Obra “Saturno devorando o filho” de Goya é exposta no Museu do Prado
A obra, com um pouco mais de cem anos, diferenciadas interpretações até hoje e pode ser vista na Espanha
A obra “Saturno devorando um filho”, exposta em Madrid, no Museu do Prado ( https://www.museodelprado.es/ ), foi usada pelo artista Francisco de Goya. O autor nasceu na Espanha, em Saragoça, e tentou conseguir uma vaga na Real Academia de Belas Artes, em Madrid, mas não conseguiu.
Mais tarde, em 1770, persistiu sua tentativa, porém na Itália, na Academia de Belas Artes de Parma, conquistando uma boa avaliação da instituição, então voltou para sua cidade natal e teve seu reconhecimento conhecido, com o convite para participar de diversos eventos, como, por exemplo, a decoração das paredes do Convento Aula Deis, em 1772. Pelo sucesso de seu quadro “Cristo da Cruz”, oito anos depois, foi convocado para fazer parte da Academia de Belas Artes de Madrid.
Ele tinha como objetivo produzir obras que representassem sua crítica às questões políticas e sociais de sua época, além de ter expressado também seus sentimentos, seu psicológico, através da arte.
Goya pertenceu ao movimento estético do Romantismo, que ocorreu entre 1820 e 1850. As técnicas presentes nesse movimento eram, uso de geometria, profundidade, características bem definidas, com base na ideia do idealismo, assim como representação de paisagens e presença marcada de luz e sombra, recuperando muitas das expressões medievais. As obras retratavam todo valor subjetivo exacerbado presente no Romantismo, já que o individualismo, a solidão e sentimentos ligados a natureza eram presentes nos artistas, principalmente porque o período romântico veio após A Revolução Francesa e a Revolução Industrial, influenciando diretamente na fase da arte e no psicológico da população, sendo comum o foco no sentimentalismo. Os ideais do “século das luzes”, como liberdade de expressão,
A escolha da obra “Saturno devorando um filho” para apresentar Goya e o Romantismo foi devido a seu significado, que se observa tanto na parte mitológica, com seus personagens e crenças, quanto na histórica / psicológica, que representa um reflexo do momento histórico em que os artistas do período romântico presenciaram. É possível fazer uma reflexão da imagem de Saturno, que devora seu filho, com o momento sombrio que o autor passava nessa fase, colocando sua angústia e seu descontentamento, tanto social (guerras) quanto ao pessoal, já que tal ilustração demonstração a violência, a irracionalidade, presente em momentos que Goya vivenciou de perto.
Para mais informações e curiosidades, acesse https://www.youtube.com/watch?v=0E1hFHAMI38
Sobre a arte em geral
A partir da obra “A transfiguração do Lugar Comum” pode-se notar que, para o autor, o significado, a apreciação e a legitimidade dos dados a uma arte fazem parte de uma problemática filosófica. Ela é feita a partir da representação do mundo no olhar de um indivíduo. É a concretização de histórias e pensamentos pessoais. E é a partir de sua interpretação que se pode corporificá-la.
No trecho “J saliente que seu trabalho é vazio de imagem, é menos um caso de mimese da vacuidade do que de vacuidade da mimese, e por isso, repete, é sobre nada. Argumento que aquela superfície vermelha em defesa da qual ele pintou Sem título tampouco trata de nada, mas isso porque é uma coisa, e as coisas, como classe, não têm um “sobre-o-quê” exatamente porque são coisas. Sem título, em contraposição, é uma obra de arte, e como obras de arte, conforme exibição minha exposição, geralmente referente a algo. ”, É possível observar que uma obra de acordo com J, passa a ser uma arte quando ganha um significado para o autor, por meio de sua interpretação.
O quadro “Saturno devorando um filho”, ganha o título de arte, pois ressalta a visão humana sobre a criação do mundo como é hoje, e, do tempo. Em que Saturno ou Cronos, que simboliza o tempo, devora todos seus filhos, menos Zeus, protegido por Réia, sua mãe, uma representação da grande mãe terra, protetora de seus filhos. Vê-se que essa obra é carregada de significados a partir das mitologias; dessas, principia-se a aparição dos Deuses, a força da Terra, entre outros. Ainda, por meio da forma grotesca com que Saturno foi pintado, pode-se notar o medo e horror do autor para com o Tempo. Dessa forma, os obrigação lhe dar significado, e há espaço para interpretações.
Portanto, a arte é uma visão lúdica do mundo concreto do homem. A partir daquilo que se vivencia, sente, vê ou ouve. É algo totalmente pessoal, individual. Aquilo que pode ser considerado arte por uma pessoa, pode não ser por outra. Todo objeto pode ser considerado arte, a partir do momento que se coloca uma visão filosófica em cima deste. Ela deixa de ser útil em um mundo realista e passa a pertencer a um mundo teórico, porém, mantendo significados realistas para quem a interpreta. Para que algo deva ser chamado de arte, o próprio artista deve ver um significado em sua produção.
- Referências bibliográficas
https://www.ebiografia.com/francisco_de_goya/
https://www.suapesquisa.com/biografias/francisco_goya.htm
https://artrianon.com/2017/10/18/obra-de-arte-da-semana-saturno-devorando-um-filho-de-goya/
https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-seculo-19/romantismo/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Saturno_devorando_um_filho
https://laart.art.br/blog/romantismo-na-arte/
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