Eu odeio lembranças, elas machucam a mente e corroem o coração.
Eu sabia, e como eu sabia, que você viraria uma lembrança em algum momento. Não sabia que seria tão rápido assim.
Você me sequestrou, roubou meu coração e sorriu. Era como um encanto tão mágico e brilhante, mas eu tinha esquecido que todo encanto tem um final.
Você fez a sua escolha, eu entendo, mas no caminho você acabou esquecendo de devolver-me o meu coração. Ele ainda bate na suas mãos, e, quando você segura as mãos dela, ele é esmagado. Dói em mim, dói muito mesmo.
Eu tenho que deixar ir, deixar essas memórias de lado, talvez jogá-las fora ou queimá-las, mas eu não consigo, por que ainda sinto o vazio dentro do meu peito e a água caindo dos meus olhos.
Me disseram uma vez: “Quem ama deixa ir”, mas se eu te amo tanto, por que eu não consigo. Por que? Por que você faz isso? Por que você não me deixa ir também? Você já escolheu, agora me deixe ir por favor. Eu imploro para ti.
As memórias foram boas, mas eu preciso ir, preciso ir por que estou caindo, e meu joelho ralado está sangrando e doendo demais. Então, depressa, me deixe logo, por que se o sangue escorrer demais, eu posso morrer. Solte minha mão e me deixe nadar até a superfície, eu estou afogando.
Depressa, o tempo está acabando. Me deixe.