Você tem fome de quê?

Lu Terceiro
4 min readJan 15, 2017

O projeto “Você tem fome de quê?” foi realizado em parceria com a Ricerca Inovação em Processos e Produtos e tinha como objetivo entender de que forma as pessoas fazem suas escolhas para se alimentar, principalmente entre as refeições, e a partir destas informações elaborar sugestões de desenvolvimento de produtos.

O projeto foi realizado durante o mês de setembro de 2016. Durante 3 semanas realizamos uma pesquisa exploratória, de caráter qualitativo, com a intenção de descobrir e ter uma visão mais clara dos potenciais perfis e públicos consumidores do produto.

Optamos pela pesquisa exploratória neste momento pois era preciso entender mais a fundo os potenciais consumidores, suas motivações e comportamentos, para produzir hipóteses que direcionasse futuramente pesquisas mais profundas.

“A pesquisa exploratória estabelece critérios, métodos e técnicas para a elaboração de uma pesquisa e visa oferecer informações sobre o objeto desta e orientar a formulação de hipóteses” (Cervo e Silva, 2006).

“A pesquisa exploratória visa à descoberta, o achado, a elucidação de fenômenos ou a explicação daqueles que não eram aceitos apesar de evidentes. A exploração representa, atualmente, um importante diferencial competitivo em termos de concorrência” (Gonçalves, 2014).

A pesquisa foi de cunho qualitativo, não probabilística e não representativa, onde o objetivo era captar comportamentos diversos, atitudes, formas e valores, que pudessem apontar segmentos de públicos pertinentes e coerentes e elaborar hipóteses para futuras pesquisas quantitativas, que envolva mensuração de dados.

O estudos de pesquisa qualitativa diferem entre si quanto ao método, à forma e aos objetivos. GODOY (1995a, p.62) ressalta a diversidade existente entre os trabalhos qualitativos e enumera um conjunto de características essenciais capazes de identificar uma pesquisa desse tipo, a saber:

1. o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como instrumento fundamental;

2. o caráter descritivo

3. o significado que as pessoas dão às coisas e à sua vida como preocupação do investigador;

4. enfoque indutivo.” (Neves, 1996)

Sobre o processo

O grupo que conduziu esse processo, com duração de 3 semanas, foi composto por 6 pessoas, de diferentes backgrounds e formações.

Semana 1 (29/08 a 02/09):

Exploração e entendimento do produto e mercado. Durante a primeira semana, o grupo de pesquisa realizou diversas atividades para entendimento, como desk research, entrevistas com especialistas e potenciais públicos. Com base nestas informações, foi elaborado um questionário online para maior compreensão do público.

Semana 2 (05/09 a 09/09):

Durante a semana 2, veiculamos o questionário online e com base em uma amostra de conveniência, pudemos levantar diversos perfis de consumo em diversas partes do país. Apesar de utilizar uma amostra de conveniência, a pesquisa obteve 266 respostas e pelo seu caráter exploratório, possibilitou que o grupo começasse a ter uma visão mais clara dos grupos de consumidores.

Os 266 respondentes se dividiram em 4 grupos:

  • G1–20 a 26 anos — 32 respondentes
  • G2–27 a 34 anos — 90 respondentes
  • G3–35 a 49 anos — 102 respondentes
  • G4–50 ou mais — 42 respondentes

O questionário foi distribuído por meio online, principalmente dentro de redes sociais como Facebook e Twitter. Os divulgadores da pesquisa se encontram nas faixas etárias dos grupos G2, G3 e G4.

Semana 3 (12/09 a 16/09):

Entrevistas por telefone com uma amostra de cada grupo.

Na terceira semana tivemos a pesquisa por telefone, contabilizando um total de 27 entrevistas.

Após as entrevistas, sintetizamos as informações mais declaradas e com base nelas foi possível construir algumas hipóteses de segmentos de comportamentos, hábitos, pré-conceitos e preocupações, que podem nortear o desenvolvimento de produtos, que foram consolidados em 4 personas.

No final, um relatório foi elaborado para registro de todas as informações levantadas e análise da equipe.

Processo

Procurou-se seguir parte do processo de Design Thinking, até a etapa de ideação, onde algumas sugestões foram elaboradas. O projeto também contou com a particularidade de ter sido realizado online, uma vez que o propósito era também experimentar o processo de forma virtual, compreendendo suas dificuldades e desafios.

Processo do Design Thinking ilustrado pelo Double Diamond (British Council)

Quem participou

Bibliografia

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 1991.

DE ABREU GONÇALVES, Hortência. Manual de metodologia da pesquisa científica. Avercamp, 2005.

NEVES, José Luis. Pesquisa qualitativa: características, usos e possibilidades. Caderno de pesquisas em administração, São Paulo, v. 1, n. 3, p. 2, 1996.

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