O coaching aeróbico do Tony Robbins

Lizandra Bays Dos Santos
4 min readAug 16, 2018

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Esse mês de agosto tive a oportunidade de assistir ao vivo a palestra do coach pop star Toby Robbins, realizada pela primeira vez na América do Sul. Eu queria ver de perto a energia e a atitude do coach dos milionários e celebridades, e que é citado pela grande maioria dos autores e palestrantes que eu tenho acompanhado.

O evento em São Paulo foi bem grandioso, e a precariedade da infraestrutura e organização quase ofuscou o brilho dos palestrantes (o Tony não foi o único a ocupar o palco e o Zé Roberto, do IBC, foi ótimo!). Mas mesmo com os percalços eu consegui aproveitar e obtive vários insights.

A “pegada” do Tony Robins é energia mesmo. No livro Poder sem Limites ele dedica um capítulo a isso. Segundo ele, a fisiologia influencia muito fortemente nosso estado mental, o qual vai influenciar nosso comportamento e gerar os resultados. O evento todo é uma mistura de palestra, treino aeróbico e comemoração de gol do seu time em final de campeonato. Ele entra no palco com música animada, muito efeito de luz, pulando, batendo palmas e chamando a galera pra extravasar. Em vários momentos ele chama o público para levantar, gritar e dançar, principalmente entre os exercício práticos, e é justamente para deixar a gente com a energia lá em cima.

“Para obter novos resultados você precisa novas ações e novos comportamentos. Para isso, você precisa mudar seu estado, mudando sua fisiologia e mudando seu foco. Nosso desempenho não se baseia apenas na nossa capacidade mas também no nosso estado.”

Em quase 4 horas, nesse ritmo de senta-levanta-dança-grita-pula, ele passou um resumão do que eu já conhecia do livro Poder sem Limites, do Ted, do documentário e de outros vídeos na internet.

No ciclo do sucesso, Tony apresenta a influência das nossas crenças nos nossos resultados, a importância de cultivarmos crenças fortalecedoras, além da importância de interpretarmos os resultados sempre como algo positivo, justamente para alimentar o ciclo: nossas crenças influenciam o nosso potencial, que é o que aplicamos nas nossas ações, pelas quais atingimos os resultados, os quais reforçam e realimentam nossas crenças.

Os insights que foram novidade pra mim foram quando ele falou do stress, do lar emocional e dos estados elétricos da cabeça e do coração.

Stress é a palavra do realizador para medo. Se você seguir a trilha do seu stress, ela irá te levar ao seu medo mais íntimo.

Ou seja, por mais bem sucedido e realizador que uma pessoa seja, ela também tem medos. Para algumas pessoas o medo paralisa, para outras ele motiva, e muitas vezes ele pode se mostrar “disfarçado” em forma de stress.

Em determinado momento Tony comenta que não controlamos o que sentimos e apresenta o conceito de lar emocional. No meu entendimento, nosso lar emocional é a nossa estrutura de emoções principais, as que mais repetimos ou que estamos acostumados a sentir, conforme nossa experiência de vida, e essas emoções podem ser positivas ou não. Segundo ele, nosso comportamento tende a encontrar maneiras para voltarmos para essas emoções que são mais comuns para nós, e que muitas vezes não são positivas. Ele deu vários exemplos de comportamentos que não justificavam que a pessoa estivesse tendo determinado sentimento, mas mesmo assim ela sente, por ser seu lar emocional.

Com que frequência você sente …. culpa, raiva, medo, tristeza, fica brava, frustrada? A frequência alta é indício de que seu lar emocional está nesse sentimento.

Tony sugere dar um upgrade no lar emocional mapeando as emoções positivas e negativas que você sente com mais frequência e identificando ao menos duas emoções positivas que poderiam mudar sua vida, e exercitá-las.

Outro insight que eu gostei foi o estudo sobre os estados elétricos da cabeça e do coração do projeto Heart Math que ele apresentou. Resumidamente, esse estudo comprovou que em estado de frustração, os sinais elétricos da cabeça e do coração de uma pessoa se apresentam desalinhados, e em um estado de apreciação esses sinais se mostram bem alinhados. Tony defendeu que é possível mudar de um estado para outro em 2 minutos, alinhando os estados elétricos, e fez um exercício para mostrar isso, baseado em visualização de momentos de orgulho, satisfação, alegria, gratidão, românticos, etc.

Apesar do desgaste de ter que ficar em filas pra tudo, comer mal e ouvir mal, porque a infraestrutura e organização do evento realmente deixaram a desejar, eu tirei proveito. O Tony nem falou tantos palavrões como a gente vê nos vídeos e no documentário. Ele tem uns 2 m de altura, anda feito doido no palco e entre a plateia, é simpático e divertido. Foi dentro do que eu esperava e com certeza agregou na minha busca por desenvolvimento pessoal.

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