Sem direção
E isso não é ruim. De modo algum.
Sempre que me diziam que a vida começava aos trinta, eu — com meu riso adolescente e a rebeldia pulsando nas veias — vociferava baixinho que a minha havia começado ali mesmo, naquela minha quase infância.
Felizmente, nossos nervos se tornam menos sensíveis com o passar do tempo… E eu, que sempre fui bom em ciências exatas e sempre amei cogitar sobre o Universo, hoje me pergunto que diabos eu quis fazer da minha vida quando me formei em Publicidade.
O fato é que, por uma infinidade de razões e circunstâncias, hoje eu reconheço que minha vida saiu dos trilhos. Dos meus trilhos.
E conversando com uma grande e maravilhosa amiga, que compartilha do sentimento de “WTF am I doing with my life?” em grau máximo, chegamos ao texto da Amber Rae, que teve a manha de expressar em poucas palavras aquilo que tentávamos definir havia quase um ano: estamos fodidos porque estamos perdidos. Literalmente. Por algum motivo estúpido e imbecil, nós paramos de fazer parte da nossa própria história.
Nós. Eu, você e quem mais estiver se sentindo perdido.
E aí, o resultado é esse: quase todo mundo reclamando que a vida anda sem sentido. O problema, amiguinhos, é que esquecemos que “nos tornarmos melhores” não é sinônimo de “sermos o que não somos”.
Então eu resolvi mudar de profissão e de paradigmas; de perspectivas e de expectativas. Resolvi abrir os olhos para todas as direções, testar todas as portas à minha volta. É, eu sei: estou sem rumo. Estou com medo, também. Talvez isso não me dê dinheiro. Mas, whatever: eu já ando mais duro que pau de tarado, mesmo!
O que eu sei é que meus olhos voltaram a brilhar, e estou me sentindo vivo novamente. E quer saber? É só isso o que importa.
