O seu Product Manager precisa conhecer a NuConta!
O burburinho já estava correndo as redes sociais há algum tempo. Em 11 de outubro, a chegada de um “grande passo da revolução do Nubank” foi anunciada. Tweets de palpiteiros, ansiosos e apaixonados foram carinhosamente respondidos com GIFs pelo Nu.
Obviamente, todas as expectativas apontavam para o nascimento de um novo produto para complementar o tão amado cartão de crédito roxinho. Como David Vélez, o próprio CEO do Nubank, disse, segundo a revista Exame: “a estratégia sempre foi começar com um cartão de crédito, criar uma marca forte de consumo e ganhar o consumidor. Por isso o nome é Nubank, e não Nucard”.
O produto
Não pude estar presente na festa de lançamento, marcada para a manhã de terça feira, 24 de outubro, mas não estranharia se soubesse que Product Managers de outros bancos compareceram para ver ao vivo David Vélez anunciar o nascimento da NuConta.
E veja só: um dia depois, logo eu, um destes clientes ansiosos que apostava que o Nu lançaria uma conta digital, tive o privilégio de me tornar um dos beta-users da NuConta. Ela funciona dentro do mesmo App que os clientes do cartão de crédito já usam, e é tão simples que consigo lembrar de praticamente todas as features de cabeça:
- Recebimento de transferências através de TED
- Transferência para outros bancos (é TED, mas é de graça, então que diferença faz? :D )
- Pagamento de fatura do roxinho (imediato! :O )
- Feed de atualizações da conta (seria este o fim do extrato?)
- Transferência para outras NuContas através de um QRCode ou somente do CPF de quem vai receber
- Compartilhamento dos dados da conta (pra nunca mais digitar manualmente no whatsapp!)
- Consulta de saldo
- Consulta à posição dos investimentos
- Consulta ao rendimento previsto para os próximos meses
- Consulta a comprovantes de transferência
- Notificação por e-mail de transferências recebidas e da efetivação de transferências realizadas
Talvez eu ainda não tenha descoberto alguma feature, mas a grosso modo não vejo na lista acima nenhuma funcionalidade ultra-master-blaster disruptiva. Por outro lado, cada um destes itens, incluindo a criação da própria conta, parece ter sido extremamente bem feito. A rapidez com que consegui passar por todas as features foi impressionante. Comprovei a eficiência de praticamente TODO o produto em menos de 20 minutos.
“Pô, só isso? Mas que decepção”, diria um Product Manager BDUFeiro (BDUF — Big Design Up Front). Mas, ei, Product Manager, saiba que depois destes vinte minutos tomei a decisão de transferir qualquer dinheiro que eu vá poupar para a minha NuConta. Agora sim: Ponto para a eficácia da NuConta! E é exatamente aqui, neste ponto, que a Fintech faz o dinossauro tremer.
O que você, Product Manager, precisa aprender com a NuConta
A arte de simplificar, de fazer somente 20% do que seria feito mas ainda assim trazendo 80% do retorno total esperado (viva Pareto!) é o que está deixando as grandes do mercado financeiro atônitas.
Não é só a eficiência operacional, a qualidade técnica e a piscina de bolinhas na entrada que diferenciam start-ups como o Nubank do mercado financeiro tradicional. O diferencial está, principalmente, na capacidade de maximizar o trabalho não feito. Evitar desperdícios. Fazer o mínimo ao invés do todo!
Transformação Digital
Me lembro que uma vez perguntei a um amigo, engenheiro de software no Nu: “O Nubank é uma empresa do que?”, esperando que ele respondesse “Cartão de Crédito”. Mas a resposta foi “Tecnologia”.
O que por um lado pode confundir a cabeça dos mais tradicionais, por outro é exatamente a cura que eles devem buscar para esta doença que é o “departamento de tecnologia ineficiente”: A transformação digital.
A tão falada Digital Transformation é muito mais do que construir aplicativos mobile ao invés de desktop. Transformação digital é Negócios sendo TI e TI sendo Negócios. É o fim das barreiras que os separam. É a destruição completa dos silos entre técnico e negócios. É o fim das ditaduras! A queda do muro de Berlim. É o engenheiro estudando produto e o Product Owner pareando com o desenvolvedor. É o verdadeiro time multidisciplinar.
Transformação digital é o fim do discurso de “não quero saber se o pato é macho ou fêmea, eu quero o ovo!”, e junto com isso o fim da ineficiência técnica e da ineficácia nos negócios.
Um MVP como a NuConta é a prova de que é possível desenvolver software com um índice de desperdícios aceitável, de uma forma iterativa e incremental, com uma eficiência operacional invejável.
O amor é importante, po##a!
Fazer um MVP significa fazer o mínimo, mas fazer bem feito. Fazer bem feito a ponto de, diariamente na minha timeline, ver a sua empresa retweetando inúmeras mensagens de amor dos seus clientes. Corações e arco-íris. Juras de amor eterno.
Esta não é a primeira conta digital que eu uso. Também não é a primeira conta com investimentos automáticos. Aliás, curiosamente, a única outra conta com investimentos automáticos que tenho hoje (em um grande banco) é justamente a que mais me traz insatisfação. Com uma tarifa absurda e siglas grotescas poluindo meu extrato, a minha decisão depois de algum tempo usando-a foi tirar de lá todo o dinheiro que eu puder o mais rápido possível. Mesmo que isso signifique jogá-lo na poupança. Na verdade, agora jogar na NuConta, sem tarifas e rendendo 100% do CDI, né? :)
Falar que o produto que a sua empresa oferece é bom e que você o ama é fácil! O seu desafio, Product Manager, é fazer o SEU CLIENTE falar o mesmo. :)