Meu museu imaginário particular
2 min readJul 25, 2016

Resenha — O Escaravelho de Ouro de Edgar Allan Poe

“Eia! Eia! O sujeito dança como louco! Ele foi picado pela Tarântula. Tudo às avessas”

O Escaravelho de Ouro é um dos melhores e mais famosos contos de Edgar Allan Poe. É curto e fácil de ler. É o sétimo conto que leio para o projeto #12mesescomPoe de leitura coletiva das obras de Edgar Allan Poe, organizado pelo Blog da Anna Costa. Adoro histórias de enigmas para solucionar. De Sherlock a Agatha Christie, esse tipo de história sempre é um bom entretenimento. No conto, o protagonista é um homem rico desafortunado chamado William Legrand, que vive junto com seu ex - escravizado Júpiter numa casa solitária.

Contando apenas com a amizade de um outro homem nobre, um dia ele encontra um escaravelho que perturba sua debilitada sanidade mental.

O conto, sem dúvida, foge dos cânones de Edgar Allan Poe. Na verdade, a explicação que Legrand dá para a resolução do mistério do escaravelho me lembrou as explicações de Sherlock para a resolução dos crimes no final de seus livros.

Achei o final bem esperto e sagaz, cheio de referências ao terror clássico, mas sem nunca cair no horror. Os personagens são bem construídos, com destaque para Júpiter, que sem dúvida é um personagem engraçado e de personalidade, algo raro para a literatura da época, que mal mencionava os negros, e quando mencionava, era no papel de vilões. Não que Poe tenha tratado Júpiter de forma correta; me irritei com o narrador várias vezes pelo uso de “Nigger” como adjetivo. Mesmo assim, fiquei surpresa com a presença de um personagem como Júpiter num conto de Edgar Allan Poe.

Por fim, considero esse conto nota 8, pois achei que na parte da explicação de como Legrand descobriu a existência do tesouro, o autor enrolou um pouco e acabou ficando maçante, pelo menos para mim.