{Enquanto escrevo} O início

Márcia Silveira
2 min readMay 30, 2020

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Comecei a escrever um romance no início deste ano. Queria ser uma pessoa disciplinada, que escreve todos os dias, mas precisaria de mais cinco ou seis vidas para evoluir a este ponto.

Quando a quarentena começou, pensei: “Bom, vou ficar mais tempo em casa, agora esse romance sai.” Doce ilusão. Até o início dessa semana só havia conseguido escrever duas vezes nesses dois meses de confinamento. Escrevia outras coisas, mas o romance, nada.

Li no livro “O amanhã não está à venda”, do Ailton Krenak, que devemos parar de deixar as coisas para depois, pois não sabemos se estaremos aqui. É uma coisa óbvia, mas que a gente às vezes esquece. Depois eu faço, depois eu arrumo, depois eu escrevo. E se não existir depois?

Não sei se foi por ter lido isso, mas esta semana (17 a 23 de maio), depois de vinte dias da última vez em que havia aberto o arquivo, consegui escrever. Terça, quinta e sexta. Se conseguir manter este ritmo de escrever três vezes na semana, já vou ficar satisfeita. Até duas vezes já seria bom para quem não estava escrevendo nada, né? Assim, no final da quarentena, posso ter a primeira versão pelo menos bem adiantada.

De vez em quando venho aqui compartilhar a quantas anda (ou não anda) esse processo.;)

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Márcia Silveira

Escritora, designer e fotógrafa. Bacharela em Filosofia, pós-graduada em História da Arte. Mãe. Bibliófila.✍🏽📖