Magalhaesallan
11 min readMay 9, 2023

PRIMEIRA HOMILIA A I JO(I JO 1, 1–4)

São João Evangelista, autor da primeira epístola de São João(I Jo), a qual exporemos homileticamente aqui.

Nota do Autor:

Esta homilia já estava no meu blog “teologia bíblica e exegese em geral”: “comentários bíblicos e homilias autorais”, decidi apenas fazer a migração dela para cá.

PREFÁCIO À PRIMEIRA HOMILIA:

Esta (primeira) homilia a I Jo é a primeira de uma série de homilias a I Jo que pretendo fazer, objetivando o crescimento do interesse pelos estudos bíblicos, exegéticos e homiléticos e que esta homilia venha a somar à herança do depósito da fé da Santa Igreja Católica, Apostólica e Romana(sendo permitida a leitura e o uso por fieis ortodoxos e protestantes).

Homilias em I Jo — Allan Magalhães

Primeira homilia em I Jo(I Jo 1, 1–4):

Primeira homilia em I Jo

INTRODUÇÃO:

De todas as epístolas chamadas “católicas”, porquanto dirigidas a diversas igrejas, uma há que nos foi legada por São João Evangelista(I Jo), tal é a que abordaremos nesta homilia, espero que eu possa expor o que o hagiógrafo quis expressar, não somente sob o efeito da tinta e do papel, mas sob o impulso da caridade sobrenatural.

Texto:

[1]O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos olhos, o que temos contemplado e as nossas mãos têm apalpado no tocante ao Verbo da vida -

[2]porque a vida se manifestou, e nós a temos visto; damos testemunho e vos anunciamos a vida eterna, que estava no Pai e que se nos manifestou -,

[3]o que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo.

[4]Escrevemo-vos estas coisas para que a vossa alegria seja completa.(I Jo 1, 1–4)
I Jo 1, 1:

Primeiramente, é preciso perguntarmo-nos: o que era desde o princípio?

Sabiamente São João responde em seu Evangelho:

“No princípio era o Verbo”

E onde o Verbo estava?

“E o Verbo estava junto de Deus”

E o que o Verbo era?

“o Verbo era Deus”(Jo 1, 1).

Mas não nos enganemos, quando é dito “o Verbo era”, “no princípio era o Verbo”, isto não denota passado como estamos acostumados a dizer em gramática, como o Verbo é Deus, por óbvio o verbo “ser” no passado predicado a Ele designa a eternidade, quanto a isso, é preciso analisar a natureza da eternidade: a primeira característica da eternidade é ser desprovida de princípio e fim, portanto, o Verbo divino estava antes de qualquer sucessão temporal de anterioridade e posteridade, a segunda característica da eternidade é a plena simultaneidade — isto é, todos os eventos possuem unidade simultânea entre si -, portanto, o Verbo é simultaneamente existente.

Então compreendemos o que São João diz “o que era no princípio”, o quê? O Verbo(Jo 1, 1).

“O que temos ouvido”, o que temos ouvido?

A doutrina do Evangelho anunciada pelo Cristo, doutrina esta pregada de viva-voz por Nosso Senhor Jesus Cristo (aos santos apóstolos), depois anunciada oralmente pelos santos apóstolos aos seus sucessores, conforme o testemunho do Apóstolo:

“Intimamo-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que eviteis a convivência de todo irmão que leve vida ociosa e contrária à tradição que de nós tendes recebido.” (II Ts 3, 6)

Igualmente, diz São João Evangelista: o que tendes ouvido é o testemunho do Verbo Divino(Jo 1, 1) e Encarnado(Jo 1, 14), feito homem para nossa salvação.

Esse testemunho é resumido por Nosso Jesus Cristo nestas palavras:

“Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3, 16)

“O que temos ouvido”, ouvimos o testemunho de Nosso Senhor Jesus Cristo pregado de viva-voz e continuado na pregação de seus santos apóstolos por meio do ministério apostólico.

“O que temos visto com os nossos olhos”, singular e pessoalmente, São João Evangelista viu Nosso Senhor Jesus Cristo em carne e osso, universalmente, viu e presenciou seus milagres e todos os ocorridos decorrentes de sua Encarnação e pregação.

Com que olhos ele viu Nosso Senhor Jesus Cristo e os eventos subsequentes à sua Encarnação?

