Luís Felipe
2 min readSep 2, 2017

Moral Hazard e a Crise Hipotecária

Moral Hazard, expressão que é traduzida como "Risco Moral" foi cunhada pelo famoso Economista Kenneth Arrow.

Segundo Pindyck e Rubinfeld ( Microeconomia 2010), há risco moral “quando uma parte apresenta ações que não são observadas e que podem afetar a probabilidade ou a magnitude de um pagamento associado a um evento”. Explicando de maneira mais fácil e didática, Moral Hazard é quando há excesso de confiança dos agentes econômicos de que alguém irá os "proteger" caso algo dê errado.



No mercado financeiro isso tem como consequência uma propensão maior ao risco e a atitudes que não seriam toleradas, caso não houvesse um "Banco Central" como emprestador de última instância para salvar os bancos e instituições. Segundo o Dr Alan Greenspan, essa propensão ao risco se deu principalmente pela subprecificação do mesmo. Com as taxas de juros de longo prazo extremamente baixas (Graças principalmente a entrada da mão de obra das economias emergentes e a poupança Chinesa) os investidores buscavam cada vez mais rentabilidade e sem se importar tanto com o risco (Moral Hazard) então tomavam empréstimos, investindo em Ativos que provavelmente não investiriam em condições normais.



Como é de conhecimento geral, toda essa enxurrada de liquidez fluiu para títulos de rendimento muito alto, lastreados em empréstimos hipotecários subprime; o que não se esperava, é que a inadimplência desses subprimes estavam extremamente elevados. Esse desastre da inadimplência afetou todos os investidores e toda a economia mundial (Geralmente perdas no Mercado Financeiro se espalham com alta velocidade para outros mercados, causando um surto mundial) Com isso, os Bancos Centrais precisaram injetar dinheiro na Economia para contornar o problema de insolvência e proteger os Bancos e Instituições que quebraram (Too Big to Fail). No final disso tudo, o Moral Hazard funcionou e os bancos e investidores foram protegidos para que o pior fosse evitado. Porém, a teoria Econômica nos dá uma projeção pessimista, de que graças ao Moral Hazard, a próxima crise possa ser pior ainda.





BIBLIOGRAFIA :





Alan Greenspan : A era da turbulência :aventuras em um novo mundo - Elsevier, 2008 (Capítulo "Epílogo sobre a crise Americana)



Charlie P. Kindlerberger e Robert Z. Aliber : Manias Pânicos e Crises (2013) - (Páginas 27, 234, 238, 261, 313, 327, 331, 333-336, 360)



Economistas Mt : Risco Moral e Seleção Adversa (2012)

Revisão ortográfica : Carolina Caldas