De estudante de jornalismo a UX Writer

Um breve relato sobre a minha jornada até chegar exatamente onde eu gostaria de estar

Mariane Lorente
3 min readSep 28, 2018
Photo by Shelby Miller on Unsplash

Estudei jornalismo na Faculdade Cásper Líbero entre 1999 e 2002. Estagiei no jornal-laboratório da faculdade e em um jornal esportivo (ambos offline), e também no site de uma consultoria financeira que já não está mais entre nós. Formada, trabalhei em uma assessoria de imprensa e, de lá, fui parar no mundo corporativo, em Comunicação Interna —uma disciplina que estava surgindo nas empresas e prescindia de jornalistas para escrever os comunicados e afins aos funcionários. Cinco anos depois, quis mudar de vida. Tirei uma espécie de sabático da CLT, fui estudar história e cultura da gastronomia e passei esse tempo lendo livros, escrevendo artigos científicos e frilando como Content Writer para o PayPal — minha primeira experiência com uma empresa de tecnologia.

Terminada a pós, publiquei um livro, o Cozinha Pop, e voltei à CLT, dessa vez como redatora em uma agência de publicidade. Mas eu queria mesmo era trabalhar com comida e acabei indo para o Panelinha, da Rita Lobo, onde editava o site e provava todas as receitas que as culinaristas (beijos, migas) testavam na cozinha. Depois disso, fui para o iFood — eles precisavam de uma jornalista especializada em gastronomia. E foi então, minha gente, que um novo portal se abriu pra mim.

Pra que esse currículo?

Se você quer saber por que estou contando tudo isso, eu explico: tenho conversado com algumas pessoas interessadas em saber como vim parar aqui. E também, bem importante, tenho observado muitos jornalistas perdendo seus empregos e não vendo novas opções de carreira. Fora quem está saindo da faculdade agora e não sabe que direção tomar.

Pois saiba que empresas de tecnologia são uma opção muito promissora. Além de não pararem de brotar da mente de empreendedores interessados em resolver problemas do mundo real, só agora essas empresas parecem estar se dando conta da importância das palavras nesse contexto todo. Prioridades — ok. Mas, enfim, chegou a vez do conteúdo no ecossistema tecnológico.

No meu caso, ser UX Writer da Loggi é, como diz o Romulo Lebre, “ter uma empresa inteira para escrever". E isso é muito legal! Com exclamação mesmo.

Mais: jornalista, imagina validar com os leitores a aderência, qualidade e eficiência do seu texto. É o que fazemos em UX (User experience ou experiência do usuário). Aprender a medir e performar é amor.

Sobre o novo portal

A não ser que você seja um jornalista que cobre (ou já cobriu) tecnologia, ou que, de alguma forma, já se relaciona com esse ecossistema-de-meu-deus, preciso dizer que, ao passar por esse portal, você vai trabalhar com profissionais como engenheiros, desenvolvedores, gerentes de produto, designers, estrategistas de experiência do usuário, entre muitos outros.

Vai também conhecer o mundo de rituais e cerimônias (eita povo organizado!) como planning, weekly, daily e review. E vai, principalmente, descobrir a importância de design e UX para o sucesso do negócio.

Lição de casa

Para saber mais a partir de já, recomendo ler artigos diversos aqui no Medium mesmo. E sobre UX Writing, ou, mais especificamente, Microcopy (ou microtexto, no nosso português), indico a leitura do livro sagrado Microcopy: The Complete Guide, da Kinneret Yifrah.

Têm também algumas opções de curso, como esse da Mergo, que eu não fiz, mas conheço quem fez. E dá ainda para procurar os grupos de UX Writers no LinkedIn, no Facebook e no Slack para saber tudo o que rola na comunidade.

Ah, se quiser saber mais sobre o meu dia a dia nessa função, tenho outros artigos publicados por aqui. Boa jornada!

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