Com os olhos corpóreos somente? Sim, por um certo período de tempo, até que Nosso Senhor Jesus Cristo lhe desse o Espírito Santo, em duas ocasiões isto ocorreu, a saber, nesta:

“Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo.

Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos.”(Jo 20, 22–23)

E nestoutra:

“Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar.

De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados.

Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles.

Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.”(At 2, 1–4)

Após o recebimento do Espírito Santo, São João Evangelista viu o Cristo com os olhos da inteligência iluminada pela luz sobrenatural da fé e inspirado pelo Espírito Santo, então escreveu aquelas palavras tão excelsas e sublimes encontradas no Prólogo de seu Evangelho(Jo 1, 1–18).

“O que temos visto com os nossos olhos”, o modo de ver carnalmente é o modo como o ser humano vê os “seres”(entes) ao seu redor sem contudo apreender-lhes a essência, mas quem vê com os olhos da fé sobrenatural, consegue, a um só tempo, captar a realidade visível e invisível, destarte, São João contemplou Cristo não somente enquanto homem, contemplou-lhe enquanto Deus, como o próprio Cristo afirma:

“Eu e o Pai somos um.”(Jo 10, 30)

“O que temos contemplado”, como a dizer: o que temos contemplado acerca da divindade do Verbo e da plenitude de sua doutrina.

“E as nossas mãos têm apalpado no tocante ao Verbo da vida”, as mãos apalpam o Verbo da vida, porquanto o Verbo tornou-se tangível.

São Tomás faz uma comparação quanto ao Verbo divino: o Verbo enquanto não pronunciado, é como uma palavra não escrita.

Quando pronunciado, escrita numa folha pode ser vista, tocada e apalpada(Sermão sobre o Credo), assim o Verbo da vida quando feito carne pôde ser visto, tocado e apalpado.
I Jo 1, 2:

A quem pergunta: quem é a vida? Cristo responde: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.”(Jo 14, 6)

“porque a vida se manifestou”, a vida estava N’Ele, conforme o mesmo evangelista: “Nele havia vida”.

E o que era a vida? “e a vida era a luz dos homens.” (Jo 1, 4)

“porque a vida se manifestou”, a vida que é luz dos homens veio em carne e assumiu nossa natureza de criatura servil, conforme São Paulo: “mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens.” (Fl 2, 7)

E ainda, foi igual a nós em tudo, exceto no pecado, segundo o Apóstolo:

“Porque não temos nele um pontífice incapaz de compadecer-se das nossas fraquezas. Ao contrário, passou pelas mesmas provações que nós, com exceção do pecado.” (Hb 4, 15)

“porque a vida se manifestou”, manifestou-se aos que têm fé sobrenatural para acolher o mistério divino da Encarnação, a saber, que Deus pôde fazer-se homem para nossa salvação e em expiação de nossos pecados(e do pecado original de nossos primeiros pais — Adão e Eva) no seu sacrifício redentor, pôde ser o mediador perfeito entre Deus e os homens:

“Porque há um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo, homem que se entregou como resgate por todos.”(I Tm 2, 5–6)

“e nós a temos visto”, como a vimos? Primeiramente, os santos apóstolos viram Cristo pessoalmente e, após receberem o Espírito Santo, viram Jesus Cristo pelos olhos da inteligência iluminada pela fé sobrenatural.

Assim também, nós, embora não tenhamos visto Cristo pessoalmente, recebemos a fé sobrenatural como uma das virtudes teologais que nos foram infusas no momento de nosso batismo e aprendemos a ver ao Cristo com os olhos da inteligência iluminada pela luz sobrenatural da fé.

“damos testemunho e vos anunciamos a vida eterna”, São João Evangelista presenciou os eventos que testificam a vida eterna e nos dá seu testemunho, com efeito, Cristo disse: “aquele que crê no Filho tem a vida eterna; quem não crê no Filho não verá a vida, mas sobre ele pesa a ira de Deus”. (Jo 3, 36)

“damos testemunho e vos anunciamos a vida eterna, que estava no Pai e que se nos manifestou”, São João Evangelista não é ele a vida eterna, mas dá testemunho da mesma, como a dizer: não sou eu o Cristo, mas testemunhei com os meus olhos, ouvi com meus ouvidos, as minhas mãos apalparam o Verbo da vida(I Jo 1, 1).

