À procura de um novo emprego — Preparando sua documentação

Marcelio Leal
5 min readJun 9, 2020

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Depois da primeira parte onde você já começou a se organizar e definir uma estratégia para aplicar nas vagas de emprego, agora é a hora de preparar os documentos necessários para aplicar nos processos.

Ter um material que te apresente bem é essencial para a primeira fase do funil dos processos de seleção. É natural que não tenhamos sempre estes documentos atualizados mas não tem problema, vamos focar nos principais tipos de documentos e discutir boas práticas para cada um deles.

Principais tipos de documentos

Há diversas formas de se apresentar para a empresa. Aqui, vou focar nos quatro que tenho visto de forma recorrente. São eles: Currículo; LinkedIn; Portifólio; e Carta de Apresentação.

Currículo

Confesso que formatação de documentos não é o meu forte. Eu realmente tenho dificuldade de deixar as coisas bonitas, entretanto tenho amigos que me ajudam muito.

Recentemente quando eu apliquei para vagas fora do Brasil, uma consultora para preparação de processos seletivos me deu o seguinte feedback

Realmente me parece que você tem uma boa história profissional, porém a forma como o seu currículo está estruturado não está nem mesmo perto do mesmo nível do conteúdo que ele apresenta.

Sim, foi pesado, mas importante para eu entender que forma importa sim. Tive que me mexer depois disso.

O currículo é uma espécie de pitch, você precisa se apresentar em um formato conhecido, trazendo informações estruturadas para os recrutadores. Porém, a forma com que você escreve o conteúdo é livre, permitindo que você adapte para cada caso.

Portanto, sempre faça duas perguntas com base no seu currículo:

  • Uma pessoa que não lhe conhece consegue ter uma noção adequada do seu perfil profissional e da sua carreira a partir desse documento?
  • Esta pessoa consegue listar os seus pontos fortes?

Caso a resposta à uma dessas duas perguntas for parcialmente, você tem trabalho à fazer.

Explicando sua carreira profissional

Independentemente da sua experiência, você deve ser capaz de se vender no seu currículo. Para algumas pessoas isso significa algo ruim, mas não é. Não estou falando para você adicionar pontos ou coisas que você não sabe, mas pra escrever sua experiência de forma persuasiva e atratativa para quem está avaliando.

A vida é muito curta pra gente ler currículo mal feito.

Uma das melhores técnicas para tornar a leitura de um currículo atrativa é a CAR — Contexto, Ação, Resultado. Nela, você descreve uma experiência ou projeto iniciando pelo contexto, caracterizando a empresa, o período que você trabalhou na mesma, ou o projeto. Depois, você descreve as ações, técnicas, e/ou atividades que você participou. Por fim, você compartilha os resultados alcançados a partir dessas ações.

Preferencialmente utilize os números alcançados nos resultados, eles dão um nível a mais de confiabilidade e permitem comparação de cenários semelhantes.

O tamanho do currículo

Um bom currículo deve ter entre 2 e 3 páginas. Tente não passar do limite máximo. E mesmo que tenha pouca experiência profissional ou acadêmica, exercite sua habilidade de escrita e formatação para chegar na segunda página.

Se você tem uma carreira longa, eu focaria mais na experiência profissional recente e nos seus pontos mais fortes. Deixe o que restou de fora do currículo no seu Linkedin. E se tiver realmente muita coisa, eu removeria o contexto das experiências profissionais, deixando apenas as ações e resultados. De qualquer forma, durante as entrevistas você terá que contextualizar sua experiência.

Informações não relevantes

Pense em tudo que o que você está adicionando no currículo. Por exemplo, não adicione coisas como inglês básico, pois provavelmente isso não é relevante. Às vezes, vale também customizar o seu currículo para alguma vaga específica, removendo conteúdo que não está relacionado.

Aqui você tem um modelo de currículo baseado no currículo de dois amigos (Eriksen e Fernando).

LinkedIn

O Linkedin é uma ótima ferramenta para networking profissional apesar do empreendedorismo de palco presente na plataforma. É muito importante que você a mantenha atualizado o seu perfil, principalmente se você está aberto para novas oportunidades.

Em geral, o Likedin segue a mesma lógica do currículo. Eu só adicionaria obrigatoriamente uma coisa a mais nas descrições das experiências, o contexto.

Abaixo, eu compartilho uma parte do contexto do QEdu, uma das empresas que trabalhei.

QEdu é uma ONG/Startup apoiada pela Fundação Lemann. Sua missão é mudar a educação pública Brasileira por meio de tecnologia e dados. O qedu.org.br é o maior portal de dados educationais da América Latina.

Além de um breve contexto da empresa, você pode adicionar pontos relativos ao cenário específico da sua função, como tamanho da empresa, desafios no momento que você entrou, ou mesmo fatia de mercado do produto que você trabalhou.

Por fim, acho que você pode adicionar o máximo de informação complementar que tiver, como os artigos, cursos e treinamentos, e projetos que você participou. Desta forma, o Linkedin vira uma extensão do seu currículo.

Compartilho alguns exemplos de perfis para melhorar seu Linkedin: Eriksen Costa, Ricardo Parro, Rafael Mauro, Caterine Parro, Marcell Almeida, Leandro Varanda.

Pra finalizar, tanto o currículo quanto o Linkedin, eu recomendaria você pedir para que outra pessoa revisasse ambos. Peça de preferência à alguém que participa de processos seletivos.

Outro ponto é se vale escrever em português ou inglês. Isso vai depender de duas coisas: se você fala inglês; e se está interessado em vagas que tenham esse idioma como essencial. Se a resposta for sim, vá pro inglês.

Portfólio

Coloque seu trabalho disponível em algum lugar

Para algumas vagas é necessário que você tenha uma espécie de portfólio disponível.

Por exemplo, para desenvolvedores o GitHub pode ser uma ferramenta super útil para apresentar algumas habilidades.

Mas isso depende muito do caso. Às vezes, somente a experiência já proporciona um bom nível de aprovação nos primeiros passos do processo.

Eu normalmente recomendo desenvolvedores no começo de carreira colocar um projeto no GitHub. É mais fácil convencer que você é capaz de entregar uma aplicação de ponta à ponta se compartilhá-la publicamente.

Para outros papéis, como Designers, há outras plataformas como o Behance, ou outras mais aqui.

Carta de Apresentação

Algumas empresas colocam a carta de apresentação como obrigatória. Particularmente, eu até entendo que é algo relevante para vagas super concorridas mas acho meio forçado para vagas de tech.

Então, se não é obrigatória e a vaga não é super concorrida, eu não mandaria. Mas caso tenha que mandar, eu recomendo colocar três pontos: seu perfil profissional (comportamentos e cultura); sua motivação para a vaga; e por que é um bom fit para a empresa.

Dado a natureza das informações de uma carta de apresentação, não recomendo que você tente reaproveitá-la em uma outra aplicação.

Fechou?!? :+1:

Agora é começar a aplicar nos processos. Depois, entramos numa outra fase, a das entrevistas. E é aí que começa uma preparação mais pesada, principalmente se você está visando as boas vagas/empresas. É sobre isso que vou falar no próximo post.

Têm mais alguma coisa pra adicionar ou ajudar nesse contexto? Fiquem a vontade pra comentar ou me chamar no Linkedin e Twitter.

Se ver algum erro gramatical ou typo, vocês podem utilizar os comentários privados do medium também. Desde já eu agradeço.

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Marcelio Leal

Tech Leadership. Former Nu, Amazon, Bhub, GetYourGuide, Dafiti/Rocket Internet, etc.