Por que você deve saber o que é e o que não é EAD no mundo de hoje

Mauro Amaral
SobreNós
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5 min readMay 13, 2020

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por Mauro Amaral

No FalaFreela#121, desvendamos os segredos do ensino à distância. No mundo pós-COVID19, pode ser a forma como você e seus filhos vão — ou não — aprender.

O artigo abaixo é uma versão desse programa. Mas, você pode ouvir agora e dar aquele play esperto pra gente!

Tudo começou com a gente contando ovelhas que pulavam a cerca para a fazenda ao lado

Quem tem um pouco mais de 30 anos (cof, cof), deve lembrar do verso das revistinhas de bancas nos anos 70 e 80 no qual o IUB reinava.

Caso você não tenha ligado o nome à pessoa, o Instituto Universal Brasileiro tinha uma série de cursos feitos por correspondência que nos prometiam carreiras inovadoras como…rádio amador, datilógrafo e papiloscopista.

Parece que faz 100 anos! Só para você ter uma ideia, a última carreira que citei é o cara que fazia na mão o que o seu celular hoje faz automaticamente identificando a sua impressão digital!

Mas, aprender à distância é uma mania que vem de longe: se você for pensar bem, é a própria razão da existência da escrita.

Tá, isso e registrar ovelhas e vacas que estavam em sua cerca e não na do vizinho. Ah, você pensou que o conhecimento começou a ser registrado pela necessidade elevada de algum impulso filosófico? Que nada, foi grana mesmo.

Mas, descontando o retrospecto pseudo-histórico, o fato é que, em tempos de distanciamento social (ou isolamento social ou a quarentena e o lockdown que se avizinham), ensinar e aprender também tem que ser através de intermediação eletrônica. Todo mundo está dentro de casa, mas cada casa virou uma escola, uma universidade, um estúdio, um tudo.

Mas como faz para isso dar certo? Ou não dar tão errado e não ser mais um motivo para pirarmos todos? Calma, temos que passar por alguns degraus para abordar esse tema tão amplo. Mais precisamente, sete deles.

O home-office do futuro nos anos 60

1 — EAD é diferente de curso online

Hoje, com dois cliques você acha um curso online para cada necessidade pontual sua. Mas, um programa de EAD é algo mais estratégico que também engloba cursos online. Mas, conta sobretudo com a atenção e atendimento de um profissional, metodologia mais elaborada e um programa mais extenso.

2 — E nem todo curso pode ser EAD

Em função disso, decorre que nem toda matéria, área de conhecimento ou tópico mesmo se adapta 100% ao EAD, como no caso dos cursos em que a experimentação de algum material (por exemplo, tipos de papéis para ilustração, como comentado pela Carolina Vigna no programa) faz parte do processo de aprendizagem.

O MEC determina algumas diretrizes para a aceitação ou não de um curso no modelo EAD. Nosso consenso no programa foi que, pelo menos, a modalidade semi-presencial é mais adaptável a uma maior quantidade de disciplinas.

3 — Professor não é só um depositador de conteúdo

No caso de oferecimento de matérias por EAD, a questão costuma recair muito sobre a capacidade da instituição em se modelar para este formato de transmissão de conhecimento. Mas, a figura do professor também deve ser constantemente reavaliada e adaptada a este tipo de cenário.

Um dos pontos mais importantes: em uma classe normal, o professor atente 30 alunos mais ou menos ao mesmo tempo. Em outro modelo, existe a previsão do atendimento individual, o que pode sobrecarregá-lo.

4 — E o aluno tem que ser mais do que um consumidor desse conteúdo

Sim, a figura do aluno vai um pouco além de ligar o note (ou celular, porque computador é muito anos 2000) e dar aquela presença virtual. Exige-se neste novo perfil maior participação, interesse por pesquisar além do que foi exposto e aulas co-criadas.

5 — Plataforma é só o começo. E nem é essa cocada toda

Por falar em co-alguma coisa. Avalie bem se a instituição exagera um pouco no peso da PLATAFORMA em detrimento da METODOLOGIA com a qual encaminha suas iniciativas de EAD.

Temos sim no mercado alguma supervalorização das plataformas e até mesmo alguma uniformização de seu conteúdo. Até porque por exigência de mercado, muitas instituições adotam soluções "de prateleira".

6 — Como será o futuro do EAD?

Falar de futuro é algo evitado até por futurologistas no momento, mas vamos lá. Na verdade, o que vem por aí — se bem conduzido — , seria a soma perfeita do ponto 4 e do ponto 5. Professores multiplicadores e facilitadores de projetos somados a alunos que não se contentam com o que recebem mas vão atrás de mais e mais informações.

Eu, particularmente, apostaria ainda na descentralização absoluta (blockchain, cadê você) de sistemas de ensino. Algo como um banco de créditos nacional de matérias que você iria montando de acordo com a sua necessidade. Mas a questão é tão, mas tão complexa e esbarra nas idiossincrasias brasileiras de forma tão contundente, que prefiro manter o papo em aberto nos comentários.

7 — Algumas experiências interessantes que você pode conhecer hoje mesmo

Sim, eu, Carol e Mauricio Domene trouxemos ainda para os ouvintes do programa algumas dicas de cursos que a gente achou interessante como modelo e proposta. Seguem os links:

Para concluir, por que escrevo uma artigo sobre uma programa que acabou de sair?

Porque cada timeline é um feudo. Cada algoritmo, um mistério. Por isso, partindo de um conteúdo central — que é o nosso conteúdo em áudio — , vou fatiando a história em diferentes experiências.

O @falafreela sai todas as segundas feitas nos agregadores de podcast (estamos em todos). Tem post no Carreirasolo.org, tem IGTV com o conteúdo quase na íntegra, newsletter e tem esse artigo aqui.

Assim, organizando direitinho, todo mundo ouve.

Para acompanhar a volta do @falafreela de perto

Bom, é isso. Fecho agora com os links importantes para manter essa audiência aquecida e um pedido de muitos aplausos nesse texto aqui. Pode tascar o dedo. É de graça!

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