Buquê
Já tinha atravessado aquele bosque inúmeras vezes, as flores nunca estiveram tão pesadas, o suor escorria… Um buquê quase tão pesado quanto seu coração…
Ele a amava, sabia disso desde que a conheceu no jardim de infância, na adolescência a cada vez que ela ficava com alguém ele sentia dor física, sabia que a amava porque mesmo assim ele esperava a festa acabar para ver se ela estava bem, para leva-la pra casa.
Ele a amava e sabia disso porque sempre que fechava os olhos lembrava do dia que ela aceitou tentar arriscar aquela amizade…
A lagrima correu ao lembrar daquela noite sentado ao pé da cama quando ela lhe disse “Eu te amo” pela primeira vez.
Ela tinha sido a primeira mulher de sua vida, e era a única… até ontem. Será que ela sabia?
É obvio que sabia.
Todos sabiam.
As flores pesaram ainda mais, por pouco não caíram no chão…
Depois da curva ela o esperava… Ele parou…
Ela ainda o amaria?
Respirou fundo…
Virou a curva, ela o esperava, ele apertou o passo e ela lhe sorria, tocou seu rosto com a ponta dos dedos e entendeu, esse amor nunca iria acabar, nada os abalaria, ele só precisava se esforçar para sorrir como ela lhe sorria naquela foto.
Deixou as flores no vaso, trocou as velas e passou o resto da tarde falando do futuro…
Por: Marcelo Guaxinim
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Esse texto foi disponibilizado originalmente no grupo de padrinhos do Miçangas Podcast, os padrinhos tem acesso a material antecipado, seja você também um padrinho do miçangas: http://padrim.com.br/micangas
Agradecimento especial a Jujuba que com seu texto, também Buquê, inspirou o meu.