Arte em Looping

Como os GIFs se tornaram um novo gênero artístico

Lucas Carvalho
3 min readJan 2, 2016
Rafael Varona

Os GIFs estão por toda parte. Estão na sua timeline, na sua caixa de entrada, nos fóruns de discussão e em cada canto da rede. Hoje, para muitas pessoas, o formato já alcançou até o status de arte.

Guilherme Marques, também conhecido como Guma, é um dos artistas que descobriram no formato uma nova maneira de expressão — e também de trabalho. O paulistano começou a “brincar” com a extensão desenvolvendo filmes publicitários, e, hoje, GIFs são uma de suas especialidades.

Guma

“O que eu sinto que é mais forte nos GIFs é o poder de hipnose que eles causam. Às vezes, o GIF pode até ter um movimento lento, mas se ele tem um timing legal, ele hipnotiza.”

Para o ilustrador e quadrinista brasileiro Magenta King, GIFs são como “chegar perto da animação, mas dentro de outra mídia”. Ele utiliza o recurso em sua série de quadrinhos Jihanki Battle, uma história com referências à cultura milenar japonesa, muitas cores e imagens psicodélicas. Uma mistura perfeita para o formato.

“Acho que, em ilustração e quadrinhos, o GIF ajuda a ‘contar’ mais em uma imagem só. Em vez de desenhar mais quadros, ou dividir a ilustração em mais imagens, podemos, numa só em movimento, mostrar uma sequência de cenas.”

Magenta King

Em geral, os artistas utilizam softwares como Photoshop e Flash, mas outros recursos também estão disponíveis para quem usa Dragonframe (popular na produção de filmes em stop motion), After Effects e Cinema 4D, entre outros.

Mas será que o futuro reserva grandes exposições, tapetes vermelhos e holofotes para os artistas de GIFs? Na opinião do norte-americano Joe Maccarone, autor de imagens que abusam do surrealismo e do bom-humor, a resposta é não. Para ele, a internet é o endereço das galerias de arte do futuro.

“Os GIFs são incríveis por conta do lugar onde eles existem. Eles só podem ser expostos online, ou em um computador, o que os torna ideais para a maneira como as pessoas tendem a consumir arte hoje em dia. É um formato que pode ter muito sucesso como forma de comunicação, especialmente na nossa época.”

Joe Maccarone

Reportagem publicada originalmente na edição nº 354 da revista INFO (julho/2015)

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