Para entendermos que trata-se não somente do testemunho de um homem, mas do testemunho do Espírito Santo, faz-se mister que compreendamos sumariamente como ocorre a inspiração bíblica:

1) Inspiração: o Espírito Santo comunica ao autor sagrado o que ele deve escrever para que seja plenamente conforme à Vontade de Deus e texto integralmente revelado por Deus;

2) Quanto às faculdades humanas: as faculdades humanas(intelecto e vontade) do hagiógrafo não são dispensadas nesse processo.

Portanto, é testemunho inteiramente divino, porquanto o Espírito Santo comunicou a São João Evangelista o que ele havia de escrever e ao mesmo tempo inteiramente humano, porque no processo de inspiração bíblica o Espírito Santo não dispensa as faculdades do autor sagrado(intelecto e vontade), tampouco seus dons redacionais.

“que estava no seio do Pai e que se nos manifestou”, quem estava no seio do Pai? São João Evangelista também explica isto no seu Evangelho:

“Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou.” (Jo 1, 18)

Portanto, é manifesto que “a vida eterna” deste versículo(I Jo 1, 2) é o Verbo divino e Encarnado, Nosso Senhor Jesus Cristo.

“damos testemunho e vos anunciamos a vida eterna”, dado que somente Nosso Senhor Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida(Jo 14, 6), igualmente só Ele(juntamente com as duas outras pessoas divinas), sendo Deus, pode ser designado essencialmente a vida eterna, portanto, entenda-se que aqui refere-se a Nosso Senhor Jesus Cristo.

“e que se nos manifestou”, cuido que aqui refira-se à Encarnação do Verbo(Jo 1, 1.14), Deus Filho, Verbo Divino e Encarnado é o “exegeta do Pai”, como costumava chamar Dom Estevão Bettencourt, porquanto ele dá a conhecer o Pai, conforme o mesmo Redentor faz notar de si em seu diálogo com o santo apóstolo Filipe:

“Respondeu Jesus: Há tanto tempo que estou convosco e não me conheceste, Filipe! Aquele que me viu, viu também o Pai. Como, pois, dizes: Mostra-nos o Pai…” (Jo 14, 9)

I Jo 1, 3:

“o que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo”.
O que vimos e ouvimos?
Os eventos que ele e os santos apóstolos viram(com os olhos da inteligência iluminada pela luz sobrenatural da fé) e ouviram(o ressoar da graça do Espírito Santo em suas almas) a respeito de Nosso Senhor Jesus Cristo e de sua consequente obra salvífica e redentora.
Que comunhão é essa a qual o santo apóstolo e evangelista refere-se?
É a comunhão da fé, caridade, esperança e graça sobrenaturais. Não fosse assim: de que modo poderia ele acrescer: “Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo”?
Pode, por acaso, o ser humano participar cá na terra da bem-aventurança eterna e da comunhão eterna das três pessoas divinas sem ser por meio das três virtudes teologais e da graça sobrenatural(incluso os meios de santificação)?
Portanto, é razoável dizer que aqui trata-se da comunhão com Deus que o fiel participa mediante a prática das três virtudes teologais e da graça sobrenatural.
É razoável também dizer que trata-se da comunhão espiritual que os fieis têm ao serem inseridos no corpo místico de Cristo(Igreja) e, por conseguinte, participarem ativamente de seus santos mistérios e terem uma relação pessoal com o Deus Uno e Trino.

I Jo 1, 4:

“Escrevemo-vos estas coisas para que a vossa alegria seja completa”.

Qual alegria?

A alegria da esperança da salvação.

De que modo a nossa alegria torna-se completa?

Quando unida sobrenaturalmente ao Cristo: os meios já vo-lo indicamos — a fé, a esperança e a caridade(virtudes teologais) e a graça sobrenatural.

Claro que isto ressalta outro aspecto: “a fé sem as obras (sobrenaturais) é morta”(Tg 2, 14. 26), portanto, é necessário que o cristão pratique boas obras sobrenaturais, cooperativamente com a fé e a graça sobrenaturais que vêm de Deus, são dons de Deus.

CONCLUSÃO:

Aqui encerra-se a minha primeira homilia autoral a I Jo(1, 1–4) de uma série de homilias que publicarei ao mesmo texto bíblico.

Publicarei ainda futuramente homilias e comentários à epístola de São Tiago, ao Evangelho de São João e ao mesmo texto bíblico em questão(I Jo).

Se Deus quiser isto se realizará, se assim for conforme à divina providência.

