O Mito da Caverna de Platão e a Natureza da Realidade que lhe é Vendida

Lucca Ferronatto
5 min readJan 12, 2021

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Você já se sentiu desconfortável, de alguma maneira, com a realidade que é “vendida” para você pela sociedade?

E então você decidiu buscar a luz da sabedoria, a luz do conhecimento, começou a estudar um pouco sobre a natureza da realidade, sobre como podemos sair da “matrix” na qual estamos inseridos…

E então foi ridicularizado(a), chamado(a) de lunático(a), esotérico(a), doido(a) ou até mesmo perseguido(a).

Trataremos nesse artigo um mito escrito por Platão, há mais ou menos 2.400 anos atrás. Ele foi um filósofo grego que viveu entre os séculos 3 a.C. e 4 a.C. e talvez ele pôde prever a realidade de toda a humanidade, somente com esse mito.

É um mito simples de se entender, mas com uma gigante profundidade e simbolismo. E que com certeza irá mexer um pouco com você.

O Mito da Caverna

Platão começa a criar mitos e imagens quando a linguagem grega já não é mais suficiente para expressar tamanha profundidade e simbolismo retratados por ele.

Existia uma caverna e, dentro dela, prisioneiros — que não podem sair, olhar para os lados ou qualquer outro tipo de movimento. A única coisa que eles conseguem ver são as sombras projetadas nas paredes da caverna.

Essas sombras são projetadas por uma fogueira e pessoas que passavam na frente dela (tudo isso atrás do muro no qual eles estão presos). Eles não veem o que realmente está acontecendo, somente as sombras sendo projetadas.

Uma chave muito importante para a compreensão desse mito é você saber que os prisioneiros dentro da caverna foram nascidos e criados dentro dela, olhando para as suas paredes e a realidade das sombras projetadas é a única com a qual eles tiveram contato em toda a sua vida.

Ou seja, eles não conhecem outra realidade.

Além disso, existem amos na caverna (os donos, as pessoas que a controlam), as pessoas que passam na frente do fogo para criar tais sombras, a fogueira e a saída da caverna.

Os prisioneiros passam todo o seu tempo dentro dessa caverna e entre eles existem alguns que vão além, são inteligentes e percebem que — uma hora ou outra — as sombras se repetem.

Ao perceberem esses padrões, os amos da caverna mudam um pouco a aparência das sombras. Esses amos permitem até que os presos escolham um líder entre si, mas todos estão sempre olhando para as paredes, presos ao muro, olhando aquela única realidade de sombras projetadas.

Dentro de um desses presos surge uma inquietação, uma vontade, uma motivação (motivo para a ação). Ele começa a querer buscar algo, pois ele olha aquela luz projetada e pensa que ela pode vir de algum lugar.

Ele decide, então, seguir essa luz — símbolo da sabedoria. Ele consegue romper as correntes que lhe prendem, sair do muro e encontrar a fogueira. Mas ele percebe que existe um outra luz, ainda maior que a da fogueira, a luz externa, de fora da caverna.

A saída é difícil e complicada, mas ele se esforça e se dedica, o ímpeto que existe dentro dele não o deixa desistir. E finalmente ele consegue sair da caverna.

Quando ele sai da caverna, a luz do Sol é tão forte que ofusca sua visão. Ele fica praticamente cego tamanha a luz e sabedoria que ele consegue tocar naquele momento.

Aos poucos, sua visão vai voltando e passa a enxergar alguns objetos que estão no chão e se acostuma com a luminosidade. Ele se depara com lindas florestas, lindos animais, oceanos, rios…

Ele percebe que toda aquela realidade “vendida” para ele era, na verdade, uma mentira. Ele saiu daquela prisão e se iniciou nos mistérios da vida, conheceu a verdadeira realidade. Mas alguma coisa dentro dele ainda o incomodava.

As pessoas que ainda estavam dentro da caverna ainda não sabiam de tudo o que ele havia descoberto, elas continuavam presas e condicionadas àquelas experiências de realidade inverídica.

Ele, então, se prepara e volta para a caverna para obter a redenção da sua comunidade e ajudar as pessoas que ali estavam a sair. Ao voltar, ele é ridicularizado pelos seus.

As pessoas não acreditam nele e não acreditam existir uma realidade fora daquela que eles conheciam.

A Jornada do Herói Retratada no Mito

Observe o quanto esse mito, de 2.400 anos atrás, é atual. E se você fizer um paralelo com a jornada da alma — que Joseph Campbell, mitólogo, chamou de a Jornada do Herói — você também encontrará muitas similaridade.

Para descobrir mais sobre a Jornada do Herói, não deixe de ler o artigo no link a seguir e ter os melhor exemplo da cultura pop atual.

Quero ler o artigo A Saga “O Senhor dos Anéis” e a Identificação com o Herói: em que fase desta jornada você está?

O herói parte do mundo comum (nesse caso, a caverna), medíocre, para se iniciar nos mistérios da vida e buscar a verdade e a sabedoria. Mas até chegar lá, ele encontra muitas provações pelo caminho (se libertar das correntes).

Quando ele sai e encontra o sentido e significado de sua vida, ele deseja levar isso para a sua comunidade e para as pessoas que ele ama. Ele volta, mas poucas são as pessoas que o herói/a heroína consegue tirar de dentro da caverna.

Dentro dos 22 arcanos do Tarot, você encontra essa exata jornada — de sair do mundo comum, mergulhar em uma experiência de significado e finalmente encontrar a luz. Ao encontrá-la, voltar e nutrir as pessoas.

Outra chave encontrada é que esse mito se encontra na obra A República, de Platão, no capítulo 7. O número 7, no Tarot, é o arcano do Carro e é ele que desperta o nosso Herói interior para que tomemos o domínio sobre nossa própria vida e busquemos a nossa própria verdade (exatamente o que acontece no Mito da Caverna).

Reflexão

Se você reparar, dentro dos 22 arquétipos do Tarot você encontrará um caminho que conduz à sabedoria, que pinta a sua vida com significado, beleza e sentido. O Tarot e os arquétipos são excelentes ferramentas para lhe ajudar nesse processo.

Tome as rédeas da sua própria vida.

Para lhe ajudar a se compreender com maior profundidade e intensidade, você pode realizar o Mapa Arquetípico®, um verdadeiro mapa que mostra o caminho para você viver, da melhor forma, o arquétipo que lhe rege.

Além de lhe mostrar os arquétipos de podem ser trabalhados de uma forma melhor, a luz e a sombra que você está projetando sobre o arquétipo, dentre diversas outras informações.

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Abraços fraternos,

Lucca Ferronatto

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