Bitcoin e Blockchain vieram para ficar!

Marcelo Vital Brazil
2 min readJan 12, 2018

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Tendo trabalhado por 20 anos em TI, já vi muitas novas tecnologias surgirem — quem diria, vi até a Internet comercial nascer! (Meu segundo emprego, nos anos 1990, foi no suporte técnico de um provedor de Internet, daqueles que você pagava uma assinatura e tinha que discar pra conectar, lembra?)

Sabemos que algumas destas novas tecnologias parecem “moda”, e pouco tempo depois já caem em desuso, mas outras trazem inovação verdadeira e prometem vida longa. Uma dessas inovações é a tecnologia do Blockchain, inventada para servir de base à sua aplicação mais conhecida, a criptomoeda Bitcoin, mas que já se desenvolveu muito além dela.

Para quem não conhece, o Bitcoin foi criado em 2008 por Satoshi Nakamoto, pseudônimo de uma pessoa (ou grupo de pessoas), cuja real indentidade ainda é desconhecida. A crise financeira nos EUA havia acabado de acontecer, e os escandalosos bailouts do governo aos bancos foram combustível para criação de uma moeda que fosse independente do sistema financeiro tradicional. A ideia era criar uma tecnologia que essencialmente fosse:

  • Distribuída (ninguém poderia manipular sozinho, ou em oligopólios)
  • Segura (mesmo sem uma entidade controladora, a propriedade estaria segura)
  • Anônima (permitindo a privacidade de seus usuários, quando desejada)

A solução criada, o Blockchain, atendeu estes pontos de forma elegante e genial, e pode ser descrita superficialmente da seguinte forma:

  • Todas as transações de moedas são públicas, registradas em uma espécie de “livro-caixa” distribuído por toda a rede. Milhares de servidores têm cópia deste conteúdo. Qualquer adulteração pontual é identificada e rejeitada por toda a rede.
  • Este histórico é dividido em blocos sequenciais, ou uma “corrente de blocos”, Blockchain. Estes blocos têm limite de tamanho, e uma vez consolidado um bloco, ele nunca poderá ser modificado. Para garantir isto, cada bloco tem um hash do bloco anterior (equivalente a um “dígito verificador” como o usado em bancos e documentos, mas que neste caso tem 256 bits). Qualquer alteração em um bloco resultaria em alteração do seu hash e seria facilmente detectável em qualquer ponto da cadeia de blocos posterior.
  • Cada endereço desta rede é um repositório de moedas, também chamado de “carteira”. Ele é identificado por um endereço alfanumérico, geralmente de 35 caracteres (por exemplo, 3CXjxZdyzD4ypw9aintJQQp8ExY84WPgUD ). Somente o dono deste endereço, de posse de sua chave criptográfica, pode autorizar e assinar transações que debitem moedas de seu endereço.

A solução é relativamente simples, mas de grande aplicação prática, tanto que está próxima de completar 10 anos (os primeiros Bitcoins circularam em janeiro de 2009) sem nenhum grande incidente de segurança ou falha na tecnologia. E esta é apenas uma aplicação, imagine as possibilidades que uma rede distribuída como esta permite, principalmente não-financeiras!

Esta foi apenas uma breve introdução, o assunto é riquíssimo e vai muito mais fundo do que isso. Em outros posts, pretendo me aprofundar mais nessa tecnologia, analisar outras aplicações e inclusive outras criptomoedas, conhecidas como “altcoins”.

Um abraço e até breve!

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