Espero que aproveitem e tirem bom proveito da leitura.

REFERÊNCIAS

Citações bíblicas no texto:
I Jo 1, 1–4; Jo 1, 1; II Ts 3, 6; Jo 1, 14; Jo 3, 16; Jo 20, 22–23; At 2, 1–4; Jo 1, 1–18; Jo 10, 30; Jo 14, 6; Jo 1, 4; Fl 2, 7; Hb 4, 15; I Tm 2, 5–6; Jo 3, 36; I Jo 1, 1; Jo 1, 18; I Jo 1, 2; Jo 14, 9; Tg 2, 14. 26.
Links para os capítulos das citações bíblicas sobreditos nas S. Escrituras(Bíblia)¹:
https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/i-sao-joao/1/;
https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/sao-joao/1/;
https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/ii-tessalonicenses/3/;
https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/sao-joao/3/;
https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/sao-joao/20/;
https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/atos-dos-apostolos/2/;
https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/sao-joao/10/;
https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/sao-joao/14/;
https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/filipenses/2/;
https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/hebreus/4/;
https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/i-timoteo/2/;
https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/sao-tiago/2/.
1. É só conferir a citação bíblica desejada que eu anexei acima, clicar no capítulo desejado e lê-la. Eu não repeti alguns links de capítulos porque alguns capítulos eu citei mais de uma vez com diferentes versículos.

Referências bibliográficas:

AQUINO, Tomás. “ARTIGO TERCEIRO: Foi concebido do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria.” In: MOURA, Odilão DOM. Sermão sobre o Credo, Adaptado. Rio de Janeiro: Editora eletrônica Permanência, 2004, n. 45, p. 28.²

BETTENCOURT ESTEVÃO, Dom. “LÉXICO BÍBLICO, verbete Exegese.” In: BETTENCOURT ESTEVÃO, Dom; MATER ECCLESIAE. Curso Bíblico, Adaptado. Rio de Janeiro: MATER ECCLESIAE, p. 12, verbete Exegese.³
2. A citação é a seguinte:
“Vejamos o segundo exemplo. A palavra, pronunciada exteriormente, é ouvida, mas não é vista, nem se pode nela tocar.
Escrita, porém, em uma folha, pode ser vista e tocada.
Assim também o Verbo de Deus tornou-se visível e palpável, quando foi, de certo modo, escrito em nossa carne.”

3. A citação é a seguinte: “Exegese: do grego exégesis, explicação, explanação. É a arte de expor ou explicar o sentido de determinado texto, especialmente da Bíblia; para ser rigorosamente conduzida, requer o estudo de línguas, história, arqueologia… orientais.
Segundo S. João(Jo 1, 18) Jesus é o Grande Exegeta do Pai, pois Ele nos revelou (exegésato) o Pai. Exegeta é a pessoa que cultiva a exegese.”

BETTENCOURT ESTEVÃO, Dom. “MÓDULO 1: INSPIRAÇÃO BÍBLICA, Lição 1: Noção e Extensão.” In: BETTENCOURT ESTEVÃO, Dom; MATER ECCLESIAE. Curso Bíblico, Adaptado. Rio de Janeiro: MATER ECCLESIAE, p. 20, módulo 1, lição 1, n. 1.1, letra c.(4)

4. A citação é a seguinte:
“c) Positivamente, a inspiração bíblica é a iluminação da mente do autor humano para que possa, com os dados de sua cultura religiosa e profana, transmitir uma mensagem fiel ao pensamento de Deus.
Além de iluminar a mente, o Espírito Santo fortalece a vontade e as potências executivas do autor para que realmente o hagiógrafo escreva o que ele percebeu; cf. 2Pd 1,21.
As páginas que assim se originam, são todas humanas (Deus em nada dispensa a atividade redacional do homem) e divinas (pois Deus acompanha passo a passo o trabalho do homem escritor).
Assim diz-se que a Bíblia é um livro divino-humano, todo de Deus e todo do homem; transmite o pensamento de Deus em roupagem humana; assemelha-se ao mistério da Encarnação, pelo qual Deus se revestiu da carne humana, pois na Bíblia a palavra de Deus se revestiu da palavra do homem (judeu, grego, arameu, com todas as particularidades de expressão).”

Magalhaesallan

Sou católico, tenho 23 anos, sou escritor nas horas vagas, estudante de filosofia e teologia. Tendo ao agostinianismo e ao boecianismo.