emprego melhor. Mas raramente precisávamos de auxílio, então, a mudança não fazia muita diferença prática. Até que precisamos de ajuda para resolver algumas coisas no banco e tudo que nosso novo gerente fazia era a) dizer que não era possível, b) nos mandar ir até a agência resolver por conta própria, porque ele “não podia fazer nada”, c) dizer que “isso vocês precisam fazer pelo site”. Por que mesmo preciso de um gerente se posso fazer tudo pelo site?Foi então que caiu a ficha.

Na maioria das vezes, usamos muito pouco ou nada do que está no pacote que pagamos mensalmente para o banco. Convenhamos: quantas folhas de cheque você usa por mês? De quantos extratos em papel precisa? Indo mais além: quantas vezes você precisou ir ao banco falar com seu gerente pessoalmente para realizar uma transação nos últimos seis meses? Pois é.

A lei determina que os bancos ofereçam gratuitamenteum pacote de serviços essenciais tanto para manutenção de conta corrente quanto poupança — e a maioria das pessoas não chega a usar mais do que isso num mês. Coisas como um cartão de débito, dois extratos em guichê de caixa ou autoatendimento, 10 folhas de cheque, realização de consultas sem limites pela internete prestação de qualquer serviço por meios eletrônicos no caso de contas digitais. Se o que é de graça já atende suas necessidades, não tem porque pagar manutenção de conta. Ao invés disso, melhor pagar à parte quando necessitar de um serviço que vá além do básico. Revise a lista dos serviços gratuitos no site do Banco Central (https://www.bcb.gov.br/Fis/Tarifas/tarifas3594.asp)e veja se ainda vale a pena gastar até 80 reais por mês com aquilo que você não usa.

No nosso caso, embora o gerente dissesse que o serviço não existia (?!), procurei no site do banco e achei uma opção lá para cancelar nosso pacote e ficar sem nenhum — só com o básico gratuito obrigatório por lei. Que tem nos servido muito bem, obrigado.

A conta digital pode ser uma boa opção.

Há bancos tradicionais, como Itaú e Bradesco, que oferecem a opção da conta digital, que éisenta de tarifas bancárias. Ela é exclusiva para pessoa física e inclui serviços como cartão de débito para movimentação da conta, consulta ilimitada a saldo e extrato por meios eletrônicos, transferências entre contas do mesmo banco, solicitação de empréstimos, financiamentos e outras linhas de crédito, pagamento com débito automático, pagamento de boletos e contas e saques em terminais de autoatendimento 24 horas. E, se você não precisar de um limite de crédito muito grande, ainda pode ter um cartão de crédito de Fintechs como Nubank, com bandeira da MasterCard, ou Digio, da Visa.

Bancos virtuais são mais baratos e funcionam.

Graças às maravilhas da tecnologia, hoje também é possível utilizar um banco totalmente virtualpara abrir conta. Esses bancos, como o Intermedium, o Banco Neon e o Banco Original, não têm agências físicas e, portanto, seus custos são muito menores do que os de um banco comum. Por isso cobram taxas baixíssimas para manter sua conta lá — inclusive, se o pacote gratuito instituído pelo governo for suficiente, você não vai pagar nada. Se você está acostumado a fazer tudo pela internet, nem vai notar a diferença.

Elimine o seguro contra roubo de cartão.

Ele nada mais é do que uma tentativa do banco de empurrar um custo dele para o seu bolso. Você não é obrigado a pagar o seguro e o banco é obrigado a devolver qualquer quantia gasta por meio do seu cartão se não puder comprovar que a transação foi feita por você. Além disso, a inteligência artificial usada pelos bancos para identificar fraudes já está tão avançada que normalmente eles conseguem bloquear cartões clonados na primeira tentativa de uso.

Você precisa mesmo daquele cartão de crédito royal-platinum-palladium-super-mega-master?

O nome é inventado, mas sem querer puxar a sardinha para esta ou aquela bandeira, apesar de todos os benefícios maravilhosos que cartões feitos para você ganhar algum status oferecem, na maioria das vezes eles são só isso mesmo: uma fonte de status.

Negociar a anuidade do cartão de créditoé outro ponto muito importante na hora de reduzir custos desnecessários, mas não esqueça de verificar se o cartão que você tem é realmente o cartão que você precisa ter.

Veja, os bancos normalmente concedem isenção de anuidade conforme o volume que você movimenta no cartão — para um Platinum, por exemplo, se é que você precisa mesmo de um cartão assim, você precisa ter uma movimentação mensal média de R$ 3 mil para conseguir isenção total (com montantes menores as isenções vão de 25% a 75%).

A taxa do cartão adicional (para os casos de conta conjunta) precisa ser negociada. Agora, mesmo que você tenha isenção de 25% na anuidade do titular, é fácil negociar com o gerente a anuidade gratuita do cartão adicional. Afinal, é tudo controlado na mesma fatura, não faz sentido cobrarem duas vezes para fazer o mesmo trabalho.

Alguns cartões de crédito não cobram anuidade.

O Nubank, que citei uns parágrafos acima, é um exemplo — como todas as suas operações são online, o custo da estrutura para manter a empresa é muito mais baixo do que o convencional. Já tem muita gente usando — ainda não testei — e os depoimentos que ouvi são bons. Vale dar uma olhada.

Analise, reavalie, converse.

Não existe mágica para fugir das tarifas de banco, mas também não é tão complexo assim. Tudo que você precisa é analisar sua contapara saber o que usa de fato, reavaliar suas prioridadese sentar para conversar com seu gerente(ou fuçar o site do seu banco, ou cancelar sua conta tradicional e abrir uma digital). Gastar dinheiro com aquilo que realmente importa para a gente é sempre melhor do que dar dinheiro de graça para quem já tem muito.

Por: Débora Malschitzky Hubner e Maickel Hubner

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