Quais as maiores oportunidades de negócio da próxima década? (Parte 2 — framework de escala de inovação)
Este é o segundo artigo que escrevi sobre quais são as maiores oportunidades de negócio da próxima década e sobre as transformações que o mercado sofreu nos últimos anos. Se não tiver lido o primeiro, recomendo a leitura:
Seguindo a argumentação da parte 1, irei explicar quais são as fases ou o framework pelo qual acredito que as novas tecnologias irão passar nos próximos anos. Este artigo foi baseado nos estudos de Peter Diamandis, co-fundador da Singularity University, o primeiro a trazer o conceito dos 6Ds. Exemplos de tecnologias candidatas a passar por esse ciclo e fazer as maiores mudanças na nossa sociedade nos próximos anos são: Inteligencia Artifical, Impresssão 3d, Biotecnologia, Robótica e Realidade Virtual.
Hoje não conseguimos enxergar os potenciais efeitos dessas tecnologias no nosso dia a dia, seria mesmo possível ver esses impactos tão rápido, já na próxima década? Partindo da lei de moore, e mais que isso, ampliando-se até a análise que Ray Kurzweil, renomado futurista americano, chamou de lei dos retornos acelerados, o que existiu nos últimos 200 anos, cuja ilustração também mostro no meu artigo anterior, estudiosos concordam que sim, não só é possível, como provável.
Voltando para as análises de Peter Diamandis ao observar os avanços das tecnologias anteriores percebemos que elas seguem uma tendência que ele chamou de 6Ds:
Digitalizado: é a primeira fase pela qual passa uma nova tecnologia da forma que conhecemos hoje. Alguma coisa se torna uma ciência da informação e isso nos permite usar computadores para gerenciá-la. As fotos por exemplo, entraram nesse estágio quando se inventou a câmera digital, o que antes era um filme, que não podia ser gerenciado por um computador, passa a ser uma foto digital que é facilmente manipulada por computadores.
Deceptivo: Esta é a segunda etapa e na verdade é o começo de um crescimento exponencial. Identificar que a tecnologia vai crescer de forma exponencial nessa fase é muito difícil, na verdade nesse estágio ela cresce mais lentamente até que uma curva linear. A tecnologia está avançando, mas ainda não está sendo amplamente utilizada, isso nos dá a sensação que ela está longe da escala, de fato, um crescimento linear de uma tecnologia arcaica estaria maior que um exponencial nessa fase, o que faz com que as pessoas de maneira geral não consigam visualizar o impacto que a tecnologia vai gerar nos anos subsequentes. Com a câmera digital foi assim, crescendo de 0,01 megapixel para 0,02, 0,04…números muito baixos se comparados às câmeras da época que precisavam de filmes, o que deixou muito gente cética em relação à tecnologia, inclusive a gigante, à época, Kodac que desistiu de investir na câmera digital nessa fase e o resto da história todos já conhecem.
Disruptivo: o ponto coincidente da curva exponencial com a curva linear é o que chamamos de ponto crítico, a partir desse ponto a tecnologia começa a ter efeitos dramáticos, superando o desempenho do paradigma anterior tanto em termos de eficácia quanto de custo. Neste momento o crescimento já supera as tecnologias existentes, a câmera digital alcançou esse ponto quando atingiu 2 megapixels. Nesse momento já temos empresas pioneiras que começam a dominar o mercado muito rápido, também temos muitos novos empreendimentos que surgem tentando aproveitar da onda que se faz visível já para a maior parte do mercado.
Desmaterializado: essa é uma característica fundamental das tecnologias que vivenciamos hoje, itens que antes eram grandes e difíceis de manejar agora podem caber facilmente em nossos bolsos ou na nuvem. Nessa etapa os itens já estão na nuvem, passam facilmente de um aparelho para outro. O que era de material físico passa a fazer parte da nuvem, podemos citar como exemplo as cartas, que agora são mensagens de whatsapp, as fotografias, que agora são álbuns do Instagram, as aulas que agora podem ser cursos online/vídeo-aula, ou seja, um curso que precisava de espaço e sala de aula, agora funciona de forma digital. O que era restrito ganha escala em uma facilidade enorme, consegue atingir uma quantidade muito superior de pessoas a um custo infinitamente menor.
Desmonetizado: o custo de produzir e replicar software é muito mais barato do que criar a versão física dele, e as economias de escala associadas aos sensores permitem que eles se tornem eminentemente acessíveis. Os itens passam a ser gratuitos ou muito mais baratos que eram antes. Voltando ao exemplo da fotografia, hoje ela é apenas um item a mais de um smartphone, o que antes era super caro para quem comprava uma câmera.
Democratizado: Produtos, serviços e informações que antes só estavam disponíveis para nações ricas, laboratórios de pesquisa ou empresas, agora estão se tornando acessíveis para uma porcentagem cada vez maior da população global.
Considerando os 6D’s, quais tecnologias podem estar na fase deceptiva e em breve vão entrar na fase de disrupção? O que você exerga de forma cética hoje e que daqui a 5 anos pode estar presente na sua rotina? Percebe o quanto as tecnologias que você vê hoje como futuristas, podem estar logo ali, na próxima esquina? No próximo artigo eu falo de cada uma das tecnologias que eu acredito que vão revolucionar nossas vidas na próxima década, o que elas vão trazer para o nosso dia-a-dia, quais empresas estão saindo na frente. As tecnologias são: Inteligencia Artifical, Impresssão 3d, Biotecnologia, Robótica e Realidade Virtual.