5 anos e meio juntos. A que ponto chegamos, hein?
Lindo, a gente passou o dia 21 de abril separados. Seriam os tais 5 anos e meio juntos etc. Você dando atenção para a sua família e eu para a minha. As pessoas ao nosso redor também precisam de carinho, né?
No domingo, eu preferi não te ver porque estava machucada. Literalmente, ainda estou com os dois joelhos roxos. E cansada. Você também tava exausto. E sem drama. Mesmo com a saudade apertando e a vontade de me perder no seu abraço — tem hora que a gente precisa cuidar de si.
Lembra quando eu disse, numa mesa de bar, nós dois bêbados que: eu te amo de um jeito que você já é parte de mim? E a gente deu as mãos e ficou emocionado. Lembra? Nossa, amor. Como eu tava errada.
Quando você vira uma extensão de mim — e eu faço disso uma poesia meia-boca — eu te perco. Parei de te enxergar como outra pessoa. Comecei a buscar fora o que faltava “em mim”. Quanta energia gasta em buscar coisas a mais e coisas demais. Porque você sendo eu, me sentia livre para abraçar o mundo com as pernas.
E como eu quebrei a cara. Colocar no outro expectativas que eram minhas. Me sentir sozinha neste mundo doido.
Aí eu comecei a ler sobre felicidade e ética, na aula do Patrus. Porque nessas de agarrar o mundo com as pernas, eu me enfiei num mestrado.
Amor, você não é uma extensão de mim. Você é outra pessoa. O outro que permitiu que eu entrasse na sua vida. Uma pessoa que conscientemente compartilha a vida comigo. E sem a menor obrigação de me fazer feliz, você me faz. O bonito do amor é essa bondade. E eu tenho certeza que nada do que eu estou te dizendo é surpresa. Você já sabia de tudo isso, né?
Você sabia que eu quera te engolir e me deixou te engolir. E sonhar pelos dois e te atropelar e te podar e cortar. Todas as vezes que eu precisei. E eu precisava mesmo.
Lindo, você fala que não tem nadinha de canceriano. Todo na sua. Nestes anos juntos, te vi chorar 3 vezes, se muito. Mas tem muito amor aí sim.
Você nasceu com essa alma de Nanã que sabe que as outras pessoas têm muitas coisas a aprender — coisas que você já nasceu sabendo.
Eu deveria deixar este texto para seu aniversário, dia 15 de julho. Ou para o dia dos namorados, ou os 6 anos juntos. Mas… Pra quê? Sua vida, minha vida e nossas vidas acontecem toda hora.
Leia e guarde isto tudo que eu te escrevi, Nathan. Muito obrigada.
Eu te amo.
