Psicare — Aplicação de UX Writing para melhorar a interação com os usuários.

Mariana Elisa Gonçalves
5 min readNov 11, 2021

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O conteúdo a seguir é uma complementação ao case Psicare — Tecnologia a favor da Psicologia, realizado pela equipe composta por Henrique Roldão, Mara Ishioka e Mariana Gonçalves.

Para garantir uma boa experiência para os usuários do nosso produto, buscamos entender melhor:

  • quais palavras fazem parte de seus vocabulários;
  • qual o tom de voz seria melhor aplicado em cada etapa do processo
  • como poderíamos otimizar as etapas seguidas por eles.

Nuvem de palavras

No Psicare temos dois grupos de usuários: os pacientes e os psicólogos atendentes. Mediante as respostas obtidas em uma pesquisa semi-estruturada com 7 pacientes e 5 psicólogos, montamos duas nuvens de palavras, uma para cada grupo.

Palavras usadas pelos pacientes:

Palavras usadas pelos psicólogos:

Através desses resultados foi possível entender melhor:

  • as necessidades pontuais do nosso público;
  • quais os hábitos de cada grupo;
  • quais palavras eles estão mais habituados a utilizar.

Com essas informações, podemos continuar nossa busca para que suas experiências com nossa aplicativo seja fácil e agradável.

Tom e Voz

O tom de voz é o conjunto de atributos que determinam como essa voz deverá ser dirigida ao público, em determinados contextos e sentimentos do usuários.

Reconhecendo que o contexto em que nossos usuários estão inseridos pode ser de adversidades e dúvidas, utilizamos uma linguagem simples e um tom leve em nossa solução, para que nossos usuários não encontrem dificuldades e sintam-se seguros e confortáveis ao navegar pelo aplicativo.

Tom de voz aplicado no Psicare

Aplicação nos textos

Nos textos presentes em nosso aplicativo, desde o primeiro protótipo, nos preocupamos em utilizar sentenças e palavras coesas em busca de estabelecer um fluxo coerente entre cada tela explorada e deixar as possibilidades bem explicitas para o usuário.

Testes das palavras

Ao efetuar os testes de usabilidade com nosso protótipo de alta fidelidade, identificamos alguns textos que causaram ou poderiam causar certa confusão ao usuário em relação a ação a ser tomada.

Visto isso, elaboramos um novo teste para avaliar quais palavras possibilitam um melhor fluxo na utilização do aplicativo e obtivemos contribuições de 32 pessoas.

Acesse aqui o questionário realizado.

Aplicando técnicas de UX Writing em nosso conteúdo

Além de determinar o tom de voz e identificar o vocabulário dos nossos usuários, aplicamos alguns princípios do UX Writing e as 10 heurísticas de usabilidade de Jakob Nielsen

Três melhores práticas dos princípios do UX Writing:

  1. Claro. A linguagem deve ser simples, clara e de acordo com o contexto do usuário.
  2. Conciso. As mensagens devem ser curtas, quando possível, diretas e eficientes. Segundo estudos do NNG — Nielsen Norman Group, a captura da atenção do leitor é feita nas 11 primeiros caracteres .
  3. Útil. O usuário deve receber informações que o ajude a chegar onde ele deseja.

Alguns exemplos de como aplicamos as Heurísticas de Nilsen:

  1. Visibilidade do Status do Sistema
    - Essa regra aponta a necessidade de informar ao usuário qual etapa do processo ele se encontra e o quando falta para concluí-la.
    - Aplicamos essa regra nas etapas de cadastro do usuário.

2. Eficiência e flexibilidade de uso
- Essa regra nos mostra que o ideal é detalhar as informações para que seja entendível tanto para usuários experientes como para usuários leigos.

3. Reconhecimento em vez de memorização
- Essa regra nos orienta oferecer informações que ajude o usuário a identificar e/ou reconhecer dados previamente apresentados.
- Aplicamos essa regra utilizando ícones universais combinados com palavras que os descrevam e reforçando o valor da consulta ao perguntar qual a forma de pagamento, como no exemplo anterior.

4. Consistência e Padronização
Todas as nossas telas seguem um fluxo coeso, seguindo os mesmos padrões de cores, fontes e ícones, tornando a experiência mais interessante e de fácil interação.

Algumas observações

- A área do paciente deve evitar termos técnicos e complexos, que seriam melhor aplicados na área dos psicólogos;

- O texto contido nos botões devem transmitir o que o usuário deseja executar.

Auditoria das telas

Após analisar os resultados obtidos no teste de palavras e aplicando as técnicas de UX Writing e as heuristicas de Nilsen, realizamos os ajustes necessários nos textos e nas etapas de algumas telas.

Tela inicial:
Nesta tela, mudamos o texto inserido nos botões para uma linguagem que transmita como o usuário responderia quem ele é.

Cadastro do psicólogo e cadastro do paciente:
Após o teste de palavras, alteramos em ambas as telas, a palavra que utilizaríamos no título da página e a resposta do usuário através do botão de confirmação.

Cadastro do Psicólogo
Tela do paciente

Perfil do psicólogo:
Optamos aqui por orientar melhor o usuário a qual ação tomar na funcionalidade abaixo.

Perfil do psicólogo e seus horários disponíveis

Marcação de consulta:
Identificando as possíveis de melhorias, dividimos a tela de confirmação de consulta em etapas, expondo o usuário às informações progressivamente.

Telas de marcação de consulta

Confirmação de consulta:
Nesta tela mudandos o texto de confirmação, detalhando e relembrando ao paciente os dados da consulta que agendaram.

Telas de confirmação da consulta

Protótipo de alta fidelidade:

Integrantes:

Henrique Roldão (Torres — RS): UX/UI Designer e Front-end — LinkedinE-mail.

Mara Ishioka (Salvador — BA): UX/UI Designer — LinkedinE-mail.

Mariana Gonçalves (Uberlândia — MG): UX/UI Designer — LinkedinE-mail.

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Mariana Elisa Gonçalves

Cientista social (Antropologia), Designer de Experiência do Usuário e de Interfaces (UX / UI Designer).